Eneva dispara 52% após sair de recuperação judicial; Copel cai 6% após UBS cortar ação para venda

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

Publicidade

11h47: Eneva (ENEV3, R$ 13,98, +60,69%)
As ações da Eneva – a antiga MPX Energia, que pertencia ao empresário Eike Batista – dispararam nesta manhã, após a Justiça aprovar o fim do processo de recuperação judicial da companhia. A Justiça do Rio de Janeiro encerrou o processo, após a companhia cumprir as metas de dois anos de seu plano, informou a companhia em documento entregue hoje à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 

A sentença foi proferida ontem pelo Juízo da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro. Segundo o texto, contudo, para além do biênio cujos compromissos já foram atendidos, a empresa não pode ser fiscalizada por mais dois anos. De acordo com a Justiça, o encerramento da recuperação judicial não traz problemas à continuidade do cumprimento do plano. 

Ontem, embora a ação da Eneva tenha caído 4,4%, o volume financeiro atingiu R$ 5,013 milhões, bem superior à média diária de R$ 349 mil dos últimos 21 pregões. Hoje, o giro financeiro já alcança R$ 1,142 milhão. 

Continua depois da publicidade

11h45: Copel (CPLE6, R$ 28,43, -7,27%)
As ações da Copel desabam após o UBS ter rebaixado as ações da companhia de compra para venda, assim como ter reduzido o preço-alvo da ação PN de R$ 35,00 para R$ 29,00, devido à expectativa de redução no preço da energia e à performance recente forte dos papéis. Neste ano, as ações da elétrica acumulam alta de 23,25%. 

Segundo o banco, o mercado está ‘muito altista’ em relação ao crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa e à velocidade de desalavancagem. O analista Marcelo Sá, que assina o relatório, espera que o Ebitda permaneça estável em 2016/17 e cresça apenas em 2018.

Para o UBS, a Copel não deve ser capaz de reduzir sua alavancagem, que atualmente equivale a 3,3 vezes o Ebitda, até 2018. O banco lembra, contudo, que vários projetos devem iniciar as operações comerciais nos próximos anos, o que contribuirá para o crescimento do Ebitda. 

Continua depois da publicidade

Para Adeodato Volpi Netto, head de mercados da Eleven Financial, além dos riscos de redução tarifária no horizonte e falta de perspectivas sobre uma possível privatização, o mercado parece estar realizando o lucro, desmontando posição na ação e outras elétricas. Com a alta expressiva das ações do setor, investidores estão preferindo sair ou reduzir suas posições no fechamento de mês e semestre. 

11h14: Oi (OIBR3, R$ 1,87, -5,08%; OIBR4, R$ 1,30, -5,11%)
O juiz da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Fernando Viana, deferiu na quarta-feira o pedido de recuperação judicial do Grupo Oi, formado pelas empresas Oi, Telemar Norte Leste, Oi Móvel, Copart 4 e 5 Participações, Portugal Telecom e Oi Brasil. Com isso, foi confirmado a suspensão por 180 dias de quaisquer processos de execução judicial contra a Oi e qualquer uma de suas controladas. Também foi solicitado à Anatel que apresente nos próximos cinco dias uma lista com cinco empresas que estejam aptas a serem escolhidas como administrador judicial do processo.

Os próximos passos são: a aprovação por parte dos acionistas do pedido de recuperação judicial na reunião extraordinária que acontecerá em 22 de julho e a apresentação (nos próximos 60 dias) do plano de recuperação da empresa para os credores 

Continua depois da publicidade

Na decisão, o juiz afirmou que a companhia “alcança um universo colossal de 70 milhões de clientes, empregando mais de 140 mil brasileiros, com milhares de fornecedores, e ainda gera recolhimento de volume bilionário de impostos aos cofres públicos”, informou o Tribunal de Justiça, em nota. 

Segundo o Estadão, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, Gilberto Kassab, afirmou que a operadora Oi não poderá contar com a destinação de recursos públicos no âmbito do seu processo de recuperação judicial. “Todos nós torcemos para que questão seja bem resolvida. O governo dará todo o apoio possível, mas esse apoio não poderá ser entendido como qualquer ação para beneficiar a concessionária”, afirmou. “Estamos na expectativa de deferimento por parte do juiz, e depois, das negociações”, completou.

11h01: Petrobras (PETR3, R$ 11,27, -2,59%; PETR4, R$ 9,27, -2,42%)
Depois de dois dias de alta, as ações da Petrobras recuam hoje, seguindo o movimento de correção do mercado e os preços do petróleo no mercado internacional. O contrato de petróleo Brent registrava queda de 1,88% neste momento, a US$ 49,66 o barril, enquanto o WTI caía 2,45%, a US$ 48,66 o barril. 

Continua depois da publicidade

No radar da companhia, o conselho de administração da Petrobras aprovou, em reunião realizada na quarta-feira, 29, a criação da Diretoria de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão, elevando de sete para oito o número de membros de sua Diretoria Executiva. Em comunicado, a estatal esclarece que a decisão visa a “reforçar as atividades relacionadas ao Plano Estratégico e ao de Negócio e Gestão (PNG)”, a fim de assegurar maior controle em projetos de investimento.

