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SÃO PAULO – Após se aproximar dos 60 mil pontos no fim da semana passada, o Ibovespa fechou em forte queda nesta segunda-feira (22), pressionado pela queda do petróleo e pelo mercado mais cauteloso antes da votação do impeachment e do discurso de Janet Yellen no exterior. Com isso, o benchmark da Bolsa brasileira registrou perdas de 2,23%, a 57.781 pontos, em uma sessão de volume mais fraco, que ficou em R$ 5,787 bilhões.
Esta foi a maior queda do índice desde 24 de junho, quando o benchmark fechou com queda de 2,82%. Desde então, já ocorreram 40 pregões, com o Ibovespa acumulando ganhos de cerca de 18% no período. Enquanto isso, o dólar virou para queda no fim do pregão desta segunda-feira e fechou com perdas de 0,18%, a R$ 3,2003 na compra e R$ 3,2015 na venda, praticamente na mínima da sessão.
Os mercados mundiais tiveram um dia de leves perdas com os olhos voltados para o encontro de Jackson Hole, que terá como destaque a chairwoman do Fed, Janet Yellen, na sexta-feira (26), que dará pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária. Neste domingo, o vice-chair do Fed, Stanley Fischer, afirmou que a autoridade monetária está próximo de atingir meta de emprego e inflação. Fischer fez uma avaliação geral otimista da força atual da economia, dizendo que o mercado de trabalho estava perto do pleno emprego e ainda melhorando.
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Destaque ainda para as commodities: o petróleo caiu novamente abaixo de US$ 50 o barril na segunda-feira, com os analistas destacando ceticismo com o resultado de conversas entre produtores para frear o excesso de oferta. As crescentes exportações de produtos refinados da China também pressionaram os preços. O barril tipo brent recuou 3,36%, a US$ 49,17, ao passo que o WTI caiu 3,52%, a US$ 46,81. Já o minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em alta de 0,46%, a US$ 61,23 a tonelada.
Nesta segunda, apenas a Energias do Brasil (ENBR3) e Qualicorp (QUAL3) conseguiram fecharm o pregão no campo positivo. Na ponta negativa, pesando sobre o desempenho do índice, destaque para a Petrobras (PETR3; PETR4) em meio ao mergulho do petróleo no mercado internacional. Os papéis da Vale (VALE3; VALE5) também chamam a atenção, recuando mais de 3%, na contramão do dia positivo para os preços do minério de ferro. Também caem as ações das siderúrgicas CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) e dos bancos Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC3; BBDC4).
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
CSNA3 | SID NACIONALON | 9,25 | -8,33 | +131,25 | 8,02M |
USIM5 | USIMINAS PNA | 3,61 | -5,99 | +132,90 | 65,53M |
GGBR4 | GERDAU PN | 9,67 | -5,93 | +107,96 | 8,59M |
GOAU4 | GERDAU MET PN | 3,79 | -5,25 | +128,31 | 132,13M |
CMIG4 | CEMIG PN | 9,00 | -4,26 | +58,72 | 16,35M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
ENBR3 | ENERGIAS BR ON | 14,60 | +1,25 | +27,68 | 4,35M |
QUAL3 | QUALICORP ON | 22,92 | +0,09 | +71,36 | 3,54M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
CCRO3 | CCR SA ON | 17,42 | -2,79 | 153,48M | 90,70M | 13.016 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 28,59 | -2,82 | 141,61M | 266,63M | 18.036 |
GOAU4 | GERDAU MET PN | 3,79 | -5,25 | 132,13M | 104,27M | 18.960 |
PETR4 | PETROBRAS PN ATZ | 12,35 | -3,44 | 111,99M | 570,83M | 28.398 |
RUMO3 | RUMO LOG ON | 7,30 | -3,57 | 95,83M | 79,03M | 20.247 |
VIVT4 | TELEF BRASILPN | 47,18 | -2,62 | 86,83M | 103,79M | 13.908 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 19,59 | -1,31 | 79,14M | 224,78M | 18.573 |
VALE5 | VALE PNA | 15,57 | -3,71 | 76,38M | 318,25M | 18.300 |
USIM5 | USIMINAS PNA | 3,61 | -5,99 | 65,53M | 149,33M | 8.989 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN EJ | 35,64 | -1,93 | 61,00M | 409,96M | 17.074 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
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Destaques nacionais
Na agenda doméstica, o otimismo do mercado com a retomada da economia brasileira segue crescendo aos poucos. Conforme mostra o relatório Focus desta semana, as projeções para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017 subiram de 1,1% para 1,2%, ao passo que as expectativas para o mesmo indicador ao final deste ano se mantiveram em queda de 3,20%. Do lado da inflação, as apostas se mantiveram as da semana anterior: 7,31% de alta no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para o acumulado de 2016. Para o ano seguinte, a mediana das projeções dos economistas consultados pelo Banco Central minguou de 5,14% para 5,12%.
Na média do top-5 de especialistas, destaque para a mudança das perspectivas para a Selic a médio prazo. Na semana passada, as projeções para os juros ao final deste ano eram de 13,75%, mas agora subiram para 14,25%, o que indica que a mediana desses 5 economistas não indica queda na Selic em 2016.
No noticiário político, destaque para as entrevistas dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Henrique Meirelles (Fazenda). O trio de ferro da equipe do presidente interino Michel Temer buscou resgatar o discurso de que o governo fará o que entende ser o ajuste necessário, após alguns contratempos em questões como a da renegociação da dívida dos Estados e a DRU (Desvinculação de Receitas da União). A ideia de que o governo será diferente após o impeachment, a recusa de se elevar impostos e o câmbio flutuante foram amplamente defendido por cada um dos ministros em suas conversas com jornalistas.
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A semana ainda contará com o início do julgamento final que vai determinar se a presidente Dilma Rousseff sofrerá definitivamente o impeachment. Além disso, estão marcadas diversas votações no Congresso. Dentre eles, chamam atenção os destaques do texto sobre a renegociação da dívida dos Estados e o projeto que proíbe governantes de deixarem aumento de despesas com pessoal para após os seus mandatos.
Os senadores também devem votar, em primeiro turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC 31/2016), que prorroga até 2023 a DRU e cria mecanismo semelhante para estados, Distrito Federal e municípios. A proposta permite ao governo realocar livremente 30% das receitas obtidas com taxas, contribuições sociais e de Intervenção sobre o Domínio Econômico (Cide), que hoje são destinadas, por determinação constitucional ou legal, a órgãos, fundos e despesas específicos.