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SÃO PAULO – Após iniciar a sessão em alta, acompanhando as sinalizações mais dovish do Banco Central Europeu e os números da “prévia da inflação” indicando uma deflação acima do esperado em julho, o Ibovespa virou para queda ainda no final da manhã desta quinta-feira (20), acompanhando o movimento de maior cautela no mercado global.
O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 0,37%, aos 64.938 pontos, puxado sobretudo pela queda das ações de Vale (VALE3; VALE5) e siderúrgicas, que caíram mais de 4%, além da virada dos papéis da Petrobras (PETR3; PETR4). O volume financeiro desta sessão ficou em R$ 5,832 bilhões.
Os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 caíram 8 pontos-base, a 8,52%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 recuaram 4 pontos-base, a 9,47%. Pesou sobre o movimento no mercado de renda fixa a queda de 0,18% no IPCA-15 de julho, divulgado hoje pelo IBGE, número que veio abaixo da mediana das estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg, que apontava para recuo de 0,10%. No acumulado de 12 meses, o indicador aponta para uma alta de 2,78%, contra estimativas de 2,87%. É o oitavo dia consecutivo de queda dos DIs, com o yield dos papéis curtos acumulando recuo de 25 pontos-base, no menor patamar desde janeiro de 2013.
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Um cenário mais benigno para o avanço dos preços, somado às avaliações de dificuldades na retomada da economia, pode favorecer um corte mais agressivo nos juros por parte do Banco Central. A uma semana da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o mercado precifica chances maiores de corte de 100 pontos-base na Selic.
No entanto, a decisão do governo por elevar impostos para cumprir a meta primária deste ano pode pressionar os preços e obstruir uma política monetária mais incisiva, embora muitos economistas questionem os efeitos da elevação da carga tributária sobre a inflação em períodos de baixo nível de consumo e economia estagnada.
Já os contratos de dólar futuro com vencimento em agosto deste ano caíram 0,71%, sinalizando cotação de R$ 3,133, dando continuidade no movimento de desvalorização da moeda americana. “O fato de Draghi não ter mudado o discurso, expectativa de alta gradual dos juros nos EUA, BC local atuante também ajudam a manter dólar forçado para atuar em baixa”, diz José Carlos Amado, operador da Spinelli. A moeda americana ampliou recuo após notícia de que advogado especializado Robert Mueller estendeu a investigação sobre possíveis laços entre Donald Trump e a Rússia na eleição do ano passado.
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O dólar comercial fechou com perdas de 0,71%, cotado a R$ 3,1268 na venda, voltando para níveis pré-delação da JBS. Diante deste forte movimento, o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, alertou que o Banco Central pode reduzir ou até parar com a rolagem de swaps que vencem em agosto, o que pode limitar a queda do dólar (veja a análise completa clicando aqui).
Destaques da Bolsa
Do lado das empresas, além da estreia do Carrefour na B3 (saiba mais aqui), o destaque do dia fica com o relatório de produção de minério do segundo trimestre da Vale (VALE3; VALE5). A companhia produziu 91,849 milhões de toneladas da commodity no período, 5,8% superior ante o mesmo período do ano anterior e um novo recorde para o segundo trimestre. O dado foi acima da estimativa média de 6 analistas consultados pela Bloomberg, que era de 91,4 milhões de toneladas. O crescimento na relação anual é explicado pelo aumento da produção em seu projeto S11D, que teve início do final do ano passado. A Vale destaca que reduzirá ao longo do segundo semestre deste ano a produção de produtos de alta sílica em algumas de suas minas no Sistema Sul, em uma quantidade anualizada de 19 milhões de toneladas. Em conjunto, a companhia irá limitar a qualidade de sílica a 5% de seu produto, que vem sendo bem aceito no exterior, o Brazilian Blend Fines (BRBF). Com isso, a mineradora informa que sua produção em 2017 ficará no limite inferior da faixa prevista para o ano, de 360 milhões de toneladas a 380 milhões de toneladas, o que está, segundo a empresa, “em linha com a estratégia atual de maximização de margem”. Apesar disso, a meta de longo prazo de produção anual de 400 milhões de toneladas foi reafirmada. Também merece atenção a novidade sobre o acordo entre a Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e o BTG Pactual (BBTG11) para troca de ação da Gerdau (GGBR3; GGBR4) e o consequente pedido de OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações GGBR3, anunciado em março. A CVM autorizou pedido de registro de OPA (Oferta Pública de Aquisição) de ações por aumento de participação mediante a permuta de ações ordinárias por ações preferenciais de emissão da companhia, segundo informou a Gerdau em fato relevante. A