Gigante da carne, JBS faz aposta em mercado global de peixes

"É um segmento que continua crescendo ano após ano e não existe qualquer tipo de barreira religiosa para o crescimento"

Estadão Conteúdo

Publicidade

A JBS (JBSS3) quer se tornar relevante no mercado global de peixes, a última fronteira que falta para a empresa no setor de proteína animal, e a compra da australiana Huon Aquaculture é o primeiro passo para isso. Essa é a visão do presidente global da companhia, Gilberto Tomazoni. Segundo ele, a empresa quer repetir a expansão que teve em outros segmentos, como o de frangos, suínos e de alimentos processados.

“É um segmento que continua crescendo ano após ano e não existe qualquer tipo de barreira religiosa para o crescimento. Não sei dizer em quanto tempo vamos ter essa relevância, mas o que eu posso dizer é que aprendemos rápido”, afirma Tomazoni em entrevista ao Estadão. “É muito mais do que uma aquisição: é um movimento estratégico.”

Nesta sexta-feira, 6, a JBS firmou um acordo para comprar a operação da Huon por cerca de R$ 1,65 bilhão, ou 425 milhões de dólares australianos. O negócio ainda depende da aprovação de órgãos reguladores da Austrália e também da aprovação dos acionistas da Huon. No entanto, os principais acionistas da empresa, Peter e Frances Bender (que possuem 53% do negócio), recomendaram o negócio dizendo que ele atende aos melhores interesses do grupo.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A estreia da JBS na produção própria de pescados acontece em um mercado em que ela já possui uma operação importante. Na Austrália, a companhia brasileira já possui mais de 12 mil empregados e tem a exportação de carne bovina como o seu principal negócio. Recentemente, a empresa comprou a Rivalea, líder no país na produção de suínos. Porém, a operação da Huon funciona praticamente para abastecer o mercado interno: apenas 15% dos peixes são exportados.

Para Tomazoni, esses números de exportações podem crescer, já que a empresa possui uma grande experiência com esse mercado. “O mercado australiano continuará sendo o foco, mas existe todo um mercado premium de exportação de produtos frescos. E, caso o negócio seja aprovado, a Huon terá acesso a toda a nossa estrutura de distribuição, marketing e vendas. Vamos ter uma grande sinergia nisso”, afirma.

Mas o mercado que a Huon deve acessar para um aumento de exportações será a Ásia, segundo o executivo. Ou seja, os peixes, pelo menos no início, não serão exportados para o Brasil. Em março deste ano, a JBS estreou no mercado de pescados com uma nova linha da Seara, com produtos como filé de tilápia, lombo de salmão (especialidade da Huon) e camarão, entre outros.

Continua depois da publicidade

Para David Lelis, sócio da Valor Investimentos, o mercado apostou que a empresa está tendo um gasto agora para ter um caixa futuro bem mais positivo. “Não é um mercado igual, mas que combina bastante com os outros em que ela já atua”, afirma.

Para Saulo Sturaro, sócio da JK Capital, o risco da aquisição é baixo e a empresa deve, em breve, fazer novas aquisições nessa área. “O consumo de peixes saiu de 9 quilos por pessoa para ultrapassar mais de 20 quilos atualmente. Olhando para o porte da empresa e as sinergias que ela conseguiria, nos parece uma expansão muito interessante”, diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Continua depois da publicidade

Em curso gratuito de Opções, professor Su Chong Wei ensina método para ter ganhos recorrentes na bolsa. Inscreva-se grátis e participe.