Ibovespa descola do exterior, sobe mais de 1% e fecha acima dos 113 mil pontos; dólar cai 0,5%

Na máxima do dia, Ibovespa chegou a testar o patamar dos 114 mil pontos

Mitchel Diniz

Painel de ações (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O  Ibovespa ampliou ganhos no período da tarde e ainda que não tenha se segurado nos 114 mil pontos, patamar alcançado na máxima do dia, fechou com alta robusta. Nesta quarta-feira (13), o principal índice do mercado de ações brasileiro se saiu melhor do que as Bolsas no exterior. Os investidores repercutiram o último dado de inflação dos Estados Unidos medido pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e a ata do Fomc, o Copom do Banco Central Americano (Federal Reserve).

O documento afirma que o processo de retirada de estímulos à economia dos Estados Unidos (tapering), com a redução de compra de títulos, pode ser iniciado em meados de novembro ou dezembro. Isso vai depender da próxima reunião do comitê no mês que vem. A autoridade monetária tem desembolsado cerca de US$ 120 bilhões por mês para compra de ativos. Enquanto isso, os juros são mantidos numa faixa entre 0% e 0,25% ao ano.

Os sinais de uma postura mais rígida do Fed chegam com novos dados de inflação nos EUA. Mais cedo, o Departamento do Trabalho americano informou que a inflação ao consumidor subiu 0,4% no mês passado. O indicador veio acima da estimativa dos economistas consultados pela Reuters, que projetavam crescimento de 0,3%. Na base anual, os preços subiram 5,4%, ante estimativa de alta de 5,3%. Resta saber como o Fed vai ler esse novo dado e de que forma isso deve impactar na decisão de retirar estímulos à economia americana.

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O Ibovespa fechou em alta de 1,14% aos 113.455 mil pontos. Os contratos de Ibovespa para outubro de 2021, que vencem hoje, subiram 1,58% para 113.780 mil pontos.

Para Lucas Monteiro, trader da Quantitas, a Bolsa pode estar em um movimento de recuperação em função de preços. “Ultimamente a Bolsa tem descontado muitas notícias ruins e incorporado bastante prêmio de risco. Acho que o repique tem muito a ver com isso”, explica.

Henrique Esteter, especialista em ações do InfoMoney, lembra que a sessão teve uma dose extra de oscilação de preços pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa nesta quarta-feira. “Isso traz um volume adicional de negócios, com as gestoras comprando e vendendo mais para deixar o Ibovespa próximo da posição desejada”, afirma.

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Também foi um dia de alta volatilidade para o dólar, que chegou a ser negociado no maior patamar em seis meses, mas depois inverteu sinal após uma intervenção surpresa do Banco Central no mercado de câmbio, quando o real liderava as perdas entre os pares globais. O dólar comercial fechou em queda de 0,51%, a R$ 5,508 na compra e R$ 5,509 na venda. O dólar futuro para novembro de 2021 era negociado a R$ 5,523, com queda de 0,58%, nos negócios do after market.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2023 recuou um ponto-base, a 9,06%; DI para janeiro de 2025 recuou seis pontos-base a 10,02%; e o DI para janeiro de 2027 teve variação negativa de oito pontos-base a 10,43%.

Nos próximos dias, os investidores devem acompanhar o desenrolar da questão fiscal nos Estados Unidos. A Câmara do país aprovou a elevação do teto de gastos públicos até dezembro e a decisão agora deve ser sancionada pelo presidente Joe Biden. Caso a medida não seja adotada, os EUA correm o risco de dar o seu primeiro calote na história.

Os próximos dias devem ser marcados também pela divulgação de resultados de grandes bancos nos Estados Unidos, relativos ao terceiro trimestre. O JPMorgan deu o pontapé inicial, apresentando lucro líquido de US$ 11,7 bilhões no período, um aumento de 24% em relação ao ganho de US$ 9,4 bilhões apurado em igual período de 2020. Em termos ajustados, o banco americano obteve lucro por ação de US$ 3,74 nos três meses encerrados em setembro, o que superou a previsão de analistas consultados pela FactSet, de US$ 3 por papel.

Ainda nesta semana, Goldman Sachs, Bank of America, Morgan Stanley, Wells Fargo e Citigroup divulgam seus números.

Os índices em Nova York fecharam com tendências mistas. O Dow Jones fechou estável, enquanto S&P 500 avançou 0,3% e o Nasdaq  subiu 0,73%.

A  maioria das Bolsas europeias fechou em alta. O Stoxx 600, que reúne empresas de 17 países europeus em setores-chave, avançou 0,70%. A Bolsa de Londres (FTSE100) subiu 0,22% e a de Frankfurt (DAX) teve alta de 0,68%.

Os preços do petróleo vinham em baixa ao longo dia, mas reduziram perdas e fecharam bem próximos da estabilidade. O Brent negociado para dezembro teve uma leve queda de 0,13%, a US$ 83,31 o barril. O WTI, para novembro de 2021, caiu 0,07% a US$ 80,58 o barril.

O minério de ferro ampliou as perdas com a percepção de que o recente aumento da demanda de siderúrgicas não será sustentado devido às medidas da China para limitar a produção de aço até o próximo ano. Nos próximos dias, o setor imobiliário chinês também promete voltar ao radar de riscos dos investidores, já que outras incorporadoras, além da Evergrande, também tem relatado dificuldades financeiras e podem não honrar suas dívidas.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados