Futuros de Nova York caem à espera de falas de Powell; varejo no Brasil, investidores de olho no Congresso e mais destaques

Campos Neto, presidente do BC do Brasil, ministrará palestra em evento nos Estados Unidos

Felipe Moreira

(Getty Images)

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Os índices futuros dos Estados Unidos operam com baixa nesta quarta-feira (8), com os investidores aguardando dois dias de comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, começando hoje às 11h15 (horário de Brasília) para saber se os aumentos dos juros nos EUA realmente terminaram.

Os dados surpreendentemente fracos de emprego da semana passada aumentaram as expectativas de que as taxas de juro tinham atingido o pico, mas os comentários do Fed desde então alertaram contra a complacência na luta contra a inflação.

As apostas de cortes nas taxas de juros no mês de maio estão em 50%, segundo as curvas das taxas dos Fed Funds.

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No Brasil, o Senado aprovou um requerimento que confere “calendário especial” à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, dando condições regimentais para que a matéria possa ser analisada ainda nesta quarta-feira.

Em indicadores, destaque para os dados de vendas no varejo de setembro, com consenso LSEG prevendo estabilidade na comparação com agosto e alta anual de 2,5%.

Ainda no radar, Roberto Campos Neto, presidente do BC, ministra palestra em Nova Iorque, Estados Unidos, às 15h40.

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1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com leve baixa nesta manhã de quarta-feira após o S&P 500 e Nasdaq alcançaram suas mais longas sequências de ganhos em cerca de dois anos. Hoje as atenções estão voltadas para discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em busca de mais informações sobre a política monetária americana.

Resorts MGM, WaltDisney e Take-Two divulgarão resultados após o fechamento desta quarta-feira. Os investidores também estarão atentos aos dados dos estoques no atacado de setembro.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

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Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com baixa em sua maioria, com o índice de referência da Coreia do Sul anulando mais de metade dos ganhos obtidos no início desta semana, enquanto os investidores digeriram uma pesquisa positiva sobre o sentimento empresarial do Japão.

O Kospi, da Coreia do Sul, caiu 3,24% nas duas sessões desde segunda-feira, quando ganhou mais de 5% depois que o país impôs novamente a proibição das vendas a descoberto.

A pesquisa Reuters Tankan mostrou que a confiança dos empresários japoneses melhorou pela primeira vez desde agosto e que o humor do setor de serviços melhorou pelo segundo mês, ressaltando uma perspectiva desafiadora em meio a uma recuperação econômica irregular.

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Europa

Os mercados europeus operam majoritariamente no vermelho, dando continuidade a dinâmica negativa observada desde o início da semana.

Os lucros das empresas continuam a impulsionar o movimento dos preços das ações individuais na Europa. Commerzbank, Credit Agricole, Marks and Spencer, Telefonica, Adidas e ABN Amro reportaram seus respectivos balanços na manhã de hoje.

Na frente de dados, as vendas no varejo da zona euro para setembro atingiram queda de 0,3% na comparação ante agosto e de 2,9% na base anual. O consenso LSEG apontava para um recuo de 0,2% na base mensal e de 3,1% na comparação anual.

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Commodities

As cotações do petróleo operam com baixa, atingindo seu nível mais baixo em mais de três meses, depois dos dados da indústria terem mostrado um aumento acentuado na oferta de petróleo nos EUA, enquanto os dados econômicos mistos da China aumentaram as preocupações sobre a procura global de petróleo.

As cotações do minério de ferro na China fecharam em alta, uma vez que o sentimento foi impulsionado após um discurso do governador do banco central da China sobre o apoio ao mercado imobiliário, o maior setor consumidor de aço do país.

Pan Gongsheng, governador do banco central da China, disse que os efeitos colaterais dos ajustes do mercado imobiliário no sistema financeiro são geralmente administráveis ​​e orientarão as instituições financeiras a manter abertos canais de financiamento estáveis ​​através de crédito imobiliário e títulos, informou a mídia estatal.

Já o minério de ferro de referência de dezembro na Bolsa de Cingapura subia 1,09%, a US$ 124,4 a tonelada, maior valor desde 3 de abril.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda desta quarta-feira tem como destaque os dados de vendas no varejo de setembro, com consenso LSEG prevendo estabilidade na comparação com agosto e alta anual de 2,5%.

