Gerdau (GGBR4): venda de ativos não essenciais é positiva e está alinhada com estratégia da companhia

Companhia vendeu participação nas JVs Metaldom Corp e Diaco por US$ 325 mi

Felipe Moreira

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A Gerdau (GGBR4) anunciou na véspera (17) o desinvestimento de suas participações na joint venture Gerdau Diaco e Gerdau Metaldom para o Grupo INICIA, atual sócio da companhia nas JVs, pelo montante de US$ 325 milhões.

A siderúrgica destacou ainda que esta operação está alinhada com a sua estratégia de alocação de capital ao enfatizar o crescimento e a competitividade de ativos com maior potencial de criação de valor no longo prazo. Com base nisso, o valor de US$ 325 milhões será utilizado no capex da empresa.

O JPMorgan considera positiva a decisão da Gerdau de alienar ativos não essenciais para financiar ativos de criação de valor a longo prazo.

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Segundo estimativas do JPMorgan, a transação equivale a um múltiplo de cerca de 4,8 vezes (considerando o Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, da Gerdau) para 2024, o que representa um pequeno prêmio em relação ao múltiplo Valor da firma (EV)/Ebitda da Gerdau em 2024 de 3,7 vezes.

Já o Morgan Stanley avaliou a operação em cerca de 4,9 vezes EV/Ebitda versus o múltiplo consolidado da Gerdau de cerca de 4,2 vezes no mesmo período.

A equipe de research do Morgan projeta um Ebitda de R$ 2,147 bilhões no 4T23 (-22% abaixo da previsão anterior), devido à forte desvalorização do peso argentino e um consequente impacto negativo nas receitas da divisão América do Sul.

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Para 2023, a projeção é de R$ 13,589 bilhões (-4%); R$ 9,953 bilhões em 2024 (-5%); R$ 10,554 bilhões em 2025 (-11%) e R$ 11,217 bilhões em 2026 (-10%). As estimativas de lucro por ação normalizado são de R$ 0,66 no 4T23, R$ 4,47 em 2023, R$ 2,95 em 2024, R$ 3,19 em 2025 e R$ 3,50 em 2026.

O JPMorgan mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 26 por ação da Gerdau. O Morgan Stanley também classificação neutra e elevou preço-alvo de R$ 30 para R$ 33, pois vê que a empresa oferece forte geração de fluxo de caixa e avaliação barata em relação ao histórico. Contudo, os analistas do banco acreditam que as perspectivas de redução dos preços spot do aço nos EUA e no Brasil pesarão sobre o desempenho das ações no curto prazo.

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