ETH e dinamarquesa Inbicon firmam parceria em etanol de 2ª geração

"Tecnologia para produzir etanol de segunda geração já é conhecida, agora fazer isso de forma competitiva e economicamente viável é nosso grande desafio", disse um diretor da ETH

Reuters

Etanol: mesmo competitiva nas bombas, a alternativa mais limpa e renovável vem perdendo espaço para a rival fóssil. (Foto: Divulgação)

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SÃO PAULO – A ETH Bioenergia, controlada pela Organização Odebrecht, e a dinamarquesa Inbicon assinaram um acordo de cooperação para desenvolver tecnologias mais competitivas para o etanol de segunda geração no mercado brasileiro, disse um diretor da indústria brasileira nesta quarta-feira.

“A tecnologia para produzir etanol de segunda geração já é conhecida há muitos anos, agora fazer isso de forma competitiva e economicamente viável é nosso grande desafio”, disse Carlos Eduardo Calmanovici, diretor de Inovação e Tecnologia da ETH Bioenergia, em entrevista à Reuters.

Segundo ele, a parceria da ETH com a empresa dinamarquesa mira a oportunidade de negócios tanto para o desenvolvimento da tecnologia, que posteriormente poderá ser licenciada, quanto para a produção do etanol de segunda geração comercialmente.

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“Além de atender à demanda futura da ETH, e contribuir para a implantação de usinas de segunda geração nas unidades da própria ETH, também temos a ambição de poder comercializar esta tecnologia no mercado”, explicou.

O anúncio nesta quarta-feira integra um trabalho maior da companhia, iniciado há dois anos, de pesquisas em segunda geração, a partir de um consórcio firmado com outras duas companhias.

O conjunto de projetos voltados às atividades ligadas ao etanol de segunda geração deve envolver 200 milhões de reais entre 2013 e 2016.

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A primeira planta da ETH-Inbicon deve iniciar as operações em 2015, com potencial para expandir rapidamente no mercado brasileiro, prevê o executivo.

A ETH é líder no mercado de bioeletricidade, utilizando a biomassa para cogeração em todas as plantas.

O executivo observa que a tendência é de ter disponibilidade cada vez maior de palha, gerada a partir da colheita 100 por cento mecanizada da cana nas unidades da companhia.

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Inicialmente, tanto para a venda de tecnologia quanto do etanol, está no mercado interno, mas posteriormente poderá ser expandida para outros países.

“O etanol celulósico tem precificação diferenciada no mercado internacional no nosso planejamento. O etanol da cana já tem prêmio em relação ao milho… o celulósico tem ainda um prêmio adicional em alguns mercados.”

A divulgação da parceria ETH-Inbicon vem após anúncios recentes de financiamentos do BNDES em etanol celulósico para a empresa GraalBio e em óleos renováveis na Solazyme Bunge.