Ex-OGX bate menor volume da sua história na Bolsa, 99% abaixo do registrado há 6 meses

Com essa liquidez, a ação se distancia cada vez mais do seu passado não tão distante; até novembro de 2013, seus papéis apareciam como um dos maiores do Ibovespa

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações da Óleo e Gás Participações (OGXP3), ex-OGX, atingiram o menor volume histórico na véspera, quando encerraram a sessão com giro de R$ 494,5 mil e 157 negócios. O menor patamar movimentado com o papel anteriormente era de R$ 986,68 mil, em 22 de abril deste ano – quase metade do registrado na sessão da última quarta-feira (14). Com essa liquidez, a ação se distancia cada vez mais do seu passado não tão distante. Até novembro do ano passado, as ações da petrolífera apareciam como uma das maiores participações do Ibovespa

O principal motivo para a queda de liquidez da ex-OGX foi sua saída do Ibovespa, em novembro do ano passado, após a empresa ter entrado com pedido de recuperação judicial. Um dia antes de ter sido retirada do índice, a ação da empresa fechou o pregão com volume financeiro de R$ 111,19 milhões. Do patamar registrado ontem, a queda do volume é de 99,56% em pouco mais de 6 meses.

Isso ocorreu pois, após ter sido retirada do Ibovespa, muitos fundos que seguem a carteira teórica do índice, composta atualmente por 72 ativos, saíram do papel, tornando seu giro na Bolsa ínfimo em relação ao que era no ano passado. Naquela época, o papel figurava entre as maiores participações na carteira do índice. 

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O interessante notar que naquela época o papel já valia centavos depois de terem saído do patamar de R$ 23,27 – maior fechamento histórico – em outubro de 2010. De sua máxima até o último pregão de outubro (último dia da ação no Ibovespa e menor cotação histórica), a queda da ação na Bolsa era de 99,53%. 

Apesar do fraco desempenho, a ação era uma das principais do Ibovespa na ocasião. Por que? Isso ocorria pois a antiga metodologia do Ibovespa – alterada em maio deste ano – priorizava o número de negócios realizados com as ações, o que fez com que a ex-OGX se tornasse a 3ª empresa mais importante do índice devido ao seu alto índice de negociabilidade – embora ela ainda estivesse em estágio pré-operacional. 

Contudo, após muita reclamação por parte de investidores e analistas de mercado devido à forte volatilidade de algumas ações que fazem parte do índice, a bolsa brasileira anunciou em setembro do ano passado a adoção de algumas mudanças no processo de seleção do Ibovespa. Dentre as principais alterações, estavam as mudanças na ponderação do índice de negociabilidade e o direito de exclusão de alguma ação que esteja cotada abaixo de R$ 1,00 – o que era o caso da ex-OGX desde o final de julho de 2013. As alterações passararam a ser válidas integralmente neste mês.