Foi dada a largada: o que esperar da temporada de resultados corporativos do 2º tri nos EUA

Calendário de divulgação começa com os números de JP Morgan, Goldman Sachs e Pepsi nesta terça-feira (13)

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Começa nesta terça-feira (13) a temporada de resultados corporativos do segundo trimestre de 2021 nos Estados Unidos, que tradicionalmente se inicia com a divulgação dos números de grandes bancos e demais instituições financeiras.

JP Morgan, Goldman Sachs e Pepsi dão o pontapé inicial na temporada de balanços, divulgando seus dados na próxima terça-feira (13). Na quarta (14), o calendário segue com Wells Fargo, Bank of America, Citigroup, Delta Airlines e BlackRock. Já na quinta (15), TSMC e Morgan Stanley reportam seus dados referentes aos meses de abril a junho.

Nas próximas quatro semanas, empresas que representam juntas mais de 83% do valor de mercado do S&P 500 deverão reportar seus dados, marcando o período mais importante do trimestre para o mercado de ações americano.

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O segundo trimestre de 2021 foi marcado por uma melhora generalizada nas expectativas de lucro por parte dos analistas, com alta nas estimativas de lucro por ação (LPA) de 41,67 centavos de dólar para 45,02 de dólar.

Segundo a XP Investimentos, este é o maior aumento trimestral dos últimos cinco anos, bem como desde o início da série histórica, iniciada em 1990.

Na avaliação dos analistas da XP, o aumento recorde nos modelos deve-se, em parte, às revisões extremamente negativas que ocorreram durante o primeiro e o segundo trimestre de 2020, de queda de 11,5% e baixa de 30,2%, respectivamente, em meio às medidas de isolamento social impostas pela pandemia de coronavírus.

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Passado este momento crítico, os analistas destacam que os quatro trimestres seguintes foram marcados por modelos sendo revisados para cima, uma vez que diversos fatores contribuíram para a melhora do sentimento.

São eles: estímulos monetários por parte dos bancos centrais, principalmente do Federal Reserve (o banco central americano); estímulos fiscais por parte do governo americano, incluindo a distribuição de cheques emergenciais, bem como a ampliação dos programas de seguro-desemprego; e o progresso no desenvolvimento das vacinas.

Entre as maiores revisões para cima nos setores do índice S&P 500, a XP destaca a indústria de óleo e gás (+30,2%), materiais (+16,9%), consumo discricionário (+16,9%), imobiliário (+16,3%) e financeiro (+9,8%), parte delas impulsionada pelo aumento nos preços das commodities no período.

Em relatório, a XP diz ver um otimismo recorde para os resultados do segundo trimestre, que já está refletido nas expectativas para o desempenho das empresas, bem como no desempenho do índice durante o período, de alta de 8,2%.

Lucros podem surpreender para cima

Também em relatório comentando sobre a temporada de resultados americanos, o Bank of America destaca que as altas projeções do mercado para crescimento de 55,5% nos lucros, na comparação anual, e de 17,3% nas receitas, devem-se à base fraca de comparação, dado que no mesmo período de 2020 os lucros recuaram 28% e as receitas, 7,6% ante o 2º trimestre de 2019.

Desta forma, escreve o BofA, os crescimentos de lucros e das receitas devem se normalizar em 22,3% e 11% no terceiro trimestre, e 15,1% e 7,6% no quarto trimestre, respectivamente.

“Os resultados, contudo, podem superar as expectativas uma vez que, em cada um dos últimos quatro trimestres, tanto os lucros quanto as receitas das companhias estabeleceram novos recordes”, escrevem os analistas.

Quando analisados os setores, os maiores ganhos no período de abril a junho deste ano devem partir dos setores bancário (+204%), aeroespacial e de defesa (+201%) e materiais básicos (97,6%).

Já os setores de utilities (como energia e saneamento), telecomunicações e de produtos de consumo devem apresentar os crescimentos mais fracos nos lucros, da ordem de 2,3%, 3,2% e 5,9%, respectivamente, escreve o banco.

No caso de companhias de setores como automóveis, energia e transportes, a expectativa do BofA é de que o prejuízo seja convertido em lucro na base de comparação anual.

Financeiras e cíclicas devem se destacar

Em relatório divulgado nesta segunda (12), o Credit Suisse destaca que as projeções de lucro por ação (EPS) aumentaram desde o começo do ano, de 48% no início de 2021, para 62% hoje.

Segundo os analistas, empresas de setores cíclicos e financeiras devem reportar o maior crescimento na base de comparação anual, da ordem de 578% e 102%, respectivamente. Esses grupos também vivenciaram as maiores revisões para cima nos últimos seis meses.

Embora as empresas desses dois setores devam apresentar um crescimento “exagerado” no segundo trimestre, a expectativa do Credit é de que fiquem atrás de companhias de tecnologia e de papéis não-cíclicos quando analisado um horizonte de dois anos.

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