Entenda como o “efeito Fomc” derrubou empresas voltadas para o consumo interno

A ata da última reunião mostrou que os membros do comitê já começam a pensar na estratégia de saída para os estímulos monetários

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O Fomc (Federal Open Market Committee) deixou um efeito amargo para a bolsa na última quarta-feira (20). A ata da última reunião mostrou que os membros do comitê, o Copom (Comitê de Política Monetária) americano, já começam a pensar na estratégia de saída para os estímulos monetários. 

Com isso, o dólar disparou 1,64% nesta quinta-feira (21), atingindo os R$ 2,31 – o que ajuda diversas empresas exportadoras, como Vale (VALE3; VALE5) e atrapalha as que dependem de importação. Com isso, o “efeito Fomc” conseguiu atingir empresas que são quase completamente voltadas para a economia interna.

É o caso da Gol (GOLL4), cujo grosso dos voos é no Brasil. Os papéis da companhia aérea registraram queda de 2,41%, a R$ 9,72. Na mínima do dia, atingiram baixa de 8,03%, a R$ 9,16. A empresa é fortemente impactada pelo dólar, uma vez que tem cerca de 55% dos seus custos operacionais atrelados ao petróleo – que é negociado na moeda americana.

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Já no setor de saneamento, a Sabesp (SBSP3) apresentou queda de 3,29%, a R$ 24,66. A estatal paulista tem forte dívida ao dólar, o que a faz ter grande exposição à moeda americana. Quando o dólar sobe, seu endividamento total em real sobe junto – mas suas receitas permanecem inalteradas. 

Outras empresas que nunca pisaram no exterior e que sofrem pelo Fomc são as imobiliárias, setor que teve como destaques neste pregão a PDG Realty (PDGR3) e Rossi (RSID3), que registraram desvalorizações de 4,47% e 4,29%, respectivamente, a R$ 1,71 e R$ 2,26 – os piores desempenhos do Ibovespa.

Um pouco mais distante, apareceram MRV Engenharia (MRVE3-3,16%, R$ 9,19). O avanço dos contratos de juros futuros na BM&F indica que os investidores estão precificando uma Selic mais alta por causa da variação cambial e isso prejudica as ações das imobiliárias pois um possível aumento da taxa básica de juro afeta as margens dessas companhias, já que o consumidor tem mais dificuldade em conseguir crédito para comprar um imóvel, reduzindo as vendas.