Futuros de NY têm nova queda à espera de ata do Fomc e relatório Jolts: os destaques do mercado hoje

Bolsas europeias recuam na sessão e mercados asiáticos encerram dia em queda

Camille Bocanegra

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Os índices futuros de Nova York mantiveram a trajetória de queda vista no primeiro pregão do ano e iniciaram o dia em baixa. O Nasdaq Composite apresentou sua pior sessão desde outubro e apenas o Dow Jones encerrou o dia em estabilidade. O tom de queda foi dado pelo setor de tecnologia, após o rebaixamento das ações da Apple na classificação do banco britânico Barclays.

A mudança de recomendação para “underweight” (similar a venda) impactou não somente a Apple, que apresentou queda de mais de 3%, como também outras gigantes de tecnologia, como a Nvidia (perda de 2,7%), a Advanced Micro Devices (recuo de 6%). Microsoft e a Alphabet (ambas com quedas de mais de 1%).

Para analistas, contudo, as correções seriam naturais, considerando as altas observadas no fim do ano, com avanço de 24% para o S&P 500 e 43% para o Nasdaq.

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O dia foi marcado também por movimentos globais de aversão ao risco. Os treasury yields (títulos do Tesouro dos EUA) avançaram, reagindo à preocupações com as perspectivas de taxas de juros e panorama econômico. O rendimento dos Treasuries de 10 anos subiu quase 9 pontos-base, atingindo 3,946%, e o retorno para o título de 2 anos estava 8 pontos-base mais alto, atingindo 4,328%.

Hoje, o destaque é justamente para a divulgação da Ata do Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve), que traz mais indicações dos rumos da trajetória de juros no país. A expectativa é que o documento apresente mais direções sobre o início do ciclo de cortes pela instituição. Há expectativas também de comentários sobre o tema pelo presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, que falará nesta tarde.

Pela ferramenta FedWatch do CME Group, as apostas para um corte na taxa de juros na reunião do FOMC em 20 de março ainda são prevalentes, mas caíram em relação à semana passada. Ainda assim, é considerado 66,5% provável que o intervalo seja reduzido para 5,00-5,25% (ante 73,4% em 29 de dezembro).

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Além disso, há expectativa pela divulgação do relatório JOLTS, o primeiro dos números apresentados nesta semana sobre o mercado de trabalho dos EUA, com projeção LSEG de 8,850 milhões aberturas de postos de trabalho. Para amanhã, a pesquisa ADP de empregos privados é esperada e, na sexta, o mais importante dado do setor será divulgado, com a apresentação dos números de payroll non-farm.

Hoje será divulgado também o PMI Industrial ISM de dezembro, com previsão LSEG de 47,1.

Os mercados europeus amanheceram sem direção definida, tentando recuperação após quedas no primeiro pregão do ano. O índice Stoxx 600 operava com estabilidade, com ações de alimentos e bebidas em ligeira alta de 0,6% compensando o recuo de 0,8% do setor de construção e materiais. Durante a manhã, os índices europeus passaram a cair.

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No mercado asiático, o dia foi de quedas puxadas por grandes empresas de tecnologia, em especial fabricantes de chips. Os principais índices da Ásia sentiram o efeito do rebaixamento da Apple e suas fornecedoras operaram com baixas. No Japão, a bolsa segue fechada por feriado de mercado.

Por aqui, teremos apenas a divulgação, pelo Banco Central, dos números sobre as transações correntes de novembro e de investimento estrangeiro. A projeção é de menos US$ 400 milhões.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros de Nova York apresentam quedas nesta manhã, ainda na trajetória apresentada na sessão de ontem. O Nasdaq Composite apresentou sua pior sessão desde outubro, com recuo de mais de 1,6% e apenas o Dow Jones encerrou o dia com discreta alta de 0,1%. O S&P 500 também apresentou queda de 0,6%.

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O movimento foi puxado pela mudança de recomendação das ações da Apple, que derrubou todo o setor.

Dentre os gigantes da tecnologia, Nvidia e Advanced Micro Devices, caíram 2,7% e 6%, respectivamente, enquanto Alphabet e Microsoft perderam mais de 1%. O VanEck Semiconductor ETF (SMH) caiu 3,4%, enquanto a Intel perdeu 4,9%.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

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Ásia

No mercado asiático, o dia foi de quedas puxadas por grandes empresas de tecnologia, em especial fabricantes de chips.

Os principais índices da Ásia sentiram o efeito do rebaixamento da Apple e suas fornecedoras operaram com baixas.

A maioria das ações de tecnologia e de chips, incluindo Samsung Electronics, LG Corporation e SK Hynix, caiu cerca de 3% cada. No Japão, a bolsa segue fechada por feriado de mercado.