A nova diretoria faz parte das modificações de governança corporativa introduzidas pela petroleira desde 28 de abril deste ano, mas sua implementação dependerá de reforma do Estatuto Social da empresa, segundo o documento. Ainda de acordo com o comunicado, não haverá alteração no montante global de remuneração dos administradores, aprovado em assembleia realizada no fim de abril.

A Petrobras também anunciou mudanças na composição de comitês estatutários. O conselho da estatal nomeou Segen Farid Estefen (presidente) e Guilherme Affonso Ferreira ao Comitê Estratégico, que também terá Reinaldo Guerreiro como membro externo. O Comitê Financeiro contará com Affonso Ferreira (presidente) e Francisco Petros Oliveira Lima Papathanasiadis, além de Clemir Carlos Magro e Carlos Antonio Rocca como membros externos. Já o de Remuneração e Sucessão será composto por Papathanasiadis (presidente), Jerônimo Antunes, Walter Mendes de Oliveira Filho. Por fim, o Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde terá Betânia Rodrigues Coutinho (presidente), Farid Estefen e Sonia Consiglio Favaretto (membro externo).

Continua depois da publicidade

A companhia informou ainda que a Refinaria Abreu e Lima (RNEST) processou uma carga média de 94,8 mil barris de petróleo por dia (bpd) maio, atingindo um novo recorde mensal. Em comunicado, a estatal destaca que o volume supera em 3,8 mil, ou 4,2%, o recorde anterior de 91 mil barris por dia observado em março deste ano. No total, foram processados 2,94 milhões de barris de petróleo em maio, o que representa um aumento de 117 mil barris, ou 4,25%, frente aos 2,82 milhões de barris de março, de acordo com o documento.

10h51: BMF&Bovespa e Cetip
As ações da BM&FBovespa (BVMF3, R$ 17,62,+2,44%) aceleram ganhos após coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, informar que José Berenguer, presidente do JPMorgan, será anunciado hoje como o novo presidente da BM&FBovespa, sucedendo Edemir Pinto. 

No radar da companhia também, a BM&FBovespa e a Cetip (CTIP3, R$ 43,21, +0,02%) informaram que o pedido de análise do ato de concentração de mercado decorrente da fusão entre as empresas foi protocolado ontem no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O pedido, afirmam as empresas, será “oportunamente” colocado no site do Cade.

10h28: CCR (CCRO3, R$ 16,90, +0,12%)
Depois de saltar 4,3% na véspera, as ações da CCR tem alta amena hoje, apesar do noticiário seguir movimentado para a empresa. A CCR fez proposta no valor de R$ 170,2 milhões para aquisição de fatia da linha 4 do metrô de São Paulo. A oferta é por 50% dos 30% detidos pela Montgomery. “O grupo CCR está sempre atento às oportunidades em infraestrutura, dentro da sua estratégia de crescimento qualificado e disciplina de capital, orientada pelas normas vigentes e as boas práticas de governança corporativa, informando aos seus acionistas e ao mercado em geral o desenrolar dos fatos que vinculem a Companhia a compromissos de investimento, com o viabilizar soluções de novos investimentos e serviços em infraestrutura”, afirmou a companhia.

Além disso, a CCR também anunciou minutos antes da abertura do pregão que comprará a totalidade da participação da Odebrecht na ViaRio. A fatia corresponde a 33,33% do capital e será desembolsado R$ 107,69 milhões.

10h20: Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 15,98, +1,72%; VALE5, R$ 13,06, +1,48%) e Bradespar (BRAP4, R$ 8,72, +0,46%) – holding que detém participação na mineradora – seguem para o terceiro dia seguido de alta, na esteira do rali do minério de ferro. Hoje, a commodity encerrou em alta de 3,28%, a US$ 55,66 a tonelada, no porto de Qingdao, na China. 

As siderúrgicas, por sua vez, operam em movimento ameno, entre leves perdas e ganhos, com Usiminas (USIM5, R$ 2,01, -0,50%), CSN (CSNA3, R$ 7,80, -0,26%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,81, +0,17%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,01, -0,99%). 

10h11: Gol (GOLL4, R$ 3,08, -9,68%)
As ações da Gol seguem em derrocada na Bolsa, após o Senado concluir ontem a votação da Medida Provisória 714/2016, que trata, dentre outros pontos, do aumento de participação de capital estrangeiro para 100% nas empresas aéreas. Como não havia acordo entre os senadores, houve um compromisso do presidente Michel Temer de vetar essa cláusula relacionada com capital estrangeiro (garantindo assim que a MP fosse aprovada). Com isso, o governo deve incluir essa eventual mudança em Projeto de Lei futuro.

Segundo o BTG Pactual, a notícia é negativa para a Gol, dado que os acionistas acreditavam que havia boas chances da liberalização total ser aprovada. Ontem, a ação da companhia caiu 7,3%, mas chegou a atingir na mínima do dia perdas de 15%. Nesses dois pregões, a queda acumulada é de 16%. “Mantemos nossa visão cautelosa em Gol, apesar de reconhecer que o movimento recente do câmbio ajuda a diminuir o risco do case”, comentaram os analistas.