IBC-Br, Livro Bege, dólar, juros e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

Falta de confiança na desinflação dos EUA marcou fala de Jerome Powell enquanto dólar chega a seu maior patamar desde janeiro de 2023

Camille Bocanegra

Publicidade

O mau momento no cenário geopolítico, na trajetória de juros tanto lá fora quanto aqui e as incertezas com o fiscal segue ditando o rumo dos ativos brasileiros.

As falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, sobre a falta de confiança no processo de desinflação impactaram diretamente os principais índices e a trajetória de juros por aqui e nos EUA na sessão de terça-feira. Hoje, por lá, será divulgado o Livro Bege, documento que apresenta o panorama econômico dos 12 distritos do Federal Reserve.

No Brasil, será a vez do Índice IBC-BR, de atividade econômica de fevereiro, conhecido como prévia do PIB, com projeção do Bradesco de alta de 0.9%, na comparação mensal. No mais, a temporada de balanços do primeiro trimestre de 2024 (1T24) teve início com a divulgação dos números da Romi (ROMI3).

Continua depois da publicidade

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Após o Dow Jones registrar sua sexta sessão consecutiva com perda na terça, os índices futuros dos EUA se recuperam e operam com alta na manhã desta quarta-feira. Hoje são esperados mais resultados da safra de balanços dos EUA, com destaque para ASML, do setor de tecnologia, e US Bancorp.

Em uma semana com agenda mais vazia, o destaque desta quarta-feira nos EUA será a divulgação do Livro Bege, que pode trazer mais elementos que se relacionem às falas atuais de Powell.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Continua depois da publicidade

Dow Jones Futuro: 0,37%

S&P 500 Futuro: 0,29%

Nasdaq Futuro: 0,10%

Publicidade

Ásia

Após forte queda na sessão de terça-feira, os mercados asiáticos fecharam mistos, em meio a persistentes tensões no Oriente Médio. As exportações não petrolíferas de Cingapura apresentaram dados mais decepcionantes que o esperado com queda de 20,7% (contra os 7% projetados por economistas ouvidos pela Reuters). Além disso, no avanço do dólar, que tem batido recordes, a moeda japonesa tem sido a mais atingida.

Shanghai SE (China), 2,14%

Nikkei (Japão): -1,32%

Continua depois da publicidade

Hang Seng Index (Hong Kong): 0,02%

Kospi (Coreia do Sul): -0,98%

ASX 200 (Austrália): -0,09%

Publicidade

Europa

Os mercados europeus operam em alta, mesmo após falas de Powell. A tensão ainda permanece em relação à potencial escalada de conflitos entre Irã e Israel. Ainda assim, o dia amanheceu tranquilo para o principal índice regional, Stoxx 600, que apresentava alta de 0,5%. A maioria dos setores operava no positivo, com destaque para os papéis de mineração, que subiam 2,2%.

Dentre os dados europeus, a inflação no Reino Unido apresentou queda de 3,2% em março. O número ficou abaixo do esperado por economistas e pode ser uma indicação do início de cortes de juros pelo Banco da Inglaterra.

FTSE 100 (Reino Unido): 0,44%

DAX (Alemanha): 0,54%

CAC 40 (França): 1,05%

FTSE MIB (Itália): 1,05%

STOXX 600: 0,49%

Commodities

Os preços do petróleo operam no vermelho, após encerrar a sessão de ontem com estabilidade. A escalada do dólar, aumento de demanda na China e tensões no Oriente Médio seguem no radar em relação ao preço da commodity.

As cotações do minério de ferro na China fecharam em alta, com recuperação forte após quedas apresentadas na terça-feira.

Petróleo WTI, -0,62%, a US$ 84,81 o barril

Petróleo Brent, -0,57%, a US$ 89,45 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 4,25%, a 870 iuanes, o equivalente a US$ 120,21

Bitcoin

2. Agenda

A agenda desta quarta-feira traz dados de atividade econômica no Brasil.

Brasil

9h: IBC-Br

10h35: Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, dá entrevista ao FMI, em Washington

EUA

15h: Livro Bege

3. Noticiário econômico

Cenário externo explica dois terços do que está acontecendo no Brasil, diz Haddad sobre o dólar

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 16, que o cenário externo explica dois terços do que está acontecendo no Brasil, ao ser questionado sobre a valorização do dólar frente ao real. Há pouco, o dólar estava cotado a R$ 5,2665, em alta de 1,57%.

“Tem muita coisa que está fazendo com que o mundo esteja atento ao que está acontecendo nos Estados Unidos, e o dólar está se valorizando frente às demais moedas”, disse ele, em conversa com jornalistas, em Washington.

Leilão da estatal de energia de São Paulo será na próxima sexta-feira


O governo de São Paulo realiza, na próxima sexta-feira (19), o leilão que irá consolidar a privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae). A divulgação dos valores propostos pelas companhias interessadas ocorrerá na sede da B3, na capital paulista.

A modalidade de venda será o leilão em lote único, sendo que este abrange 14,7 milhões de ações, das quais 14,4 milhões são de titularidade do governo e 350 mil da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). Para vencer, o lance mínimo, portanto, o lance deve ficar acima de R$ 776,89 milhões, já que cada ação está sendo vendida a R$ 52,85.

4. Noticiário político

Justiça derruba liminar e reconduz Pietro Mendes ao Conselho da Petrobras

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) concedeu, nesta terça-feira (16), efeito suspensivo para a decisão que afastou Pietro Adamo Sampaio Mendes da presidência do Conselho de Administração da Petrobras (PETR3PETR4).

A decisão foi proferida pelo desembargador federal Marcello Saraiva, da 4ª Turma do TRF-3, atendeu a recurso apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU), e precisa ser analisada pelo colegiado, que poderá optar por ratificar ou derrubar a medida.

5. Radar Corporativo

Romi (ROMI3)

A empresa registrou lucro de R$ 17,9 milhões no primeiro trimestre, queda de 50%. O lucro ajustado foi de R$ 9,1 milhões (-69,5%). O Ebitda somou R$ 27,3 milhões, queda de 47,1%, enquanto a margem ficou em 13,1%, ante 19,9% de um ano antes. A receita líquida somou R$ 208,5 milhões, retração de 19,5%.

Gerdau (GGBR4)

A Gerdau (GGBR4) comunicou a aprovação de aumento do capital social da Companhia para aproximadamente R$ 24.3 bilhões, mediante capitalização de reservas no valor de cerca de R$ 4 bilhões, com emissão de 351.413.410 novas ações escriturais, sem valor nominal. Os novos papéis serão compostos por 120.105.288 ações ordinárias e 231.308.122 preferenciais, que serão atribuídas gratuitamente aos acionistas, a título de bonificação, na proporção de uma ação nova para cada cinco ações da mesma espécie que possuírem na posição acionária final do dia 17/04/2024.

Eneva (ENEV3)

A Eneva comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral que a agência de
classificação de risco de crédito S&P Global Ratings publicou relatório atribuindo o rating brAAA à proposta de 10ª emissão de Debêntures da Companhia.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)