Europa

As bolsas europeias abriram o pregão sem direção definida, mas passaram para queda ao longo da manhã. O índice Stoxx 600, que operava com estabilidade na abertura, passou a cair durante a manhã.

Os setores permanecem mistos, com destaque para ações de saúde subindo 1,04% e de alimentos e bebidas em ligeira alta de 0,6% compensando o recuo de 0,8% do setor de construção e materiais e queda de 0,6% dos papéis de tecnologia e mineração.

Commodities

Após oscilações no primeiro dia do ano, com início do dia em alta e fechamento com quedas, o petróleo recua nesta quarta-feira.

A movimentação de ontem foi causada pela tensão presente no Mar Vermelho, após mais ataques Houthi à embarcações cargueiras. A Marinha dos EUA destruiu três barcos Houthi e, em resposta, o Irã anunciou envio de navio para a região.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda de hoje tem como destaque a ata do FOMC e o relatório Jolts, nos EUA.

Brasil

8h30: Transações comerciais, pelo Banco Central, com projeção LSEG de -U$ 400 milhões

EUA

12h: Relatório Jolts de novembro, com projeção LSEG de 8,850 milhões de postos

12h: PMI Industrial ISM, com projeção LSEG de 47,1

3. Noticiário econômico

BC informa que teto para rotativo vale a partir desta quarta-feira

O Banco Central (BC) esclareceu, na terça, em Brasília, que o teto de juros para o rotativo e da fatura parcelada do cartão só entram em vigor nesta quarta-feira (3). Segundo o órgão, o feriado de 1º de janeiro adiou em um dia a entrada em vigor da medida, que limitou em 100% do valor total da dívida os juros e encargos das duas modalidades do cartão de crédito.

O prazo da Lei do Desenrola, que instituiu o teto para as duas modalidades do cartão de crédito, terminaria em 1º de janeiro. Com o feriado, a data-limite para a apresentação e a aprovação de uma autorregulação do setor ficou para esta terça. Como não houve acordo para a regulação própria, o teto entrará em vigor em 3 de janeiro.

BNDES financia com R$ 6 bilhões exportação de 39 aeronaves da Embraer

A exportação de mais 39 aeronaves da Embraer, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em torno de R$ 6 bilhões, vai reforçar a balança comercial brasileira. São três contratos distintos com a Skywest Airlines, a American Airlines e a Azorra Aviation Holdings LLC, que totalizam o equivalente a mais de R$ 7 bilhões em exportação de bens de alta tecnologia e alto valor agregado. A informação foi divulgada nesta terça-feira (2) pelo banco.

Para o presidente da instituição, Aloizio Mercadante, o financiamento às exportações das aeronaves da Embraer é fundamental para o Brasil. “O BNDES, como agência de crédito à exportação brasileira, tem entre os seus objetivos oferecer condições que garantam igualdade de competitividade ao exportador brasileiro no mercado internacional, gerando emprego e renda no Brasil.”

4. Noticiário político

Presidente Lula sanciona LDO de 2024 com vetos e meta fiscal zero

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, com vetos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (2).  

O texto, aprovado pelo Congresso em 19 de dezembro, traz orientações para a elaboração do Orçamento de 2024 e fixa parâmetros para a alocação de recursos para garantir a realização das metas e objetivos contemplados no Plano Plurianual (PPA).

Entre as diretrizes, está a meta de déficit primário zero para este ano, ou seja, os gastos federais não podem superar o somatório da arrecadação com tributos e outras fontes. Para cumprir a meta fiscal, o governo precisa obter R$ 168 bilhões em receitas extras em 2024.

5. Radar Corporativo

Direcional (DIRR3)

A Direcional (DIRR3) depositará nesta quarta-feira (3) um total de R$ 81,16 milhões em proventos, conforme aprovado em reunião do conselho de administração da empresa na semana passada.

Os valores chegarão aos investidores na forma de dividendos, isentos de Imposto de Renda.

Os acionistas receberão R$ 0,47 por ação, desde que tenham estado nos registros da companhia no dia 5 de dezembro de 2023, que foi a “data com” – data limite para ter um papel na carteira e ter direito aos proventos anunciados.

Unifique (FIQE3)

A Unifique (FIQE3) comunicou a aquisição de 100% (cem por cento) do capital social Vex Telecomunicações Ltda. (“Vex”).

Embora não caracterize um investimento relevante, nos termos dos artigos 247 e 256, inciso I da Lei das S.A., a Aquisição deverá ser ratificada pelos acionistas da Companhia em Assembleia Geral Extraordinária, tendo em vista que o preço médio de cada ação adquirida da Vex ultrapassa 1,5 vez o valor do lucro líquido por ação de emissão da Vex.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)