Fed vê reaquecimento econômico e corta estímulos em US$ 10 bilhões pelo 5º mês

Dos 10 membros votantes do Fomc, apenas Charles Plosser, presidente do Federal Reserve em Filadélfia, foi contra o novo corte no QE3

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Mais uma redução no QE3 (Quantitative Easing 3), o programa de estímulos ao reaquecimento da economia dos Estados Unidos, foi anunciado após reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) realizada na tarde desta quarta-feira (30). As sinalizações cada vez mais claras de que a maior economia do mundo estaria se recuperando da crise de 2008 permitiram o quinto corte seguido de US$ 10 bilhões mensais nas compras de títulos públicos, agora em até US$ 25 bilhões.

Dos 10 membros votantes do Fomc, apenas Charles Plosser, presidente do Federal Reserve em Filadélfia, foi contra o novo corte no programa de estímulos. Para ele, seria mais apropriado para o momento manter o QE3 em US$ 35 bilhões mensais por um tempo considerável antes que o programa encerre, “uma vez que tal linguagem é dependente do tempo e não reflete o progresso econômico considerável”, conforme argumentou segundo release da autoridade monetária americana. Conforme afirmou a chairwoman do Fed, Janet Yellen, nesta quarta-feira, o programa de estímulos deve ser encerrado em outubro deste ano.

Apesar da sinalização que pode ser entendida como uma manutenção do otimismo do Fed com relação à maior economia do mundo, esta reunião do Fomc marcou também enfáticas ponderações sobre fragilidades que ainda permanecem, sobretudo no mercado laboral. “Uma série de indicadores do mercado de trabalho sugere que ainda há utilização abaixo do esperado dos recursos laborais, no entanto, mais próximos do objetivo de longo prazo do comitê do Fed”, dizia o relatório.

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Otimismo também foi visto com relação à inflação, com o Fomc informando que os indicadores de preços ao consumidor se moveram “para mais perto do objetivo de longo prazo do comitê”. Essa linguagem foi diferente da do último comunicado, sugerindo que o Fed está prestando mais atenção aos riscos inflacionários. O governo informou nesta quarta-feira que a economia dos EUA cresceu 4,0% em ritmo anual no segundo trimestre, o que provavelmente amplificou o debate dentro do Fed sobre quando os juros devem subir.

Sobre uma possível elevação nos juros – assunto que tem sido alvo de especulações constantes no mercado mundial -, a autoridade monetária americana foi mais lacônica, mas ressaltou a necessidade de cautela no processo, sugerindo que ainda há considerável capacidade ociosa na economia. “Precisamos ser cuidadosos para certificarmos que a economia está em uma sólida trajetória antes de considerarmos elevar as taxas de juros”, afirmou Yellen.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.