Ibovespa cai, mas política sustenta os 94 mil pontos mesmo com “sell-off” no exterior

Mercado seguiu o roteiro de ontem e caiu, mas amenizou no fim com boas notícias para a aprovação da Reforma da Previdência

Ricardo Bomfim

Bolsa em queda (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira (7), mas ficou longe da mínima, quando bateu 92.749 pontos, em meio a boas notícias para a aprovação da Reforma da Previdência. O principal driver do dia foi a confirmação de que os Estados Unidos elevarão de 10% para 25% as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses mesmo com a visita do vice-primeiro-ministro da China, Liu He, a Washington na quinta-feira (9). Com a notícia, as bolsas norte-americanas desabaram quase 2% hoje. 

O principal índice da B3 caiu 0,65% a 94.388 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 16,999 bilhões. Já o dólar comercial subiu 0,29% a R$ 3,9684 na compra e a R$ 3,9694 na venda. O dólar futuro com vencimento em junho avançou 0,18% a R$ 3,9815. 

Entre os juros futuros, o DI para janeiro de 2021 fechou estável em 7,04% e o DI para janeiro de 2023 registrou ganhos de dois pontos-base a 8,18%. 

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Além do noticiário internacional, hoje foi dia de observar a primeira sessão da Comissão Especial para análise da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

O presidente do colegiado, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), espera que a proposta seja votada até junho na comissão, para que o plenário tenha tempo de votar o texto em dois turnos, com maioria de três quintos, antes do recesso parlamentar, que começa em 17 de julho. O parlamentar, contudo, destacou que os trabalhos na Comissão têm que ser coordenados com a construção de maioria no plenário. Para ele, é fundamental que o governo articule uma base mínima de 330 votos. A expectativa é de que ocorram 11 audiências públicas para debater o tema.

Um bom sinal para a articulação da reforma foi a notícia da Folha de S. Paulo de que o presidente Jair Bolsonaro estuda desmembrar o Ministério do Desenvolvimento Regional em duas pastas, Cidades e Integração. O Ministério das Cidades é um dos mais cobiçados pelos partidos do Centrão e o nome do deputado Alexandre Baldy (PP-GO) já é o mais cotado para assumir a nova pasta. Vale lembrar que o PP possui uma bancada de 39 deputados, ficando atrás apenas de PT e PSL. 

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O relator da reforma, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), deu indicações de que irá propor medidas para aumentar a arrecadação previdenciária e, com isso, buscar manter a meta do governo no corte de despesas públicas. A pressão na Câmara é para que a reforma seja modificada, com a retirada, por exemplo, das alterações no BPC, aposentadoria rural e regras para os professores.

Olavistas vs Generais

O ex-comandante do exército e atual assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Eduardo Vilas Boas, aumentou o tom de suas críticas ao escritor Olavo de Carvalho, afirmando ao jornal O Estado de S.Paulo que ele “passou do ponto, agindo com total desrespeito aos militares e às Forças Armadas”.

Para o general, Carvalho presta “enorme desserviço ao País”. Vilas Boas declarou ontem ainda nas redes sociais que Olavo de Carvalho é um “verdadeiro Trotski de direita” e que “age para acentuar divergências nacionais”. Nos últimos dias, no WhatsApp, grupo militares têm exposto o inconformismo com os ataques do escritor.

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Noticiário corporativo

A Vale (VALE3) informou ontem à noite sobre a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que suspendeu os efeitos da decisão da 1ª Vara da Fazenda Federal de Belo Horizonte, de 18 de março, que autorizava a retomada das atividades da barragem de Laranjeiras e do complexo de Brucutu. “Consequentemente, as operações a úmido de Brucutu foram paralisadas, em cumprimento à referida decisão do TJMG”, informou a empresa em comunicado.

Entre os resultados, o Magazine Luiza (MGLU3) apresentou um lucro líquido de R$ 132,1 milhões, um desempenho 10,4% inferior na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. O Ebitda subiu 31,6%, para R$ 395,4 milhões, enquanto a receita líquida avançou 19,8%, para R$ 4,329 bilhões.

Já a Ambev (ABEV3) teve lucro líquido ajustado de R$ 2,662 bilhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 6,2% superior ao do mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado (sem efeitos não recorrentes) somou R$ 5,120 bilhões, uma alta de 7%. A receita líquida somou R$ 12,640 bilhões, representando uma expansão de 8,6% na comparação anual. No Brasil, o volume vendido de cerveja avançou 11,2% de janeiro a março, após dois trimestres consecutivos de queda, impulsionado pela combinação de clima favorável e Carnaval tardio.

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As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SMLS3 SMILES ON 44,56 -5,71 +9,33 63,92M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 36,93 -4,82 -12,11 103,47M
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 191,28 -4,46 +6,23 310,43M
 BBSE3 BBSEGURIDADEON 27,50 -3,58 +2,09 174,32M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 8,26 -3,28 -11,94 28,47M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 VVAR3 VIAVAREJO ON 4,71 +3,29 +7,29 95,72M
 BRDT3 PETROBRAS BRON ED 23,39 +2,45 -0,07 103,12M
 SBSP3 SABESP ON EJ 47,50 +2,28 +50,79 157,65M
 MRVE3 MRV ON 14,70 +1,52 +18,93 57,68M
 ESTC3 ESTACIO PARTON ED 26,46 +1,38 +14,02 69,53M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN ED N2 26,30 -1,76 1,21B 1,84B 52.637 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN ED 32,52 -1,36 855,28M 562,10M 43.787 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 17,70 -1,99 705,97M 352,77M 46.484 
 VALE3 VALE ON 49,50 -0,32 644,69M 728,35M 34.363 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 34,62 -1,06 499,82M 500,70M 33.122 
 BBAS3 BRASIL ON 49,23 -0,28 472,49M 507,41M 25.068 
 PETR3 PETROBRAS ON N2 29,14 -1,35 346,46M 289,04M 12.824 
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 191,28 -4,46 310,43M 187,87M 8.389 
 ITSA4 ITAUSA PN 11,39 -0,44 256,69M 196,82M 33.269 
 CMIG4 CEMIG PN ED 13,84 -1,21 254,96M 127,50M 25.303 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.