Governo Temer quer abrir capital dos Correios e da Casa da Moeda; 10 balanços e mais notícias

Confira os destaques corporativos desta segunda-feira (16)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana começa agitada no noticiário corporativo, com destaque para a temporada de resultados e os planos do governo Michel Temer para as estatais. Confira os destaques desta segunda-feira (16):

IPOS
O presidente interino do Brasil, Michel Temer, deve manter a promessa de reduzir a atuação do Estado; segundo o jornal O Globo, o governo estaria preparando a venda da participação da União em estatais e empresas privadas. Entre as medidas, está a abertura de capital dos Correios e da Casa da Moeda. Além disso, a participação do Governo Federal em aproximadamente 230 empresas do setor elétrico deve ser vendida.

Segundo o jornal, estão previstas as vendas de participações da União na BNDESPar (sociedade de ações, braço do BNDES) e em companhias como Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas), Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais (Casemg), Novacap e Terracap (companhia de urbanização e agência de desenvolvimento do Distrito Federal), entre outras.

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Já segundo o jornal Valor Econômico, o IPO da Caixa está fora das prioridades de futuro presidente do banco. O jornal entrevistou Gilberto Occhi, que destacou que os esforços se concentrarão na reestruturação e abertura de capital das áreas de seguridade, cartões e loterias. “A abertura de capital não está sendo avaliada neste momento, estamos estudando as áreas da empresa”, afirmou ao jornal. 

Vale
A Vale (VALE3;VALE5) informou na noite de sexta-feira ter tomado conhecimento de uma ação civil, feita por associações indígenas, pedindo a suspensão do licenciamento ambiental do bilionário projeto S11D, em Canaã dos Carajás (PA). A empresa disse em comunicado que adotará todas as medidas necessárias para assegurar seu direito de defesa dentro dos prazos legais. Além da Vale, são alvos da ação a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

As duas associações indígenas que entraram com a ação pedem a suspensão do licenciamento ambiental do projeto S11D até a realização de consulta às comunidades supostamente afetadas e o pagamento de 2 milhões de reais por mês por aldeia até a finalização dos estudos, de danos materiais a serem apurados em razão da não realização dos estudos e de danos morais no valor de 1 bilhão de reais. Foi indicado ainda como valor da causa o montante de 72,4 bilhões de reais.

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A Vale argumenta que os valores são “totalmente infundados, principalmente pelo fato de as comunidades em questão estarem localizadas a mais de 12 quilômetros do empreendimento”, e afirma que “realizou os estudos relacionados às comunidades indígenas e as audiências públicas exigidas por lei”.

Em fevereiro, a Vale deu início à fase de testes do projeto S11D, com o acionamento de uma correia transportadora de 9,5 km que levará o minério de ferro à usina de beneficiamento, equipamento considerado a “espinha dorsal” do maior empreendimento da história da mineradora.

Magazine Luiza
A Susep aprova aumento do capital social da Luizaseg em R$ 110 mi, elevando-o para R$ 133,9 milhões, dividido em 
133.883.372 ações ordinárias nominativas, com valor de R$ 1,00, segundo portaria publicada no Diário Oficial.

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A conversão das ações preferenciais classe A e B em ações ordinárias de classe única da Luizaseg Seguros também é aprovada. A Susep aprova também aumento de capital da Cardif do Brasil Vida e Previdência em R$ 83 milhões, elevando-o para R$ 359,5 milhões. A Magazine Luiza renovou acordo com Cardif e Luizaseg por 10 anos, segundo comunicado de 15 de dezembro. A Luizaseg é uma seguradora própria do Magazine Luiza fundada em Dezembro de 2005, através de parceria entre a rede varejista e a seguradora BNP Paribas Cardif, e atua em seguro de garantia estendida de produtos

Cemig
A estatal mineira Cemig (CMIG4) fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de 5,2 milhões de reais, redução de 99,65 por cento sobre o lucro de 1,5 bilhão de reais no mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta sexta-feira. A receita líquida da Cemig caiu para 4,5 bilhões de reais, ante 5,8 milhões de reais um ano antes.

