Gol (GOLL4): ação desaba 12,50% com expectativa de diluição massiva de capital afetando minoritários; Citi corta recomendação

Na véspera, após o fechamento do mercado, a aérea anunciou a emissão de bônus de subscrição que deve diluir acionistas 

Equipe InfoMoney

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As ações da Gol (GOLL4) tiveram uma sessão de derrocada na B3: os papéis fecharam em baixa era de 12,50%, a R$ 8,19. Além da alta do dólar, que impacta a dívida da aérea – e também levou à baixa de 6,60% da Azul (AZUL4) no pregão – notícias envolvendo a companhia e a possível diluição dos acionistas impactaram os ativos.

Na véspera, após o fechamento do mercado, a Gol (GOLL4) anunciou a emissão de bônus de subscrição.

Cabe destacar que, em 22 de março, o conselho de administração da aérea havia aprovado a conversão de US$ 1,4 bilhão em senior Secured Notes subscritas pelo Grupo Abra em Exchangeable Senior Secure Notes (ESSN).

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Como parte desse negócio, a empresa anunciou a emissão de até 1,891 bilhão de bônus de subscrição ao preço de exercício de R$ 5,84 por ativo GOLL4. Os acionistas terão até o dia 26 de setembro para exercer os bônus de subscrição. Esses bônus podem ser convertidos em ações da GOL a R$ 5,84 por papel GOLL4 a qualquer momento até 02 de março de 2028. Para cada ação da GOLL4, o acionista terá direito ao exercício de 4,52 ações preferenciais.

O acionista controlador também está transferindo, sem custos, 991,951 milhões de bônus de subscrição para a GOL Equity Finance, que é referenciada nas ESSNs (exchangeable senior secured notes).

Os analistas do Bradesco BBI apontaram não esperar que os acionistas minoritários da GOL irão aderir a este aumento de capital. A ação estava sendo negociada, até o fechamento da véspera, a R$ 9,36 por ativo, 20% abaixo do custo caixa total de R$ 11,66 da GOLL4 para exercer o bônus de subscrição a R$ 5,84 por papel e depois convertê-lo em patrimônio por R$ 5,82 por ação.

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Por outro lado, o acionista controlador da GOL converterá a ESSN em capital, o que aumentará sua participação para 86,3%, de 53,9% do valor econômico total. “Relembramos ainda que o custo do bônus de subscrição já estava incluído na estrutura SSN/ESSN. Com base no preço de fechamento de ontem, esperamos que o preço das ações caia 26% para incorporar a diluição”, avaliam os analistas do BBI.

O banco mantém a sua recomendação neutra e um preço-alvo de R$ 14,00 (ou alta de 50% frente o fechamento da véspera), pois o seu valuation já incorpora a diluição das ações.

O Citi, por sua vez, foi mais longe e cortou a recomendação dos papéis  (ADRs, ou ativos da companhia negociados na Bolsa americana) de compra para neutro/alto risco após o anúncio da véspera.

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Operacionalmente falando, avalia, a Gol parece estar no caminho certo, com forte geração de receita, melhorando o fluxo de caixa operacional e um cenário competitivo brasileiro benigno.

“Apesar desse cenário operacional positivo, a participação da operadora na ABRA, juntamente com a colombiana Avianca, e agora uma planejada e massiva emissão de bônus, parecem medidas drásticas que criam desafios importantes para os acionistas minoritários”, avaliam os analistas do banco americano.

O preço-alvo dos ADRs passou de US$ 7,75 para US$ 4,20, ou um upside de 13,2% frente o fechamento da véspera.