Ibovespa ignora NY e commodities e cai 0,36%, pressionado por forte queda do Bradesco

Resultado do Bradesco pressiona setor nesta quarta-feira

Equipe InfoMoney

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A valorização das commodities e dos índices de ações de Nova York foram insuficientes para evitar nesta quarta-feira (7) uma queda do Ibovespa, que abandonou o nível dos 130 mil pontos recuperados ontem.

No fechamento, o Ibovespa caiu 0,36%, aos 129.949,15 pontos, ante os 129.426 pontos alcançados na mínima e depois de subir aos 130.551,96 pontos na máxima.

A queda foi puxada principalmente pelas ações do Bradesco (BBDC4) após a divulgação do balanço no início da manhã, cujas ações preferenciais caíram 15,66%, levando a uma perda de valor de mercado de R$ 24,1 bilhões.

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A desvalorização do índice ocorreu ainda em meio a indicadores divulgados mais cedo no Brasil, como setor público consolidado de dezembro e 2023, com resultados piores do que o esperado, e as vendas varejistas do último mês do ano passado, que vieram mais fracas do que as expectativas. Quanto ao fiscal, ainda persiste o impasse sobre a MP que reonera a folha de pagamentos e as fontes de aumento de receita do governo.

Dividido entre dados mais fracos e o temor fiscal, os juros futuros encerraram de forma mista. Os DIs para 2025 ficaram estáveis, aos 9,95%, e os para 2027 ganharam 1,5 ponto, a 9,84%. Os contratos para 2029 perderam um ponto-base, a 10,26%, bem como os para 2031, que foram a 10,50%.

Voltando para a safra de balanços do Brasil, a Klabin (KLBN11) registrou lucro líquido de R$ 370 milhões no quarto trimestre de 2023, queda de 53% ante o mesmo período do ano anterior. Na comparação com os três meses imediatamente anteriores, o resultado foi 51% maior. A empresa ainda anunciou a distribuição de dividendos complementares no montante total de R$ 192 milhões. As ações da Klabin ficaram estáveis.

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As ações da Petrobras subiram quase 1,5%, seguindo a valorização do petróleo. Já Vale ganhou 0,19%, com o minério tendo fechado em alta de 1,12% em Dalian, na China.

Os índices de ações norte-americanos subiaram e os rendimentos dos Treasuries, também. O dólar subiu 0,11% frente ao real, a R$ 4,968 na compra e na venda.

Na agenda dos EUA, o destaque ficou com as aparições públicas dos diretores do Federal Reserve (Fed). O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, previu 2 ou 3 cortes de juros este ano, citando a possibilidade de uma redução lenta dos juros se o mercado de trabalho seguir aquecido.

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A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, defendeu que “no momento a política monetária permanece bem posicionada”, enquanto a diretora do Fed Adriana Kugler disse é preciso ter mais certeza sobre a inflação antes de reduzir a taxa básica de juros. “Tivemos falas de diversos membros do Fed e todos seguiram a ideia de manutenção dos juros por um tempo maior”, resumiu João Ferreira, sócio da One Investimentos.

(com Estadão Conteúdo e Reuters)