Ibovespa cai 0,55% e renova mínimas desde agosto com aversão a risco global

No Brasil, em paralelo, permanece o desconforto com a dinâmica das contas públicas

Reuters

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SÃO PAULO, 23 Out (Reuters) – O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, renovando mínimas desde agosto pressionado pelo movimento de aversão a risco global, enquanto IRB(Re) (IRBR3) saltou 12% após resultado mensal mostrar lucro líquido de 29 milhões de reais em agosto.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,55%, a 129.233,11 pontos, tendo marcado 128.589,13 pontos no pior momento e 129.949,2 pontos na máxima do dia.

O volume financeiro somou 17,6 bilhões de reais, mais uma vez abaixo da média diária do ano.

De acordo com o analista-chefe da Levante Inside Corp, Eduardo Rahal, no exterior, o sentimento de aversão a risco reflete, em parte, incerteza sobre a continuidade e o ritmo de cortes de juros nos Estados Unidos.

Além disso, o desfecho da corrida eleitoral nos EUA, que está em sua reta final, segue em aberto, acrescentou, referindo-se à disputa entre o ex-presidente republicano Donald Trump e a vice-presidente democrata, Kamala Harris, pela Casa Branca.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em baixa de 0,92%, minado pela alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e com balanços também ocupando as atenções.

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Na visão do gestor de renda variável da Western Asset Naio Ino, embora as pesquisas ainda mostrem uma disputa apertada na eleição presidencial nos EUA, começa a se observar uma preocupação maior de uma eventual vitória de Trump.

Uma das preocupações no mercado relacionadas ao ex-presidente norte-americano é de políticas com potencial inflacionário, uma vez que ele defende cortes de impostos e tarifas de importação.

A queda de commodities como o minério de ferro e o petróleo, afetadas também pelo ceticismo com a recuperação da economia da China, reforçaram a pressão negativa sobre o Ibovespa, uma vez que tendem a afetar as blue chips Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4).

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No Brasil, em paralelo, permanece o desconforto com a dinâmica das contas públicas.

“Investidores continuam atentos aos riscos fiscais, aguardando novos anúncios do governo sobre cortes de gastos e medidas para recuperar a credibilidade fiscal”, acrescentou Rahal, da Levante.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que um fortalecimento do arcabouço fiscal é o melhor “remédio” para o país, afirmando que discutirá medidas sobre o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Após a adoção de uma série de medidas arrecadatórias, a equipe econômica vinha sendo pressionada a adotar iniciativas pelo lado das despesas e prometeu que, após o segundo turno das eleições municipais, apresentará projetos de controle de gastos.

“Está difícil para o governo hoje ganhar o benefício da dúvida”, emendou Ino, da Western Asset, afirmando que o governo precisa começar a entregar algo que traga mais equilíbrio de longo prazo para as contas públicas.

“Movimentos concretos nessa direção ajudariam a desarmar um pouco essa preocupação em relação ao fiscal.”

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