Também serão divulgados os índices IGP-DI e IPC-S pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O BC apresentará números de política fiscal e o fluxo cambial (dados semanais) enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará a Pesquisa Mensal de Comércio e a Pesquisa Industrial Mensal, ambos de setembro.

“Em relação à atividade econômica, a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) (4ª-feira) deve apresentar contração nas vendas varejistas em setembro, tanto no conceito restrito quanto no ampliado. O consumo de bens continua fraco, em linha com as condições de crédito restritivas e o alto comprometimento de renda das famílias com o serviço das dívidas”, destaca a XP.

Brasil

8h: Índice IPC-S semanal

8h30: Resultado nominal do setor público

9h: Vendas no varejo

14h30: Fluxo cambial semanal

15h40: Roberto Campos Neto, presidente do BC, ministra Palestra no Valor’s 11th Annual Summit, organizado pelo Valor Capital Group, em Nova Iorque, Estados Unidos.

16h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, se reúne com presidente Lula

EUA

11h15: Discurso do presidente do Fed, Jerome Powell

12h: Estoques do atacado

3. Noticiário econômico

Senado aprova calendário especial e reforma tributária pode ser votada nesta quarta-feira

O Senado aprovou na terça-feira um requerimento que confere “calendário especial” à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, dando condições regimentais para que a matéria possa ser analisada ainda nesta semana pelo plenário da Casa.

Apresentado pelo relator da reforma, senador Eduardo Braga (MDB-AM), o requerimento foi aprovado por 48 votos a 24. Para ser aprovada, qualquer PEC precisa do voto favorável de ao menos três quintos do total, o equivalente a 49 senadores.

Mais cedo na terça-feira, a proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

A expectativa é que a proposta de emenda à Constituição vá a votação no plenário do Senado nesta quarta.

4. Noticiário político

Comissão mista aprova relatório preliminar da LDO com déficit zero

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional aprovou na terça o relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 com a meta de déficit primário zero. Agora, qualquer eventual alteração na meta para o próximo ano terá de ser incluída em emenda ou uma alteração do próprio relator a ser votada pelo Congresso.

Com a aprovação do texto preliminar, o governo não pode mais mudar a meta fiscal para 2024 apenas por meio de mensagem modificativa ao projeto de lei. A expectativa é que o texto final da LDO do próximo ano, que orienta a elaboração do Orçamento, seja votado na semana de 20 de novembro.

Rui Costa pediu até dia 16 para governo decidir sobre meta fiscal, diz Danilo Forte

O relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Danilo Forte (União Brasil-CE), disse nesta terça-feira, 7, que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, pediu até dia 16 deste mês para o governo decidir se pede ou não a alteração da meta fiscal de déficit zero na proposta.

O relatório preliminar da LDO foi votado mais cedo na Comissão Mista de Orçamento (CMO) sem o governo pedir a revisão da meta de déficit zero. Formalmente, o Executivo não pode mais fazer esse pedido. Uma eventual solicitação nesse sentido vinda do Planalto precisaria ser feita por meio de emendas de congressistas ou do próprio relator.

“O governo está estudando a possibilidade da emenda para fazer a revisão da meta. Essa resposta depende do governo, deixei muito claro que essa iniciativa não é nossa”, declarou o deputado.

5. Radar Corporativo

A temporada de balanços continua com a divulgação de resultados da 3R Petroleum, Alpargatas, Braskem, Cogna, Copel, Direcional, Grupo Soma, Guararapes Hapvida, Lojas Marisa, Minerva, MRV, Oi, Ultrapar, Casas Bahia e várias outras empresas.

Iguatemi (IGTI11)

A empresa de shopping centers Iguatemi (IGTI11) registrou lucro líquido ajustado de R$ 101,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, cifra 80,1% superior a reportada um ano antes.

Confira tudo sobre a temporada de balanços do terceiro trimestre

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado consolidado somou R$ 247,8 milhões, um aumento de 35,9% versus 3T22, com margem Ebitda ajustada de 82,1% (+14,2 p.p.).

Arezzo (ARZZ3)

A Arezzo (ARZZ3) reportou seus resultados na noite desta terça-feira (7) e registrou alta de 4,2% no lucro líquido recorrente do terceiro trimestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado. A cifra ficou em R$ 107,1 milhões, comparados aos R$ 102,8 milhões do ano passado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente foi de R$ 271,5 milhões, alta anual de 27,9%. Isso levou a uma elevação da margem Ebitda de 3,3 p.p. (pontos percentuais), para 17,2%.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)