Grécia aprova 13,2 bi euros em medidas de austeridade e receberá pacote

Expectativa é que esse seja o último corte em salários e aposentadorias

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A Grécia aprovou um pacote de austeridade no valor de € 13,5 bilhões nesta quarta-feira (7). Assim, o país poderá receber mais um pacote de € 31 bilhões da Troika – instituição formada pelo BCE (Banco Central Europeu), Comissão Europeia e FMI (Fundo Monetário Internacional).

A aprovação, que contou com ao menos 151 votos favoráveis, foi feita em meio a grandes protestos dentro e fora do parlamento. Milhares de trabalhadores haviam organizado uma greve para esses dias em protestos contra as medidas. A expectativa é que esse seja o último corte em salários e aposentadorias. 

Mercado esteve nervoso com a possibilidade de que a oposição, encabeçada pelo partido de extrema-esquerda Syriza, conseguisse obter uma vitória e impedisse a aprovação. Com isso, o país não mais receberia o apoio da Troika, e sem dinheiro, teria que declarar moratória – já que não teria dinheiro para pagar funcionários ou os juros da dívida. 

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Esse evento poderia causar uma ruptura severa na Zona do Euro, que poderia indicar a saída da Grécia – a primeira nação a ser expelida da união monetária. O país teria de recriar sua moeda, a dracma e os efeitos de contaminação agravariam a crise do continente. 

Embora essa seja a “solução” encontrada por boa parte das forças políticas do continente, que acreditam que isso será inevitável, os principais países estão unidos em um esforço em impedir a piora da situação grega. Samaras, primeiro-ministro do país, recebe apoio de Angela Merkel, chanceler alemã, e François Hollande, presidente francês – as duas principais forças políticas da Zona do Euro. 

Acredita-se que o destino da Grécia é o mesmo do restante dos PIIGS (sigla em inglês para Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha), que encontram fortes dificuldades com a crise financeira atualmente. Embora o PIB (Produto Interno Bruto) de Portugal, Irlanda e Grécia seja pequeno se comparado com os mastodontes do continente, uma situação extrema na Itália e Espanha poderia criar uma crise sem precedentes na Europa.