OPA fica sujeita à adesão de acionistas titulares de, no mínimo, 39,6 milhões de ações ordinárias, ou seja, o equivalente a dois terços das ações ordinárias em circulação. Já a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou novo reajuste de preços, com elevação do diesel em 2% e da gasolina em 0,1%. O aumento de preço para refinarias acontece a partir de 21 de julho. As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram: As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram: As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram: * – Lote de mil ações Alta de impostos e reformas As reformas também estão no radar. De acordo com a Folha de S. Paulo, Temer prometeu que irá se empenhar para a aprovação das reformas tributária e da Previdência no segundo semestre. A promessa teria acontecido durante jantar no Palácio do Jaburu e seria uma forma de manter o DEM na base aliada. Neste sentido, vale destacar a entrevista do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para o jornal O Estado de S. Paulo. Contrariando o ceticismo, Maia se comprometeu a pôr a reforma da Previdência na pauta do plenário da Câmara em agosto. Após bater o martelo sobre uma alta de impostos, Temer viaja hoje no fim da tarde para Mendoza, na Argentina, onde participa da 50ª Reunião do Conselho do Mercado Comum e Cúpula do Mercosul e Estados Associados. Ele volta na sexta-feira (21). Após a Cúpula de Mendoza, o Brasil deve assumir a presidência pro tempore do Mercosul. Segundo o Itamaraty, o país quer continuar o trabalho realizado pela Argentina, que presidiu o bloco no primeiro semestre deste ano e eliminou diversas barreiras comerciais entre os países que compõem grupo. O Brasil tentará também concluir os acordos de cooperação entre Mercosul e União Europeia, o Canadá e alguns países da Ásia, como Japão, Coréia do Sul e Índia, entre outros blocos internacionais. A situação da Venezuela também deve ser discutida durante a Cúpula. Ato pró-Lula
Nesta quinta-feira, o PT, sindicatos e movimentos sociais realizarão atos em todo o Brasil em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo “fora Temer”, “diretas já” e contra as reformas trabalhista e da Previdência. Em São Paulo, a mobilização está marcada para a Avenida Paulista, a partir das 17h, em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo). Já estão confirmadas a presença do próprio Lula e da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Ontem, após o bloqueio de bens do petista feita a pedido do juiz Sérgio Moro, a defesa do ex-presidente se manifestou, afirmando que a medida é ilegal e abusiva. Os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins disseram que a decisão de Moro “retira de Lula a disponibilidade de todos os seus bens e valores, prejudicando sua subsistência, assim como a subsistência de sua família”. “É mais uma arbitrariedade dentre tantas outras já cometidas pelo mesmo juízo contra o ex-presidente Lula.” (Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Estado)
Cód.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
GOAU4
GERDAU MET PN
5,33
-4,48
+11,04
91,08M
VALE3
VALE ON
28,72
-3,95
+23,50
166,82M
BRAP4
BRADESPAR PN
21,08
-3,74
+45,46
46,45M
VALE5
VALE PNA
26,97
-3,71
+27,60
434,96M
CSNA3
SID NACIONALON
7,56
-3,69
-30,32
40,43M
Cód.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
CYRE3
CYRELA REALTON
11,85
+3,58
+16,21
70,73M
KLBN11
KLABIN S/A UNT N2
16,79
+1,88
-3,65
24,28M
PCAR4
P.ACUCAR-CBDPN
66,03
+1,76
+20,60
68,83M
BRKM5
BRASKEM PNA
39,88
+1,58
+16,44
82,37M
UGPA3
ULTRAPAR ON
74,97
+1,38
+11,03
63,19M
Código
Ativo
Cot R$
Var %
Vol1
Vol 30d1
Neg
VALE5
VALE PNA
26,97
-3,71
434,96M
492,89M
23.635
PETR4
PETROBRAS PN
13,10
-0,98
371,82M
466,09M
23.016
ITUB4
ITAUUNIBANCOPN
36,71
-0,03
332,98M
323,23M
16.327
BBDC4
BRADESCO PN
29,40
-0,34
258,52M
252,85M
11.649
BBAS3
BRASIL ON
29,66
+0,95
223,85M
178,62M
11.249
VALE3
VALE ON
28,72
-3,95
166,82M
141,52M
11.274
ITSA4
ITAUSA PN
9,22
+0,44
149,14M
119,94M
30.377
ABEV3
AMBEV S/A ON
18,78
-0,21
136,66M
191,45M
14.859
BVMF3
BMFBOVESPA ON
20,83
+1,02
93,15M
126,73M
14.375
GOAU4
GERDAU MET PN
5,33
-4,48
91,08M
57,76M
13.146
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
O destaque desta quinta-feira fica com a expectativa de elevação na carga tributária. De acordo com diversos jornais e agências, o governo deverá anunciar entre hoje e amanhã o aumento de impostos sobre a gasolina para ajudar a melhorar as receitas e garantir o cumprimento da meta fiscal em 2017, em meio à recuperação econômica mais fraca do que esperada após dois anos seguidos de recessão, dando segurança ao cumprimento da meta de déficit de R$ 139 bilhões deste ano. O plano é elevar em R$ 10 bilhões as receitas. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, essa medida foi recebida com resistência por integrantes da base aliada do governo, que estão de olho na repercussão negativa e o impacto para as eleições de 2018.