Eu acredito: conheça os minoritários que compraram OGX mesmo após o “default”

Empresa passa por um momento muito delicado, com dívidas de R$ 11,2 bilhões que são tidas como impagáveis pela própria companhia

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O tão esperado pedido de recuperação judicial da OGX Petróleo (OGXP3) veio a tona na última quarta-feira (30), provocando uma derrocada ainda maior nas ações da petrolífera no dia seguinte, quando atingiram seu menor patamar da história (R$ 0,11). A empresa passa por um momento muito delicado, com dívidas de R$ 11,2 bilhões que são tidas como impagáveis pela própria companhia, o que fez com que muitas casas de research deixassem de acompanhar as ações OGXP3, por não verem mais expectativa de fluxo de caixa futuro para a empresa no momento. É o caso do HSBC, JP Morgan, BB Investimentos e o Deutsche Bank, sendo que este último disse que o valor das ações projetado é R$ 0 e que nada sobrará para os acionistas.

Contudo, mesmo com a descrença por parte do mercado, alguns investidores, continuam apostando na empresa – e vão comprando papéis da empresa. É o caso do empresário William Magalhães, um dos minoritários mais atuantes da companhia, que gere o twitter @minoritariosogx.

Magalhães diz comprou ações da empresa nos dias posteriores à recuperação judicial, reiterando sua confiança na empresa. “Não acreditava que a empresa pediria recuperação judicial”, afirma Magalhães. Ele agora espera os próximos desdobramentos para definir o que será feito, mas desistir da empresa ainda está fora de cogitação. 

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A expectativa de Magalhães, e de outros milhares de pequenos investidores, é que o campo de Tubarão Martelo representa uma reviravolta para a OGX. A companhia deve iniciar sua produção por lá em duas semanas, e a existência de uma geração de caixa colabora. Para muitos minoritários, a recuperação judicial é apenas um pequeno percalço que a companhia terá de passar.

Médico faz preço médio para zerar posição
Diferente de Magalhães, o investidor e médico Leandro Almeida desistiu da empresa há algum tempo, mas voltou a comprar ações neste momento. “Comecei a comprar aos R$ 6,00 e quis vender quando já estava cotada aos centavos. Mas eu já estou com um prejuízo enorme, o que me resta é fazer uma estrategia de preço médio”, afirma o investidor. O preço médio consiste em comprar ações que você já tem em carteira a um preço mais barato do que você comprou anteriormente, fazendo assim uma “cotação média” do papel dentro de sua carteira com o intuito de minimizar as perdas caso a ação se recupere.

Ele destaca que aumentará sua posição em OGX drasticamente. Prova disso é que a sua posição acionária, que chegou a 2.000 ações quando o preço de negociação era de R$ 5,00 – totalizando R$ 10.000 -, atualmente está em 20.000 ações, com preço médio de cerca de R$ 0,50, já que aproveitou a baixa para comprar muitas ações a um preço muito baixo.

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Assim, a expectativa de uma recuperação nas ações por algum motivo, seja um aporte ou mesmo um short squeeze (quando as ações somem do mercado de aluguel e obrigam os vendidos a recomprarem suas posições), pode permitir que ele zere seu prejuízo. “É nisso que eu estou apostando. O mercado exagera muito, para cima e para baixo”, afirma o investidor.