Fundo Soberano terá que recorrer à bolsa se for recomprar ações da Petrobras

CVM autorizou Fundo a realizar a troca das ações da estatal por títulos de maneira privada, mas proibiu que a recompra das ações seja feita sem envolver o mercado

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – O pedido do governo brasileiro de poder reaver as ações da Petrobras (PETR3, PETR4) através de uma operação privada foi vetado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), aponta reportagem do Valor Econômico desta quinta-feira (10). Com isso, caso o Fundo Soberano queira recomprar os papéis da estatal, terá que recorrer ao mercado.

No último dia do ano passado, foi autorizada uma operação de troca de ações da Petrobras depositadas no FSB (Fundo Soberano Brasileiro) por títulos públicos, operação esta que poderá ser realizada em ambiente privado – ou seja, sem movimentação na bolsa de valores. A autorização, dada pela CVM, baseia-se na quantidade de ações envolvidas na operação (R$ 8,8 bilhões) e no fato de a União ter feito o pedido para o fundo que apresenta um único cotista.

Contudo, a União também pediu que, no futuro, a operação pudesse ser revertida também em ambiente privado, ou seja, o Fundo recompraria as ações da Petrobras sem recorrer ao mercado. Com o veto, uma eventual recompra das ações da petrolífera terá que ser realizada no pregão.

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O resgate
Quase R$ 9 bilhões da reserva do FSB estava em ações da Petrobras. Para não vendê-las e derrubar o preço dos ativos no mercado, o governo recorreu ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que comprou cerca de R$ 8,8 bilhões em ações e quitou com títulos públicos, em uma operação privada para proteger os ativos de fortes oscilações.