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A Ericsson, empresa sueca de telefonia, divulgou os resultados do terceiro
trimestre de 2000 e as perspectivas para o restante do ano. A empresa apresentou um
resultado pouco satisfatório na divisão de produtos de
consumo – aparelhos de telefone celular, ao
contrário da divisão de infraestrutura e componentes para telefonia.
O presidente da empresa, Kurt
Hellstrom disse em uma conferência mundial que é a primeira vez que o mercado de
telefones celulares
passa por uma situação em que a oferta de aparelhos é maior que a demanda. Segundo ele,
desde setembro a pressão de baixa sobre os preços do produto nos Estados
Unidos e na Europa vem sendo significativa. No mercado europeu, o corte de 20% no
preço de telefones celulares é apontado por Hellstrom como sendo uma das principais
causas para as previsões de
perdas na divisão de produtos de consumo.
Os resultados da Ericsson mostram que o lucro antes dos impostos da empresa subiu 12%,
atingindo 4,1 bilhões de coroas suecas (US$ 410 milhões), abaixo da expectativa dos
analistas. A receita aumentou
37%, ficando em 67,3 bilhões de coroas (US$ 6,73 bilhões). Na divisão de consumo, a receita
subiu 47%, mas a divisão teve um prejuízo operacional de 4,1 bilhões de
coroas (US$ 410 milhões). A Ericsson projeta o prejuízo total do ano nesta divisão em 16
bilhões de coroas (US$ 1,6 bilhão).
Apesar dos resultados ruins, Hellstrom pretende transformar a divisão em um negócio
lucrativo e já estuda opções, como transferir a produção dos telefones da Suécia e Estados
Unidos para áreas de baixo custo como Ásia, América do Sul e Leste Europeu. Contudo,
existe pressão por parte dos acionistas para a venda da unidade de produtos de consumo
ou, no melhor cenário, a
associação com um fabricante especializado nos telefones móveis, com a Ericsson voltando
sua atenção para a divisão de infraestrutura, muito mais lucrativa.
Ao contrário da Ericsson, sua concorrente finlandesa Nokia divulgou ontem resultados para o
mesmo período, acima das projeções de analistas. Além disso, como líder mundial do
mercado de telefonia, a Nokia não acredita que as pressões sobre os preços afetem
significativamente seus resultados, por
oferecer produtos com maior valor agregado e tecnologia de ponta.
As ações da Ericsson fecharam o pregão em baixa de 15,56% na Bolsa de Estocolmo, sendo
o
principal responsável pela queda de 3,44% do índice Stockholm General. Na bolsa norte-
americana Nasdaq, as ações apresentam oscilação negativa de 14,73%.