No período, a despesa financeira da Cemig saltou 50,87 por cento ante o mesmo período de 2015, para 412,5 milhões de reais, repercutindo em parte o aumento dos juros sobre a dívida. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da Cemig caiu 75 por cento ano a ano e encerrou o trimestre em 643,3 milhões de reais. 

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A Cemig atua em geração, distribuição e comercialização de eletricidade e tem participação em empresas de energia como a Renova, de geração renovável, e a Taesa, de transmissão, além de negócios em distribuição de gás natural e telecomunicações. Segundo o BTG, o resultado foi mais fraco que o esperado, em parte por conta de previsões mais altas, enquanto o destaque ficou para a distribuição, por conta de custos melhores do que o esperado, mas com geração e transmissão abaixo do esperado. 

Magnesita
A Magnesita (MAGG3) registrou lucro líquido de US$ 22,7 milhões no primeiro trimestre, revertendo prejuízo líquido de US$ 9,3 milhões registrados no mesmo período do ano de 2015. A receita operacional foi de US$ 243 milhões, queda de 16,7% na comparação anual. O Ebitda caiu 12,8%, para US$ 39,9 milhões, enquanto a margem Ebitda teve baixa de 0,8 ponto percentual, a 16,7%.

Cesp
O lucro líquido da Cesp (CESP6) somou R$ 97,9 milhões no primeiro trimestre de 2016, queda de 6% na comparação anual, mas acima da estimativa R$ 84 milhões, de acordo com dados compilados da Bloomberg.

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A receita líquida foi para R$ 480,7 milhões, ante R$ 415,5 milhões estimados. Já o Ebitda caiu 64% na base anual, para R$ 194,1 milhões.

Guararapes
A Guararapes (GUAR3), empresa dona da marca Riachuelo, registrou queda de 87% no lucro, que passou de R$ 84,9 milhões para R$ 11,1 milhões. A receita líquida, por sua vez, subiu 10,6%, atingindo R$ 1,2 bilhão. O Ebitda ajustado somou R$ 86,3 milhões, queda de 50,8%, enquanto as despesas operacionais por loja subiram 3,3%.

JHSF
A JHSF (JHSF3) registrou prejuízo líquido de R$ 37,2 milhões no primeiro trimestre de 2016, depois de ter registrado lucro líquido de R$ 1 milhão no mesmo período do ano passado.

O Ebitda foi de R$ 37,2 milhões no primeiro trimestre de 2016, queda de 51% sobre o resultado de 75,8 milhões um ano antes.  

Somos Educação
A Somos Educação (SEDU3) registrou lucro líquido (antes da participação dos minoritários) de R$ 57,2 milhões no primeiro trimestre, alta de 46% na comparação anual. Já a receita líquida subiu 55%, a R$ 506 milhões, enquanto o Ebitda ajustado teve alta de 51%, a R$ 188,2 milhões. A margem Ebitda caiu 1 ponto percentual, a 40%. 

 Kepler Weber
A Kepler Weber (KEPL3) registrou prejuízo atribuído a sócios de R$ 5,7 milhões, queda de 60% na comparação anual; já a receita de vendas cresceu 7,3%, para R$ 115,8 milhões. O Ebitda ficou negativo em R$ 4,8 milhões, enquanto a margem Ebitda ficou negativa em 4,2%, ante 10,2% no período anterior. 

Arteris
A Arteris (ARTR3) registrou lucro líquido de R$ 13,5 milhões no primeiro trimestre, queda de 76,2% na comparação anual, enquanto a receita líquida somou R$ 877,3 milhões, queda de 4,5%. O Ebitda ajustado subiu 10,1%, a R$ 402,773 milhões, enquanto a margem Ebitda teve baixa de 2,8 pontos percentuais, a 57%. 

BR Malls
A BR Malls (BRML3) teve lucro líquido de 130,7 milhões de reais no primeiro trimestre, ante prejuízo de 132,7 milhões de reais um ano antes, informou nesta sexta-feira a administradora de shoppings centers.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 6,5 por cento na comparação anual, a 244,058 milhões de reais no período.

