Ibovespa acompanha exterior e cai 0,69% na véspera do feriado após duas sessões de forte alta; dólar avança

Wall Street registra uma sessão de expressiva baixa em meio à queda de empresas do setor de tecnologia como Apple e Facebook, além de temores renovados sobre as disputa comercial entre EUA e China

Lara Rizério

Bolsa em queda (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – Após duas sessões de forte alta, o Ibovespa registrou queda na sessão desta segunda-feira (19), acompanhando o exterior, com Wall Street registrando uma sessão de expressiva baixa em meio à queda de empresas do setor de tecnologia como Apple e Facebook, além de temores renovados sobre as disputa comercial entre EUA e China. O Ibovespa fechou em baixa de 0,69%, a 87.901 pontos, enquanto o dólar comercial fechou em alta de 0,66%, a R$ 3,764. O volume financeiro da bolsa nesta sessão foi de R$ 17,97 bilhões. 

Vale destacar que a semana é novamente mais curta por conta dos feriados de Consciência Negra em alguns municípios do Brasil, que deixará a B3 fechada na próxima terça-feira (20), e com expectativa de liquidez reduzida por conta do feriado de Ação de Graças, que fará com que Wall Street fique fechada na quinta-feira e funcione em horário reduzido na sexta. Esta segunda ainda foi marcada pelo vencimento de opções sobre ações, movimentando mais de R$ 6,4 bilhões na B3 e com predominância do exercício de opções de compra das ações PN da Petrobras (PETR4). 

Sobre a Petrobras, após as confirmações de Roberto Campos Neto como o novo presidente do Banco Central e manutenção de Mansueto Almeida como secretário do Tesouro, que fizeram a bolsa disparar na sexta, na manhã desta segunda-feira foi confirmado o nome de Roberto Castello Branco para a presidência da Petrobras (veja mais clicando aqui). O nome foi visto com otimismo pelos investidores, que também ficaram de olho na cotação dos preços do petróleo, que passaram a subir na reta final do pregão com os planos de corte de oferta da commodity pela Opep. Durante a semana, os investidores também ficarão de olho na cessão onerosa.

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No exterior, o vice-presidente americano, Mike Pence, fez duras críticas à China em encontro no fim de semana, dizendo que os países devem evitar se endividar junto ao país asiático e que os EUA não estão com pressa em encerrar a guerra comercial, o que aumentou os temores do mercado. 

Na sexta-feira (16), o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que poderá não impor mais tarifas a produtos chineses depois de Pequim enviar uma lista de medidas, numa indicação de que deseja superar as atuais divergências comerciais. O comentário gerou especulação sobre um possível acordo quando Trump se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, às margens de uma cúpula do G-20 a ser realizada na Argentina, no fim deste mês.

Além disso, o noticiário corporativo ganha atenção por lá: as ações da Apple caem forte após a companhia anunciar corte da produção, enquanto o dia também é de queda para os ativos do Facebook, após Mark Zuckerberg adotou um estilo de gestão mais “agressivo”, segundo um relatório divulgado pela The Wall Street Journal. De acordo com o jornal, o co-fundador da empresa afirmou aos seus principais executivos no início de 2018 que a empresa está em guerra, uma vez que está sob a pressão de legisladores, investidores e usuários nos últimos tempos.

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Altas e baixas

Uma das maiores baixas do Ibovespa ficou com a Cielo. O Credit Suisse reduziu a recomendação para os ativos da companhia para underperform (desempenho abaixo da média do mercado) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu uma investigação contra as principais bandeiras de cartões do país para apurar possíveis violações: Visa,  Mastercard, American Express e Elo são alvos do órgão antitruste na investigação. Com essa variação, a baixa acumulada desde o início do ano chega a quase 58%.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CIEL3 CIELO ON 9,26 -5,03 -57,91 154,22M
 USIM5 USIMINAS PNA 9,34 -4,60 +3,09 168,36M
 RADL3 RAIADROGASILON 63,50 -4,15 -30,38 124,06M
 B3SA3 B3 ON 26,26 -3,77 +17,90 166,43M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 37,25 -3,50 +100,27 176,25M

Já entre os destaques de alta, atenção para o Banco do Brasil. O futuro governo deseja que o atual presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, permaneça na administração Jair Bolsonaro e há conversas para que ele assuma o comando do Banco do Brasil, aponta o Estadão. 

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As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SMLS3 SMILES ON 39,25 +3,29 -45,58 17,43M
 BBAS3 BRASIL ON 44,10 +2,34 +42,77 699,97M
 RENT3 LOCALIZA ON 28,37 +2,27 +29,27 122,28M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 35,30 +1,44 +72,20 78,54M
 NATU3 NATURA ON 37,33 +1,22 +14,02 49,26M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)


Agenda econômica da semana

A agenda de indicadores da semana é esvaziada com os feriados em São Paulo e nos Estados Unidos. No Brasil, o destaque fica para a divulgação da prévia da inflação, o IPCA-15, de novembro na sexta-feira (23). 

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A estimativa da Rosenberg Associados é de inflação de 0,30%, em um movimento de desaceleração ante a alta de 0,58% em outubro. O destaque deve ficar com o arrefecimento do grupo Transportes, reflexo da tendência de queda observada sobre os combustíveis e pela deflação esperada para os preços de passagem aérea.

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Atenção também para os dados de arrecadação de impostos em outubro. A Rosenberg estima que a arrecadação tenha atingido R$ 128 milhões, o que corresponde ao crescimento real acumulado no ano de 5,6%. “Passada a paralisação de maio e seus efeitos adversos sobre a atividade econômica, os dados da arrecadação federal se acomodam ao cenário de crescimento mais comedido projetado para os últimos meses do ano”, explica a Rosenberg, em relatório. 

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No exterior, destaque para os dados preliminares da atividade na União Europeia, referentes a novembro, e dados de confiança e mercado imobiliário nos Estados Unidos. Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.