ITUB4 é a ação melhor classificada no índice de consenso de mercado da InfoMoney

Ação do Itaú Unibanco aparece na liderança do MCI pelo segundo mês consecutivo, seguida por OGXP3 e LAME4

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Após dividir a primeira posição com a Vivo Participações (VIVO4) no final de janeiro, a ação PN do Itaú Unibanco (ITUB4) foi absoluta na preferência dos analistas na medição atual do MCI (índice de consenso de mercado). O indicador, que compilou a análise de 15 bancos e corretoras ao final de fevereiro, atribuiu a nota 3,77 (em uma escala de 0 a 5) aos papéis do banco.

Para uma melhor interpretação do MCI, é sempre importante considerar o número de avaliações atribuídas a cada ativo. Uma maior quantidade de opiniões tende a tornar mais robusta a sugestão. Nesse caso, tanto a Vivo quanto o Itaú Unibanco receberam dez recomendações, sete acima do limite mínimo proposto para o cálculo do índice.

Outro ponto importante do indicador é que ele considera os princípios de análise fundamentalista, sendo, portanto, mais recomendado para investidores que atuam com foco no longo prazo.

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As mais recomendadas
Ação MCI Avaliações
Itaú Unibanco PN 3,77

12

OGX Petróleo ON 3,75 10
Lojas Americanas PN 3,68 13
Vivo Participações PN 3,67 11
Lojas Renner ON 3,61 13
CCR ON 3,38 10
Light ON 3,53 8
Banco do Brasil ON 3,52 13
Pão de Açúcar PNA 3,50 12
Cosan ON 3,48 10
Cemig PN 3,46 10
Bradesco PN 3,46 12

Itaú Unibanco: liderança isolada
Com 0,19 pontos acima da medição anterior, as ações PN do Itaú Unibanco refletem uma melhor percepção dos analistas de mercado em relação aos ativos do setor financeiro, que foram penalizados nos últimos meses por conta das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo para inibir o crescimento do crédito e também da inflação.

Mesmo com as medidas atuais adotadas pelo governo – isso sem contar a retomada do ciclo de elevação do juro básico brasileiro -, muitos analistas ainda consideram as ações do setor como um ótimo investimento. Na opinião do Barclays Capital, os papéis do setor bancário continuam bastante atrativos, dando destaque não só para o Itaú Unibanco, que segue como sua top pick no setor, como também para a Itaúsa (ITSA4), considerando-a um ótimo veículo de exposição ao banco.

Quem também mantém seu viés otimista para as instituições financeiras é o HSBC. Em relatório escrito na metade de fevereiro, os analistas Victor Galliano e Mariel Santiago diziam acreditar que parte da preocupação com a inflação já está precificada nas ações dos bancos e que, embora esperem alguma volatilidade no curto prazo, os bons fundamentos deverão prevalecer, refletindo possíveis políticas de restrição de crédito que não envolvam o aumento de taxa de juros.

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Além disso, a dupla do banco acredita que a possível substituição das medidas macroprudenciais recentemente adotadas por políticas de correção monetária mais tradicionais certamente beneficiariam o setor. Nesse cenário, eles posicionam as ações ITUB4 com recomendação “overweight” (expectativa de desemepnho acima da média do mercado), mesma classificação dada pelos analistas do Barclays.

Importante mencionar também que no final de fevereiro o Itaú Unibanco apresentou seus resultados de 2010, ano no qual seu lucro líquido foi de R$ 13,323 bilhões – sendo R$ 3,89 bilhões apenas no quarto trimestre de 2010. Os números vieram em geral dentro do esperado pelos analistas, com exceção feita à surpresa positiva com a carteira de crédito e à surpresa negativa das despesas.

Também chegou ao fim o processo de integração entre Itaú e Unibanco. Com isso, os analistas miram suas expectativas para os ganhos de sinergia gerados pela formação do novo banco. Para a Link Investimentos, a instituição deverá apresentar melhores índices de eficiência e rentabilidade. Seguindo a mesma linha de raciocínio, o Barclays espera que o Itaú Unibanco “gerencie a melhora da eficiência em 2011”.