Segundo o BTG Pactual, o resultado da BR Malls foi fraco, por conta de despesas financeiras maiores, que levaram FFO ( Fluxo de Caixa Operacional, na sigla em inglês) para perto de zero (versus R$ 65 milhões esperados). A venda nas mesmas lojas ficaram em linha com esperado, enquanto a vacância ficou estável, mas a inadimplência subiu 130 pontos-base na comparação anual, para 5,7%.

Positivo
A Positivo (POSI3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 16,1 milhões no primeiro trimestre de 2016, ante prejuízo de R$ 10,2 milhões no mesmo período do ano passado. A receita líquida, por sua vez, somou R$ 375,6 milhões, queda de 16,9%. O Ebitda ajustado somou R$ 29,9 milhões, alta de 4,3% na comparação anual.

Educacionais
A ação da Estácio (ESTC3) foi elevada de neutra para outperform pelo Bradesco BBI, enquanto a Kroton (KROT3) teve sua recomendação rebaixada pelo mesmo banco, de outperform para neutra.  

B2W
A B2W (BTOW3) informou que o Conselho de Administração aprovou o aumento de capital de R$ 823 milhões com emissão de ações. A Lojas Americanas (LAME4) vai exercer direito de preferência para subscrição de ações da B2W no aumento de capital.

Conforme destaca o BTG, desde o último aumento de capital, em jan de 2014, chegaram a um nível de caixa líquido de R$ 315 milhões no quarto trimestre de 2014. “Mas, de lá pra cá, investiram R$ 937 milhões em capex (incluindo várias aquisições) e acumularam prejuízo de R$ 551 milhões, chegando a um endividamento líquido de R$ 1,708 bilhão no final do primeiro trimestre. “Acreditamos que estejam comprando tempo mas uma melhora operacional é fundamental para a companhia ser sustentável no longo prazo. Reiteramos visão cautelosa para BTOW3 e seguimos acompanhando de perto uma eventual melhora no resultado para ficarmos mais positivos”, destaca o BTG.

Eletropaulo
A AES Eletropaulo (ELPL4) disse na sexta-feira que projeta impacto negativo no Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de 320 milhões a 375 milhões de reais neste ano por sobre de energia contratada.

As distribuidoras compram energia antecipadamente, em leilões promovidos pelo governo federal, e a maior parte delas encontra-se hoje com excesso de contratação devido à queda de demanda dos clientes, conforme o Brasil caminha para o segundo ano consecutivo de retração no consumo devido à recessão e à forte elevação das tarifas no ano passado. A companhia, que distribuiu 34 por cento da energia consumida no Estado de São Paulo, deve encerrar o ano com uma sobrecontratação de energia de 16 por cento.

“A companhia esclarece que acredita em uma solução para a mitigação total desse impacto em seu resultado e que, nesse sentido, desde agosto de 2015, atua junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ao Ministério de Minas e Energia (MME)”, afirmou a empresa em comunicado.

Gol
A companhia aérea Gol (GOLL4) informou que a consultoria Morten Beyer & Agnew avaliou em 223 milhões de dólares a garantia oferecida a investidores que participarem de troca de bônus proposta pela companhia. A garantia é formada por peças sobressalentes, utilizadas na operação da frota composta por aeronaves Boeing 737-700 e 800 Next Generation, afirmou a empresa esta segunda-feira.

Na sexta-feira, a Gol informou que sua subsidiária LuxCo vai pagar comissão para corretores que convencerem os credores da companhia aérea a trocar bônus antigos por novos com grande desconto. Os corretores receberão 2,50 dólares por cada 1 mil dólares do montante principal dos bônus antigos que forem ofertados e aceitos na troca dos títulos. Sob os termos da proposta, a Gol sugeriu trocar até 780 milhões de dólares em bônus sem garantias no mercado norte-americano e com vencimentos que vão de 2017 a 2023, além de um bônus perpétuo, por títulos novos com garantia e vencimentos em 2018, 2022 e 2028.

Detentores de bônus que desejem aproveitar prêmio oferecido pela companhia deverão participar da oferta de troca até terça-feira. Mais cedo neste mês, grupo de detentores de bônus da companhia aérea rejeitou proposta da empresa para troca dos títulos denominados em dólar, argumentando que a proposta prevê concessões significativas sem fornecer informações suficientes sobre a empresa.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.