Publicidade
SÃO PAULO – O Federal Reserve manteve a taxa de juros entre 1% e 1,25%, mas deu novos sinais sobre a redução de balanços, aponta a minuta de decisão do Fomc (Federal Open Market Committee) desta quarta-feira (20).
O Fed anunciou que, pela primeira vez em nove anos, começará a reduzir o tamanho de seu enorme balanço patrimonial. Em uma decisão unânime e amplamente antecipada, o Fed disse que começará a reduzir seu balanço de US$ 4,5 trilhões em Treasuries e títulos lastreados em hipotecas em outubro, cortando inicialmente até US$ 10 bilhões a cada mês do volume de títulos a vencer que reinveste.
Já as projeções de taxa de juros do Fed, conhecidas como gráfico de pontos, ainda sugerem uma alta de taxa de juros em dezembro e mais três altas em 2018. O Fed reduziu a estimativa mediana das taxas de juros de 2019 de 2,9% para 2,7% e apontou que, num prazo mais longo, essa taxa atingirá 2,8% frente uma estimativa anterior de 3%.
Masterclass
As Ações mais Promissoras da Bolsa
Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.
Além disso, vale ressaltar que uma das preocupações do mercado era com o impacto dos furacões que atingiram os EUA sobre a economia local. Segundo a autoridade monetária, as reconstruções e outras atividades relacionadas às tempestades não vão afetar a economia no curto prazo, mas que “experiências passadas sugerem que as tempestades não devem alterar materialmente o curso da economia nacional no médio prazo.” Assim, a expectativa é de que a expectativa cresça em um ritmo moderado e que as condições de trabalho se fortaleçam.
De acordo com a autoridade monetária, a expectativa é de que a alta dos preços da gasolina e de outros itens como efeito dos furacões pressione a inflação no curto prazo. No entanto, isolando esse efeito, a inflação acumulada em doze meses deve ficar abaixo de 2% no curto prazo.
Discurso de Yellen
A chairwoman do Federal Reserve, Janet Yellen, discursa após a decisão do Fomc. Ao ser questionada pela razão do Fed não ter uma abordagem mais dovish, uma vez que a inflação ainda não está atingindo a meta de 2%, Yellen apontou para outro indicador: o emprego que, segundo ela, é um número muito importante para o Fed, ressaltando ainda melhorias no mercado de trabalho. Contudo, ressaltou que a autoridade monetária acompanha de perto os dados de inflação. “Reconheço ser importante que a inflação atinja a meta de 2% e essa é uma preocupação (…). Durante vários anos, houve razões muito compreensíveis para a baixa inflação, incluindo uma folga no mercado de trabalho, o que desapareceu em grande parte. Depois, houve grandes reduções dos preços da energia e uma grande apreciação do dólar que baixou os preços das importações a partir de meados de 2014. Neste ano, a inflação abaixo de 2%, quando nenhum desses fatores esta operando é ainda um mistério. Não vou dizer que o comitê compreenda claramente quais são as causas disso”, apontou. Ao falar sobre a alta dos preços de ativos, no momento em que as ações estão perto das máximas, a chairwoman do Fed destacou que os movimentos de alta de ações e preços de ativos podem refletir uma mudança nas estimativas dos participantes do mercado sobre o nível mais longo das taxas de juros. Assim, ela indicou que o mercado viu corretamente as perspectivas de uma taxa de juros mais baixa no longo prazo.