Ibovespa fecha com leve alta de 0,17%, em início de semana marcada por IPCA-15 e Caged; dólar sobe 0,03%

Semana será marcada por divulgação do IPCA-15, dados de produção industrial e CAGED

Camille Bocanegra

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O Ibovespa fechou com alta de 0,17% nesta segunda-feira (6), aos 125.731,45 mil pontos. O índice se descolou da movimentação dos mercados lá fora, que encerraram o dia em queda.

“A forte reação dos setores mais sensíveis às variações dos juros futuros e ao minério de ferro mantiveram o Ibovespa no positivo no dia de hoje. O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, trouxe uma expectativa menor do IPCA para o final de 2023 e, sem dúvidas, é um fator interno que corrobora com a alta do setor de varejo como um todo e do setor de tecnologia hoje”, destacou Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital.

Em Wall Street, os principais índices fecharam com queda em uma semana marcada por divulgação de indicadores de inflação e emprego no Brasil e de preços nos EUA. Os índices encerram o dia com Dow Jones caindo 0,14%, S&P 500 recuando 0,20% e Nasdaq descendo 0,07%.

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No mercado de Treasuries, o título de dez anos desceu 10,1 pontos-base (pb), a 4,383%, enquanto o título com vencimento de 2 anos teve queda de 7,3 pb em seus rendimentos, a 4,886% e com vencimento de 5 anos caiu 9,6 pb em seus retornos, 4,385%.

O dólar encerrou o dia com alta de 0,03%, cotado a R$ 4,899 na compra e R$ 4,900 na venda. A divisa norte-americana foi na contramão e avançou na comparação com as principais moedas do mundo, com o DXY em queda de 0,18%.

Os preços do petróleo fecharam em queda, por notícias de extensão no cessar-fogo entre Israel e Hamas, de divergências entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de desaceleração econômica na China fazem investidores ajustarem expectativas sobre até que ponto a oferta ficará apertada.

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O petróleo WTI para janeiro de 2024 fechou em queda de 0,90% (US$ 0,68), a US$ 74,86 o barril. O Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), 0,75% (US$ 0,61), a US$ 79,87 o barril.

Por aqui, os juros encerram o dia em queda, acompanhando o recuo dos Treasury yields lá fora.

“Os juros futuros acompanharam a queda dos yields dos treasuries, mas também contaram com drivers internos que melhoram o balanço de riscos. O cenário fiscal teve mais clareza com os números da arrecadação de outubro e a aprovação pelo STF do pagamento de precatórios, enquanto o noticiário sobre a dificuldade de alguns governadores em aprovarem aumento do ICMS retiraria pressão sobre a inflação”, considera Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

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A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,41%, ante 10,444% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,085%, ante 10,172% do ajuste anterior.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,22%, ante 10,332%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,48%, ante 10,596%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,87%, ante 10,985%

O dia foi de volatilidade no Ibovespa, com avanço de setor educacional e quedas de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4). Entre os destaques do dia, a possível fusão entre Eneva (ENEV3) e Vibra (VBBR3) derrubou ambas na sessão.

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“Em mais um dia em que a curva de juros segue o movimento de baixa, ações como YDUQ3, COGN3 e LREN3 aparecem nas maiores altas da bolsa, demonstrando um maior apetite ao risco pelos investidores justamente em papéis que têm um grande upside (potencial de valorização). Não há dúvidas que a queda na curva de juros beneficia esses papéis “, destacou Silva.

Entre as maiores altas do dia, estiveram Yduqs (YDUQ3), com avanço de 10,74%, cotada a R$ 21,25, com recomendação elevada pelo JPMorgan, e Cogna (COGN3), com alta de 7,19%, a R$ 3,13.

(com Reuters)