Ibovespa descola do exterior e fecha em leve baixa; dólar renova menor cotação em mais de dois anos

Ações da Petrobras caíram, mesmo com o petróleo em alta no exterior, impedindo o Ibovespa de acompanhar os índices em Wall Street

Felipe Moreira

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em queda na contramão dos principais índices americanos, que avançaram em meio à alta das ações de tecnologia, com destaque a Nasdaq, que recuou mais de 1%.

Pesou sobre o índice a greve dos servidores do Banco Central e as incertezas sobre o comando da Petrobras (PETR3;PETR4). Após Rodolfo Landim desistir do cargo de presidente do conselho de administração da companhia na véspera, hoje os jornais destacam a desistência de Adriano Pires ao cargo de CEO da estatal.

Segundo Juan Espinhel, especialista em investimentos da Invest Consultoria, os papéis da estatal ainda devem sofrer com muita volatilidade nos próximos dias, porque o governo precisa decidir os novos nomes até o dia 13.

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Espinhel ressalta que os grandes bancos também ajudaram a empurrar o índice para baixo.

Ainda no radar, estão as possíveis novas sanções contra a Rússia, tema que volta para a discussão após imagens divulgadas neste final de semana de centenas de civis executados nas cidades próximas a Kiev.

O Ibovespa fechou em queda de 0,24%, aos 121.279 pontos, após oscilar entre 120.753 e 121.570 pontos. O volume financeiro foi de R$ 21,6 bilhões.

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Os destaques positivos ficaram com as ações da Minerva ([ativo=BEEF3), que subiram 3,05%, seguidas pela Carrefour ([ativo=CRFB3]) e Marfrig (MRFG3), com ganhos de 2,84% e 2,77%, respectivamente.

As ações da CCR ([ativo=CCRO3) e Qualicorp ([ativo=QUAL3]) foram os destaques negativos da sessão, recuando, respectivamente, 3,09% e 2,89%, seguidas pela BRF (BRFS3), que recuaram 2,49%.

A moeda americana recuou forte na sessão de hoje, com a entrada de capital estrangeiro no país, que busca aproveitar o diferencial de juros brasileiro e externo. O dólar à vista recuou 1,27%, a R$ 4,608, após oscilar entre R$ 4,605 e R$ 4,675.

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No aftermarket, às 17h11, os juros futuros recuam em sua maioria com a forte queda do dólar, um fator desinflacionário. O DIF23, 0 pp, a 12,63%; DIF25, -0,27 pp, a 11,10%; DIF27, -0,82 pp, a 11,20%; DIF29, -0,81 pp, a 10,99%.

Em Wall Street, as bolsas fecharam alta, com os investidores se livrando dos temores de recessão e comprando ações de tecnologia que recuaram no primeiro trimestre.

As ações do Twitter impulsionaram os ganhos do Nasdaq depois que os papéis subiram mais de 20% após a notícia de que Elon Musk comprou uma participação de 9,2% na empresa. As ações da Tesla também subiram 5,7% devido aos últimos números trimestrais de entrega de veículos elétricos no sábado, que ficaram acima do mesmo período do ano anterior.

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O índice Dow Jones subiu 0,30%, aos 34.922 pontos. O S&P 500 avançou 0,81%, aos 4.582 pontos, enquanto o Nasdaq teve alta de 1,90%, aos 14.532 pontos.

Vale lembrar que Wall Street entrou em um período sazonalmente forte, com abril sendo tipicamente um dos melhores meses para as ações.

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