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Após o tombo médio de 4% em dólar das ações das companhias do setor proteína brasileiro no pregão da última quinta-feira (7) e continuidade da baixa nesta sexta (8), o Goldman Sachs recomendou que os investidores aproveitem o recuo para aumentar a exposição em JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), reiterando a recomendação de compra para ambos os nomes.
Na última quinta, as ações da JBS fecharam em queda de 2,98%, BRF caiu 5,16%, Marfrig teve baixa de 2,80% e Minerva registrou desvalorização de 5,59%. A baixa continua nesta sexta, com quedas entre 2% e 3% dos ativos.
O Goldman Sachs atribui o movimento a uma margem bruta sequencialmente mais fraca relatada pela Minerva no 3T24 e o aumento contínuo dos preços do gado no Brasil e suas potenciais implicações para a inflação/taxas futuras (ou seja, o gado representa 80 a 90% dos custos dos frigoríficos, e a carne bovina representa 13% do índice de inflação de alimentos em casa). Analistas de mercado também destacam um possível movimento de zeragem de posição de fundos, em um cenário de alta anual das ações.
Neste cenário, segundo o banco, Pilgrim’s Pride Corporation (PPC), a subsidiária da JBS voltada para frango, além de Seara (da Marfrig) e BRF continuam a se beneficiar de um cenário de demanda robusta, custos estáveis e oferta racional.
Já os preços mais altos da carne bovina brasileira podem criar ventos favoráveis adicionais para o frango, aumentando a convicção do banco em um início forte para 2025 (os spreads de preços domésticos em outubro estão claramente melhores para o frango).
JBS (JBSS3)
O Goldman reiterou recomendação de compra para JBS, com um preço-alvo de 12 meses de R$ 42,9 por ação, com base em uma avaliação soma-das-partes.
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Os principais riscos de baixa na visão do banco incluem: 1) riscos de execução em torno do processo de listagem dupla nos EUA; 2) uma nova oferta global excessiva de frango; 3) aquisições diluitivas; 4) uma desaceleração cíclica mais longa do que o esperado nos EUA; 5) deterioração macroeconômica e demanda global mais fraca do que o esperado para proteína; 6) volatilidade cambial; 7) embargos, proibições e/ou interrupções sanitárias potenciais; e 8) litígios potenciais.
A JBS divulga os resultados do 3T24 em 13 de novembro. O Goldman está 3% acima do consenso da Bloomberg para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Marfrig (MRFG3)
O Goldman manteve recomendação de compra para ações da Marfrig, com um preço-alvo de 12 meses de R$ 18,1 com base em uma avaliação soma-das-partes.
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Para analistas, os principais riscos de queda incluem: 1) alto nível de endividamento; 2) uma desaceleração cíclica mais longa do que o esperado na carne bovina dos EUA; 3) uma inflexão negativa abrupta no ciclo de resultados da BRF; 4) Atividade inorgânica diluitiva; 5) embargos; 6) Litígios potenciais em regiões produtoras-chave; 7) apreciação material do real; e 8) Deterioração macroeconômica geral e demanda global mais fraca do que o esperado para proteína.