Ethereum passa por grande atualização e investidores debatem se Bitcoin ficará para trás

Com essas mudanças, Ethereum melhora sua adoção e tem potencial para registrar forte alta nos próximos meses

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Ocorre entre esta quarta (14) e quinta-feira (15) uma das atualizações mais importantes da plataforma Ethereum e que, para alguns analistas e investidores, pode levar a uma forte valorização da criptomoeda Ether nas próximas semanas, com potencial para deixar o Bitcoin para trás.

Chamada de Berlin, esta mudança visa, principalmente, tornar a rede mais barata e rápida, reestruturando as taxas de transações, e por isso tem tanto potencial para valorizar sua moeda digital. Serão quatro grandes alterações no sistema, por meio das chamadas EIP (Proposta de Melhoria do Ethereum, na sigla em inglês), que passam a valer agora.

A primeira levará a uma redução efetiva nas taxas de transação, principalmente as mais simples, ao estipular preços mínimos para o gas (unidade de medida usada para o pagamento das operações realizadas na plataforma Ethereum) abaixo dos atuais.

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Outra mudança irá elevar o gas para algumas transações mais complexas. Essas duas atualizações visam resolver um grande problema enfrentado pela rede Ethereum atualmente, que é o seu alto custo. Isso tende a acontecer com o crescimento da plataforma, já que as operações para aprovação dos blocos da blockchain se tornam mais complexas, o que leva a um maior custo por parte do minerador, que acaba cobrando mais para realizar as operações.

A terceira mudança irá introduzir uma compilação das transações. Ou seja, quando houver várias operações pequenas para serem realizadas, elas poderão ser compiladas para uma única transação, reduzindo assim o seu custo.

Por fim, também será introduzida uma atualização que adiciona uma espécie de transação que contém uma lista de acesso, uma lista de endereços e chaves de armazenamento que a transação planeja acessar. Segundo a página oficial da atualização Berlin, a mudança ajudará a diminuir alguns dos aumentos de custo do gas que podem ocorrer com a elevação da cobrança para transações mais complexas prevista para essa implementação.

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Para Ricardo Da Ros, diretor da Binance no Brasil, não dá para afirmar que o Ether irá disparar a partir de agora somente por conta dessa atualização, sendo que esse movimento já vem acontecendo. Apenas nos últimos 15 dias, o token ETH já subiu mais de 15% em relação ao Bitcoin.

“O mercado já está ciente da atualização há tempos e pode já ter precificado. Mas é inegável que tornar a rede mais rápida e barata deve impulsionar o seu ecossistema, permitindo com que cada vez mais pessoas pelo mundo tenham condições de interagir com ela, principalmente nas finanças descentralizadas e nos NFTs”, afirma.

Sobre a comparação com os ganhos do Bitcoin, Da Ros aponta que há um debate na comunidade cripto. Segundo ele, desde a última máxima histórica, o máximo que a valorização do ETH chegou foi o dobro do preço anterior, enquanto o Bitcoin triplicou de valor.

“Com base nisso, as pessoas entendem que, com todo o potencial de adoção em massa ao qual essas novas atualizações contribuem consideravelmente, devem projetar o valor do Ether pelo menos na mesma razão que o Bitcoin foi projetado. Porém, tudo isso é pensado no longo prazo, ponderando que a precificação já tenha sido feita e a possibilidade de que as implementações não resolvam ou mitiguem consideravelmente os problemas de escalabilidade enfrentados”, explica ele ponderando que correções no curto prazo podem acontecer.

Já Sebastian Serrano, CEO da Ripio, aponta que, para além dos preços dos criptoativos, a tecnologia desenvolvida pelo Ethereum ainda tem muito espaço para crescer.

“Após a primeira etapa do crescimento do Bitcoin (até 2012) e o desenvolvimento das primeiras camadas da infraestrutura cripto (até 2016), os contratos inteligentes do Ethereum levaram o mundo cripto para um novo patamar. Nesta linha, o universo dos produtos DeFi (finanças descentralizadas), a primeira grande aplicação da tecnologia, continua crescendo e ainda não desdobrou todo o seu potencial”, diz o executivo.

Beibei Liu, CEO da NovaDAX, por sua vez, tem uma visão parecida com a de Da Ros, e complementa dizendo que a atualização não irá contribuir diretamente para um rali do Ethereum no curto prazo exatamente porque já tinha sido anunciado há mais de um mês e por ser um desenvolvimento contínuo, que seguirá melhorando com o tempo.

“No entanto, ele definitivamente concede ao ETH mais viabilidade e terá retorno no longo prazo”, completa Liu, lembrando ainda que as atualizações não param agora e há uma outra prevista para julho, que promete grande impacto na indústria de mineração.

A atualização Berlin abre espaço para a ocorrência de uma segunda mudança importante, prevista para julho, chamada London, com a EIP 1559, que reduzirá a quantidade de Ether em circulação, passando a destruir alguns tokens toda vez que eles forem usados para realizar transações na rede (veja mais clicando aqui).

Porém, esta atualização do meio de ano está causando muita polêmica com mineradores, já que ela pretende reduzir as recompensas por blocos minerados, e por isso é esperado muito debate nos próximos meses.

Faltando poucas horas para a atualização Berlin, o Ether registra ganhos de cerca de 4%, cotado a US$ 2.344, próximo de sua máxima histórica. No acumulado de 7 dias, a alta do token da rede Ethereum é de quase 17%.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.