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Ibovespa cai 1,38%, com commodities e cautela no exterior antes de payroll; Dólar fica estável

Investidores optaram por aumentar proteção a carteiras na véspera do Payroll e com possível problema de capitalização no SVB Financial Group

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de 1,38% nesta quinta-feira (9), aos 105.071 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou o movimento do exterior, onde os benchmarks também recuaram consideravelmente, e sofreu, principalmente, por conta de companhias ligadas a commodities.

Nos Estados Unidos, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram, na sequência, 1,66%, 1,85% e 2,05%.

“Investidores estão cautelosos na véspera da publicação do relatório Payroll, que sai amanhã, e que deve trazer mais volatilidade ao mercado americano”, comenta Enrico Cozzolino, head de análise da Levante Investimentos.

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O VIX, considerado o índice do medo e que mede a volatilidade, disparou 18,32%, aos 22,61 pontos, indicando que investidores buscaram derivativos para proteger suas carteiras.

Além do Payroll, segundo comentário, investidores nos Estados Unidos se assustaram, no final do dia, com um possível problema de capitalização envolvendo o SVB Financial Group. As ações da companhia recuaram mais de 60% e puxaram os bancos americanos junto de si. JP Morgan e Bank of American, por exemplo, tiveram baixas de mais de 6%.

Nem mesmo a divulgação de que os pedidos de auxílio desemprego subiram para 211 mil na semana encerrada no dia quatro de março, ante 195 mil do consenso, afastou a cautela.

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“Nos Estados Unidos, pedidos de auxílio desemprego vieram acima do esperado, o que deu um alento de que a economia está desacelerando. Tivemos, recentemente, dados do emprego forte e inflação persistente, o que fez a curva de juros ficar mais alta e a possibilidade de queda ficar para o próximo ano”, comenta Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

A curva de juros americana chegou a recuar com a perspectiva de uma economia mais fraca. Os treasuries yields para dois anos caíram 19,2 pontos-base, a 4,876%, e os para dez anos, 6,7 pontos, a 3,909%.

No Brasil, o dia também foi de queda da curva de juros, apesar da performance do Ibovespa. As taxas dos DIs para 2024 caíram 3,5 pontos-base, a 13,04%, e as dos DIs para 2025, 13,5 pontos, a 12,23%. Os contratos para 2027 fecharam a 12,56%, com menos 20 pontos, e os para 2029, a 12,95%, com menos 25 pontos. Os DIs para 2031 também perderam 25 pontos ,a 13,14%.

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“No cenário doméstico, tivemos nossa bolsa acompanhando o exterior. No entanto, dólar ficou estável, bem como os juros, sendo que algumas falas domésticas contribuíram para isso. O cenário positivo se dá devido ao arcabouço fiscal, que deve ser apresentado nos próximos dias. Tivemos ainda uma fala da Simonet Tebet durante a tarde, dizendo que ele irá agradar a todos, inclusive o mercado”, acrescenta Guilherme.

O dólar subiu apenas 0,02% frente ao real, a R$ 5,141 na compra e na venda.

Com a queda da curva de juros, companhias ligadas ao mercado interno e mais alavancadas foram destaques do Ibovespa. As ações preferenciais da Azul (AZUL4) subiram 12,10% e as da Gol (GOLL4), 7,87%. As ordinárias da CVC (CVCB3) e da Locaweb (LWSA3) avançaram, respectivamente, 9,74% e 7,52%.

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Do lado das quedas, porém, ficaram companhias de commodities, em meio ao cenário mundial e também impactadas pelo micro.

As ações ordinárias da CSN (CSNA3) perderam 8,06%, após a companhia divulgar um resultado que não agradou o mercado, e as da CSN Mineração (CMIN3) perderam 4,92%. As preferenciais da Gerdau (GGBR4) foram contaminadas e recuaram 4,33%. As preferenciais série A da Usiminas (USIM5) tiveram baixa de 2,33%.

3R Petroleum (RRRP3) e PRIO (PRIO3) também foram destaques negativos do Ibovespa, com menos 6,09% e 3,02%. O barril de petróleo Brent recuou 1,41%, seguindo a aversão ao risco.