“Herbalife não é pirâmide”, diz FTC; ação dispara até 22% e dois investidores bilionários reagem

Enquanto o gestor anti-Herbalife Bill Ackman sofre novas perdas, Carl Icahn sorri novamente e adquire direito de adquirir ainda mais ações da empresa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A “novela Herbalife”, que dura mais de dois anos e tem como protagonistas dois investidores bilionários passou por uma nova reviravolta nesta sexta-feira (15). 

E o investidor Bill Ackman, que acusa a companhia de operar em um esquema de pirâmide e chegou a montar posição vendida de US$ 1 bilhão, sofreu um revés após a FTC, ou Comissão Federal de Comércio dos EUA, determinar que a companhia não opera neste esquema. Alvo de investigação pela FTC desde 2014, a Herbalife fez um acordo com a Comissão, que prevê o pagamento US$ 200 milhões e ainda concordou em mudar algumas práticas de seus negócios, em meio à investigação na qual era acusada de enganar os consumidores. Apesar do pagamento, a empresa conseguiu evitar uma acusação mais grave de que estaria operando um esquema de pirâmide.

Esta notícia animou os mercados e as ações da empresa chegaram a disparar 21,66% na NYSE (New York Stock Exchange), a US$ 72,22. Durante o dia, as ações diminuíram os ganhos, mas fecharam esta sexta-feira em alta de 9,92%, a US$ 65,25.

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Com a notícia, Ackman, gestor da Pershing Square Capital, sofreu mais um revés brutal em seus negócios, uma vez que possui uma posição vendida sobre a empresa. Ele já havia reportado fortes perdas com o seu investimento contra ela, mas a decisão levou a um golpe mais acentuado ainda. Porém, na última quinta-feira, o gestor afirmou à CNBC que já previa um acordo entre a FTC e a Herbalife e seguiu confiante quando o assunto é estar vendido nos papéis, apesar da perda de US$ 20 milhões por ano com a posição vendida. 

“Eu acho que isso vai acabar com o governo processando Herbalife por ser um esquema de pirâmide, ou Herbalife capitulando e concordando com as alterações [em seus negócios], e, em ambos as circunstâncias, a ação não vai passar de US$ 60”, afirmou ao portal americano. Porém, ele se enganou sobre a reação do mercado, já que as ações dispararam na Bolsa, superando os US$ 65,00.

Este movimento é particularmente uma má notícia para os investidores da Pershing Square. A empresa, que administra US$ 12 bilhões em ativos, sofre fortes perdas líquidas de 21,1% na primeira metade do ano, de acordo com documentos da empresa.

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Enquanto Ackman sofre, outro investidor comemora. Carl Icahn informou que agora tem o direito de aumentar a sua participação acionária na Herbalife para 34,99%, ante um teto de 25%, o que também animou os papéis: ele possui atualmente 17 milhões de ações ordinárias da empresa, ou cerca de 18% do total. Icahn afirma que a empresa tem fortes fundamentos e que tem total confiança no CEO (Chief Executive Officer) Michael Johnson e toda a sua equipe, que superou as adversidades, “incluindo a campanha contrária de Ackman”.

Por enquanto, Ackman vem perdendo a batalha para Icahn. Assim, para o gestor da Pershing, vale esperar por uma nova reviravolta na novela Herbalife. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.