Empresas dos EUA devem ter resultados melhores no 3º trimestre, mas ainda será um período fraco

Com grandes incertezas no mercado, como a pandemia, eleições e possíveis estímulos, investidores devem ficar de olho nas projeções para o futuro

Reuters

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NOVA YORK (Reuters) – Embora boas notícias nos negócios estejam escassas, os investidores podem se consolar nas próximas semanas com os lucros corporativos dos Estados Unidos, que provavelmente serão ruins, mas não tão ruins quanto antes.

Analistas esperam que os lucros do S&P 500 no terceiro trimestre registrem queda de 21% em comparação com o mesmo período do ano anterior, uma grande melhora em relação à queda de 30,6% do segundo trimestre, que foi provavelmente o ponto mais baixo para os lucros deste ano devido à quarentena imposta pelo coronavírus, de acordo com dados do IBES da Refinitiv.

As informações sobre lucros começarão na próxima semana com os resultados de alguns dos grandes bancos dos EUA, provavelmente afetados pelas taxas de juros quase nas mínimas históricas e pela recessão induzida pela pandemia. JPMorgan & Co. e Citigroup divulgam resultados na terça-feira.

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No geral, os resultados trimestrais do S&P 500 costumam superar as expectativas cautelosas dos analistas, e eles podem fazer isso ainda mais do que o normal nesta temporada de balanços, disseram estrategistas. Em uma ruptura com a tendência típica, o guidance das empresas americanas tem sido mais positivo do que negativo e as estimativas têm melhorado nas últimas semanas para refletir uma visão mais otimista.

Se isso será suficiente para sustentar as ações nas próximas semanas ainda está sob debate.

“Muito raramente nos últimos 10 anos vimos estimativas de lucros subirem após uma temporada de relatórios trimestrais”, disse Art Hogan, estrategista-chefe de mercado da National Securities em Nova York.

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“Isso é um bom sinal. É um sinal de que há uma grande possibilidade de que esta temporada de resultados trimestrais seja melhor do que o esperado”, disse ele. “O único problema é que, agora que entramos no quarto trimestre, muitos dos indicadores econômicos estão estagnando”.

Isso pode pesar na projeção para o quarto trimestre e ofuscar alguns dos resultados melhores do que o esperado, disse ele.

Os dados da última quinta-feira sobre os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA estavam entre os últimos a reforçar a visão de que a recuperação do mercado de trabalho estava lutando para ganhar impulso, com os casos de coronavírus continuando a aumentar.

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A temporada de balanços chega em um momento em que o país também se prepara para a eleição presidencial em 3 de novembro, que ocorre no meio de uma das semanas mais pesadas de resultados. Isso, junto com o foco nas perspectivas de estímulo fiscal adicional de Washington, pode ofuscar as notícias sobre lucros.

As empresas que relataram seus números até agora no trimestre não viram muito elogio dos investidores, apesar de seus resultados terem vindo muito mais fortes do que o esperado, observaram alguns estrategistas.

“As empresas que divulgaram o terceiro trimestre já caíram 1% em média, apesar de superarem projeções, sugerindo que a barra é muito mais alta para os investidores”, escreveu o estrategista do UBS Keith Parker em nota.

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As ações dos EUA registraram ganhos acentuados no terceiro trimestre, mas caíram em setembro na primeira queda mensal desde março, quando o coronavírus começou a se espalhar rapidamente pelos EUA.

Entre os setores, as receitas de Energia no S&P 500 devem apresentar maior queda, com um recuo projetado de 115% ano a ano, com base nos dados da Refinitiv.

O setor de bens de consumo discricionário, que inclui algumas das empresas mais afetadas pelo isolamento do coronavírus, como as de varejo, viagens e turismo, deve registrar uma queda de 34% na receita ano a ano, segundo a Refinitiv.

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Contudo, os analistas esperam que os lucros do setor de maior peso do S&P 500, o de tecnologia, recuem apenas 0,5% no terceiro trimestre em relação ao ano anterior, a menor queda entre todos os setores.

“É certo que as coisas estão melhores do que no final de junho”, escreveu Tobias Levkovich, estrategista-chefe de ações dos Estados Unidos do Citi.

Mas com muitas incertezas em torno da pandemia, dos tratamentos, das eleições nos EUA e da economia, “a projeção futura será crucial e acreditamos que os grandes executivos devam ficar cautelosos”, disse ele.

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