Ibovespa cai forte, pressionado por bancos e siderúrgicas

Notícias ruins nos setores fazem bolsa se descolar do cenário internacional, onde os mercados avançam com a melhora na confiança dos consumidores nos EUA

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Na contramão do cenário internacional, o Ibovespa marca forte queda de 1,47% no início desta tarde, aos 60.998 pontos, pressionado pelas ações de bancos e de empresas do setor siderúrgico.

Enquanto isso, no exterior o dia é de ganhos. Depois dos EUA anunciarem que a confiança dos consumidores em setembro superou – e muito – as projeções do mercado, os principais índices por lá se consolidam no campo positivo, com ganhos ao redor de 0,3%. Na Europa, onde a manhã era de queda, as bolsas também mostram alta.

Bancos e siderúrgicas pesam no Ibovespa
Por aqui o Ibovespa é pressionado por dois setores em específico: bancos e siderurgia. Quanto ao primeiro, depois do Bradesco (BBDC4, -5,09%, R$ 33,59) cortar as taxas de juros no cartão, a expectativa é que outras instituições sigam o mesmo caminho. Assim, os papéis do Itaúsa (ITSA4, -4,66%, R$ 9,42), Itaú Unibanco (ITUB4, -4,44%, R$ 32,26), Banco do Brasil (BBAS3, -4,05%, R$ 25,35) e Santander Brasil (SANB11, -3,67%, R$ 15,77%) seguem a trajetória negativa.

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As siderúrgicas CSN (CSNA3, -5,82%, R$ 11,98) e Usiminas (USIM3, -5,91%, R$ 12,42; USIM5, -5,01%, R$ 10,62) também sofrem na bolsa. Depois de um mês muito forte, com altas que chegam a superar 30%, como é o caso dos papéis da Usiminas, os investidores realizam ganhos pressionados pelas incertezas com o cenário europeu e com as negociações para a compra de ativos da CSA.

Grécia e Espanha em foco
Se os investidores estão com os olhos atentos aos EUA, eles também não perdem de vista possíveis novidades na Europa. A situação grega volta a dar novos sinais de preocupação em meio a dificuldades do país conseguir cortes de gastos de € 11,9 bilhões e rumores de que o buraco pode ser ainda maior.

Nessa manhã surgiram rumores de que o país poderá pedir ao BCE (Banco Central Europeu) a extensão do vencimento dos títulos públicos detidos pela autoridade monetária. Já os dois anos adicionais no programa de resgate custarão até € 15 bilhões à Grécia, disse o ministro de Finanças do país, Yannis Stournaras, à Reuters.

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A Espanha também continua a assombrar os mercados, uma vez que o país ainda não se decidiu sobre um pedido de resgate. Na quinta-feira o governo deverá anunciar um programa de reformas estruturais e, até o fim da semana, a Moody’s concluirá o processo de revisão no rating soberano.

O páis ainda realizou um leilão de títulos nesta manhã e captou € 4 bilhões em papéis de curto prazo, mas viu o custo de captação saltar sobre o último mês.

Confiança inabalada
Em meio a tudo isso, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente do BCE (Banco Central Europeu) Mario Draghi se encontram para discutir a crise.

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Apesar de tudo isso, a confiança dos consumidores da Itália superou as expectativas e passou de 86,0 em agosto para 86,2 em setembro. Já o indicador do GfK, na Alemanha, que prevê a confiança no mês seguinte, mostra que os consumidores não devem alterar a expectativa para o próximo mês, em linha com as projeções de analistas.