GPA (PCAR3) vende imóvel onde funcionava Extra no RJ por R$ 247 mi; notícia é positiva, mas há longo caminho para desalavancagem

O pagamento integral da operação, que ainda está sujeita ao cumprimento de algumas condições previstas em contrato

Equipe InfoMoney

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O GPA (PCAR3) anunciou na segunda-feira (4) que vendeu sua propriedade localizada na Barra da Tijuca, no Estado do Rio de Janeiro, onde antes funcionava um hipermercado Extra, por R$ 247 milhões, segundo fato relevante ao mercado.

O pagamento integral da operação, que ainda está sujeita ao cumprimento de algumas condições previstas em contrato, ocorrerá durante o terceiro trimestre de 2023, de acordo com o GPA, que não relevou o comprador.

“Além da entrada de caixa, proveniente da venda, a alienação evitará, aproximadamente, 9 milhões de reais anuais com despesas de manutenção atreladas ao imóvel que se encontra inativo desde outubro de 2022”, acrescentou a varejista.

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O GPA acrescentou que a transação está dentro de seu plano para redução da dívida da empresa ao longo de 2023 e 2024.

O JPMorgan apontou que este imóvel é um dos ativos mais valiosos que fazem parte do plano de desalavancagem da varejista. Ele era usado para abrigar um hipermercado Extra que foi
descontinuado, mas ainda consome cerca de R$ 9 milhões ao ano em custos de manutenção, incluindo
impostos sobre a propriedade.

“No geral, vemos isso como uma notícia positiva, mostrando uma continuidade no plano de vendas de ativos em um contexto de alta alavancagem, de 7,6 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] ajustado esperado para 2023”, apontam os analistas do banco.

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No entanto, os recursos de R$ 247 milhões representam apenas cerca de 4% da dívida financeira bruta no 2T23. Nesse contexto, a empresa reafirmou seu compromisso de seguir a venda dos ativos. O banco tem recomendação neutra para as ações.

Na mesma linha, o Bradesco BBI aponta que a venda de ativos não essenciais é um passo crucial para o processo de desalavancagem do GPA. A continuidade do processo é importante já que sua estrutura de capital desequilibrada e o Ebitda ajustado negativo dos últimos 12 meses (excluindo IFRS-16) provavelmente continuarão queimando o caixa do GPA. Atualmente, a empresa possui R$ 6,1 bilhões em dívida financeira bruta, além de R$ 3,2 bilhões em caixa, o que deve ser suficiente para suas necessidades de liquidez no curto prazo.

(Com Reuters)