Por fim, não podemos esquecer que a ação PN do banco foi a terceira mais citada nas carteiras recomendadas de fevereiro, recebendo 11 indicações, ficando empatada com a Cosan (CSNA3) e atrás de Petrobras PN (PETR4) e Vale PNA (VALE5), que tiveram 16 e 23 recomendações, respectivamente.

OGXP3
Após nem figurar entre as preferidas dos analistas no consenso do mercado ao final de janeiro, as ações da OGX (OGXP3) ficaram na segunda colocação nessa útlima medição, com a nota 3,75. A melhor percepção também se refletiu no desempenho dos papéis na bolsa nesses dois primeiros meses de 2011, tendo em vista que a OGXP3 subiu 13,02% em fevereiro – uma das maiores altas mensais do Ibovespa -, recuperando parte das perdas de janeiro, quando a ação recuou 13,95%.

Um dos drivers naturais da ação continuam sendo as descobertas de hidrocarbonetos na Bacia de Campos. Nas últimas semanas, duas descobertas foram anunciadas, sendo uma em 21 de fevereiro e outra em 1º de março, elogiada pelo analista Nelson Rodrigues de Matos, do BB Investimentos. Para ele, embora ainda não haja estimativa de volume, o otimismo em relação à notícia vem da proximidade do prospecto para as demais descobertas e às áreas vizinhas dos Blocos BM-C-37, BM-C-42 e BM-C-43.

Não podemos desconsiderar também o momento atual do petróleo nos mercados internacionais, que segue atingindo máximas históricas por conta das tensões políticas envolvendo países como Egito, Irã e Arábia Saudita, importantes produtores da commodity. Tendo em vista as incertezas sobre a situação política desses países, os níveis esperados de oferta da matéria-prima ficam comprometidos, o que acaba impulsionando os preços do barril.

Por fim, vale lembrar que no começo de fevereiro os papéis das empresas do grupo EBX em geral viveram um momento de fortes ganhos, após o tom otimista nas declarações de Eike Batista e dos demais executivos do grupo durante teleconferência realizada no dia 9. Naquele pregão negativo para o Ibovespa, que fechou com forte queda de 2,36%, apenas três ações do índice fecharam em alta, sendo duas do grupo EBX – a LLX (LLXL3, +6,68%) e a OGX (+0,24%). Fora do benchmark, os papéis da MPX Energia (MPXE3) avançaram 4,36%.

LAME4
Ganhando uma posição em relação à medição anterior, os papéis preferenciais da Lojas Americanas (LAME4) tiveram nota 3,68 no MCI. Embora o cenário atual não mostre-se tão favorável para as empresas do setor de consumo e varejo – haja vista a aceleração da inflação, que tem levado o governo a tomar medidas para inibir o consumo interno – como foi em 2010, os analistas apontam algumas particularidades na empresa que acabam tendo uma conotação favorável mesmo diante desse momento menos propício.

Uma dessas particularidades é de que, diferente de quase todas as outras empresas do setor, ela não possui tanta dependência de crédito – algo que certamente não será tão abundante como foi em 2010. Além disso, sua presença de mercado em diversas classes sociais acaba protegendo-a de um possível choqe de demanda em determinado grupo de renda da população.

Outro ponto a favor para a empresa deve-se ao fato de que suas ações não acompanharam a estrondosa valorização de alguns de seus pares em 2010 e amargaram perdas de 0,89% no acumulado dos 12 meses.

O que é o MCI?
O Market Consensus Indicator (MCI) tem como principal objetivo facilitar as decisões de investimento dos usuários do site no mercado de ações. Considerando uma amostra com informações e projeções de diversos bancos de investimento e corretoras, o benchmark busca trazer um indicador de consenso entre os analistas de mercado a respeito das recomendações de uma determinada ação.

Variando em uma escala de 0 (venda forte) a 5 (compra forte), o indicador é calculado a partir das recomendações dos analistas consultados, trazendo um resumo do consenso. É importante destacar que o MCI é calculado apenas para ações com ao menos três recomendações de analistas distintos.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers