Federal Reserve prepara para reduzir programa de estímulos ainda este ano, diz ata do Fomc

No entanto, o documento indicou que os integrantes queriam deixar claro que a redução não era um precursor para um aumento iminente das taxas de juros

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Integrantes do Federal Reserve (como é conhecido o Banco Central dos Estados Unidos) discutiram em sua reunião de julho o início da redução do ritmo de suas compras mensais de títulos, indicando que isso deve ocorrer até o fim deste ano. Os dados são da ata da reunião divulgada nesta quarta-feira (18).

No entanto, o documento que trata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) indicou que os integrantes queriam deixar claro que a redução não era um precursor para um aumento iminente das taxas de juros.

“Olhando para o futuro, a maioria dos participantes observou que, desde que a economia evolua amplamente como eles anteciparam, eles julgaram que pode ser apropriado começar a reduzir o ritmo de compras de ativos neste ano”, diz a ata, acrescentando que a economia havia alcançado sua meta para a inflação e estava “perto de ficar satisfeita” com a evolução do crescimento do emprego.

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Apesar disso, a ata mostra que alguns integrantes do grupo ponderaram o risco da inflação ultrapassar a meta de 2% por mais tempo que o previsto.

O documento afirma também que, “alguns” membros do Fed disseram preferir esperar até o começo de 2022 para iniciar o processo de redução de estímulos econômicos.

Os membros do comitê enfatizaram ainda a necessidade de “reafirmar a ausência de qualquer ligação mecânica entre o momento da redução gradual e o de um eventual aumento na taxa de juros”.

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A ata do Fomc ainda mostra os integrantes do Fed reforçando que primeiro irá ocorrer a redução do programa de compras de título, com um aumento dos juros sendo improvável antes desse processo ser concluído e o BC americano não estar mais aumentando seu balanço patrimonial.

Segundo a Reuters, analistas esperam que o Fed anuncie seu plano para uma redução gradual das compras de títulos já na reunião de 21 e 22 de setembro do Fomc, mas têm menos certeza sobre a rapidez, na prática, da redução das compras mensais.

O chair do Fed, Jerome Powell, também pode fornecer informações em comentários à conferência anual do Fed em Jackson Hole, Wyoming, já na próxima semana.

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O Fed, em sua última reunião, reconheceu que houve progresso na recuperação dos postos de trabalho perdidos durante a pandemia.

Em dezembro, o banco central havia dito que não reduziria as compras até que houvesse “mais avanço substancial” na recuperação do emprego. Naquele ponto, a economia estava com cerca de 10 milhões de vagas abaixo do nível de antes da pandemia.

Os empregadores criaram 4,3 milhões de vagas desde então, incluindo um total de quase 1,9 milhão em junho e julho, ritmo que analistas esperam que continuem por enquanto.

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A medida preferida de preços do Fed, o índice PCE excluindo alimentos e energia, subiu a uma taxa anual de 3,5% em junho, ritmo mais forte em quase 30 anos. O dado de julho será divulgado na próxima semana.

Análise

De acordo com João Leal, economista da Rio Bravo Investimentos, a ata do Fomc reforçou a expectativa do mercado do “tapering” (ou o chamado início da redução do ritmo de suas compras mensais de ativos) já para o final de 2021.

Ele ressalta que a decisão desse “tapering” está especialmente focada no mercado de trabalho e em uma visão de que ele está se recuperando sustentavelmente. Isso também reforça a expectativa de que o anúncio possa ocorrer entre setembro e novembro, nas duas próximas reuniões.

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“Não há um consenso claro em relação a isso, em parte porque o Comitê também destacou uma certa preocupação com a variante delta nos EUA, o que pode trazer até um pequeno atraso nesse anúncio – talvez não mais em setembro, mas em novembro -, justamente para ter uma visão mais clara da variante delta sobre a economia americana, que poderia fazer com que a economia americana voltasse a desacelerar”, avalia o economista.

Caso isso ocorra, poderia gerar novamente cautela no progresso do mercado de trabalho. Isso em um cenário de desaceleração na vacinação da população americana, o que também contribui para uma visão mais prudente sobre o segundo semestre para a atividade do país.

(Com Reuters)

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