Fitch projeta perspectiva de crédito estável na América Latina em 2012

Região ganhou status de economia sólida por mostrar-se resistente aos choques externos, aponta a agência de classificação de risco

Paula Barra

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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Fitch publicou nesta terça-feira (20) sua perspectiva de crédito para a América Latina em 2012. A agência projeta um ano estável para a região, com exceção para a República Dominicana, que encontra-se atualmente com perspectiva positiva, depois de ter passado por um ciclo creditício positivo nos últimos 18 meses. 

Já o Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Panamá, Peru, Suriname e Uruguai tiveram boa posição este ano devido ao auxílio da políticas econômicas sólidas, moderadas e uma melhora substancial na liquidez externa. Isso tudo ajudou a tornar a região mais resistente aos choques vindos do cenário externo. 

Desaceleração no PIB
Por sua vez, a Fitch projeta que o PIB (Produto Interno Bruto) da região se desacelere no próximo ano para 3,4%, inferior aos 3,9% deste ano. Enquanto isso, a agência acredita que as exportações serão afetadas pela demanda externa mais fraca, além da demanda interna, que também deve desacelerar em função dos efeitos secundários do cenário externo e uma menor confiança das empresas e consumidores, disse Shelly Shetty, chefe da equipe da Fitch Ratings na América Latina.

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Nesse cenário, a agência indica que mesmo as economias maiores, como Brasil e México, cresceriam a taxas moderadas de 3,2% e 3% em 2012, respectivamente. Enquanto isso, Colômbia, Panamá, Peru e Uruguai devem avançar acima dos 4% durante o próximo ano, por contarem com maior estabilidade econômica e fortes fluxos de investimentos estrangeiros diretos. 

No mais, a agência apontou que as reservas internacionais da América Latina seguem a níveis historicamente altos – cerca de US$ 750 bilhões projetados para o final deste ano. Já em relação ao déficit em conta corrente, a Fitch acredita que ele irá se deteriorar moderadamente em 2012.

Atenção ao setor financeiro
Por fim, o relatório apontou que o canal bancário pode ser fonte de forte vulnerabilidade, principalmente nos países que mantêm laços mais estreitos com a Zona do Euro, como Brasil e Argentina, em função dos grandes bancos espanhois terem subsidiárias em países desta região.