Futuros de NY e Europa caem à espera de dados de emprego privado nos EUA; produção industrial no Brasil e mais assuntos

Mercados também aguardam pelas falas dos membros do Fed, Raphael Bostic e James Bullard após ata do Fomc, que segue repercutindo

Felipe Moreira

(Getty Images)

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A maioria dos mercados europeus e índices futuros dos Estados Unidos operam em baixa, enquanto as bolsas asiáticas fecharam em alta generalizada nesta quinta-feira (5), com investidores repercutindo a ata da última reunião do Federal Reserve publicada na quarta-feira e à espera de mais dados do mercado de trabalho americano.

A minuta do Fed mostrou que membros da instituição apoiam taxas de juros mais altas para enfrentar inflação.

Na véspera, também foi publicado o relatório de abertura de empregos e rotatividade de mão de obra, ou JOLTS, de novembro, que mostrou um mercado de trabalho ainda forte, reforçando as preocupações de que o Fed poderia continuar aumentando as taxas de juros enquanto o mercado de trabalho permanecer aquecido.

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Investidores aguardam pela divulgação da pesquisa ADP, de criação de vagas no setor privado dos EUA, às 10h15, que antecede a divulgação do relatório de emprego (payroll), na sexta-feira (6).

Por aqui, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcou para amanhã (6) sua primeira reunião ministerial, na qual pretende iniciar a articulação do governo, após divergências públicas entre ministros. Cabe destacar que, na véspera, o Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, em uma trégua após um começo de ano mais negativo, com Petrobras (PETR3;PETR4) entre os principais suportes após o senador Jean Paul Prates, indicado pela União para presidir a companhia, afirmar que não irá desvincular preços de combustíveis de valores internacionais.

Os investidores devem acompanhar nesta quinta-feira, às 10h, a posse de Simone Tebet como ministra do Planejamento e Orçamento.

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Na frente econômica, saem os dados da produção industrial de novembro. O consenso Refinitiv prevê recuo de 0,1% na comparação com outubro e alta de 0,8% na base anual.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã de hoje à medida que os investidores digerem a ata da última reunião do Fed e aguardam por mais dados trabalhistas.

Cabe ressaltar que, na véspera, o índice S&P 500 encerrou em alta na esteira da divulgação da ata, que mostrou as autoridades do banco central norte-americano focadas em controlar a inflação, mesmo depois de concordarem em desacelerar o ritmo de aumentos da taxa de juros.

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Autoridades presentes na reunião de política monetária do Fed de 13 a 14 de dezembro concordaram que o banco central dos Estados Unidos deve continuar a aumentar o custo do crédito para controlar o ritmo dos saltos dos preços, mas de forma gradual com o objetivo de limitar os riscos ao crescimento econômico. Enquanto alguns gestores de recursos disseram que a ata não incluiu surpresas, o mercado parecia ter esperanças de algum sinal de que o Fed estava pelo menos considerando afrouxar o aperto monetário.

Os investidores aguardam por dados da pesquisa de empregos privados pelo ADP, balança comercial e atividade empresarial. Os membros do Fed, Raphael Bostic e James Bullard, também devem estão previstos para discursar hoje.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

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Ásia

Os mercados asiáticos fecharam em alta, com investidores atentos aos dados econômicos dos EUA e também repercutindo uma melhora no Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da China para dezembro. O S&P Purchasing Managers’ Index de Hong Kong também mostrou uma pressão menor na atividade fabril.

Além disso, as vendas no varejo de Cingapura aumentaram 6,2% em novembro em relação ao ano anterior, abaixo do crescimento de 10,3% registrado em outubro.

Europa

A maioria das bolsas europeias opera em baixa, revertendo parte dos ganhos da véspera, à medida que investidores se concentram em dados econômicos da região e nos últimos sinais do Federal Reserve dos EUA sobre inflação e taxas de juros.

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Agentes do mercado devem repercutir dados de inflação ao produtor da Zona do Euro de novembro, com queda de 0,9% em relação ao mês de outubro, em linha com a previsão da Refinitiv.

Os mercados europeus fecharam em alta na véspera, com os dados de inflação da França e da Alemanha indicando que os aumentos dos preços ao consumidor na Zona do Euro estão diminuindo.

Commodities

Depois de acumular perdas de 9% nas duas primeiras sessões do ano, as cotações do petróleo sobem nesta quinta-feira (5), com investidores aproveitando a queda para comprar contratos futuros, diante da expectativa de que a demanda de combustível de longo prazo permanecerá estável.

Os preços do minério de ferro na China recuam à medida que a Covid avança pelo país, aumentando o pessimismo em torno dos preços da commodity.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda desta quinta-feira é marcada pela divulgação da pesquisa ADP, de criação de vagas no setor privado dos EUA, às 10h15, que antecipa o payroll na sexta-feira.

No Brasil, o principal indicador de hoje é a produção industrial de novembro. O consenso Refinitiv prevê recuo de 0,1% na comparação com outubro e alta de 0,8% na base anual.

Brasil

8h: Antecedente de emprego de dezembro

9h: Produção industrial de novembro, com consenso Refinitiv projetando recuo de 0,1% na comparação com outubro e alta de 0,8% na base anual

EUA

10h15: Emprego privado (ADP) de dezembro

10h30: Balança comercial de novembro, consenso Refinitiv prevê superávit de US$ 73 bilhões

10h30: Auxílio-desemprego semanal, com consenso Refinitiv prevendo 225 mil solicitações

11h20: Discurso do membro do Fed, Raphael Bostic

11h45: PMI de serviços de dezembro

13h: Estoques de petróleo (AIE) semanal

15h20: Discurso do membro do Fed, James Bullard

Zona do Euro

7h: Índice de preços ao produtor de novembro, com previsão de baixa de 0,9% em relação ao mês de outubro e alta de 27,5% na base anual

3. Noticiário econômico

Secretário do Tesouro descarta cenário de dívida explosiva

O novo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que a nova equipe econômica do governo Lula trabalha para reverter a trajetória explosiva da dívida pública que se desenha diante do déficit de R$ 231 bilhões previsto no Orçamento deste ano.

Em sua primeira entrevista no cargo, Ceron assumiu o compromisso de evitar que o endividamento ultrapasse o patamar de 80% do PIB (Produto Interno Bruto). “Se nada for feito, pode atingir de fato uma trajetória explosiva, mas não é o que vai acontecer”, disse à Folha.

Haddad anunciará primeiras medidas econômicas na próxima semana

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem (4) que o governo anunciará as primeiras medidas econômicas na próxima semana. Ele deu a declaração ao retornar ao ministério após reunir-se com o presidente Lula  por mais de duas horas.

Haddad não adiantou detalhes das medidas. Apenas disse que falará na próxima semana.

4. Noticiário político

Lula fará reunião ministerial após divergências públicas entre ministros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcou para a próxima sexta-feira (6) sua primeira reunião ministerial, na qual pretende iniciar a articulação do governo, após divergências públicas entre ministros.

O encontro ministerial já estava previsto – na semana passada, Lula havia dito que pretendia fazer uma reunião ministerial logo depois da posse. Mas deverá servir para o presidente aparar arestas após recentes divergências públicas entre ministros.

Logo no primeiro dia de governo, Lula renovou isenção tributária sobre combustíveis apesar de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) haver pedido ao governo anterior para não renovar a medida que se encerraria no fim do ano passado.

Já nesta quarta-feira os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), negaram que o governo esteja estudando rever a reforma previdenciária aprovada em 2019, depois que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), criticou na véspera o que chamou de “antirreforma”, sinalizando que poderia discutir mudanças.

Prognóstico é de reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, diz Jaques Wagner

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, afirmou ontem que “o prognóstico é de reeleição” dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. “Estamos bem-posicionados no Senado e na Câmara, afinal aprovamos a PEC”, disse Wagner após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mesmo assim, destacou que é importante “conhecer” os deputados e senadores que iniciarão seus mandatos neste ano.

Covid

O Brasil registrou na véspera 207 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 694.442 desde o início da pandemia.

Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 120. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -11%.

No total, o país registrou 30.287 novos diagnósticos de Covid-19 em 24 horas, completando 36.428.107 casos conhecidos desde o início da pandemia.

5. Radar Corporativo

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O Conselho de administração da Eletrobras (ELET3; ELET6) retirou proposta de resgate das ações PNA da pauta da AGE desta quinta, conforme comunicado publicado na noite de quarta-feira.

Mais cedo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) considerou irregular o resgate compulsório dos papéis.

A companhia diz que estudará com seus assessores as alternativas relacionadas ao tema e, oportunamente, informará os acionistas sobre a eventual retomada das respectivas deliberações em futura assembleia da empresa.

Multiplan (MULT3)

As vendas da Multiplan (MULT3) em seus shopping centers somaram R$ 6,3 bilhões no quarto trimestre de 2022, o que representa um aumento de 12,9% ante mesma etapa de 2021.

Considerando a mesma base de lojas, as vendas realizadas de outubro a dezembro em shoppings da Multiplan foram 11,8% maiores, afirmou a companhia no comunicado.

 

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)