Empresas buscam reduzir dívidas no mercado interbancário londrino

Companhias se defendem de maiores prejuízos e procuram dispersar despesas adicionais na taxa Libor de um mês

Rafael Souza Ribeiro

Publicidade

SÃO PAULO – Na cartilha de todo administrador de empresas consta a necessidade de reduzir gastos e maximizar lucros. Neste ímpeto, muitas companhias norte-americanas estão atrelando suas dívidas à Libor (London Interbank Offered Rate) do mercado londrino.

Um dos principais termômetros do mercado de crédito internacional, a Libor é a taxa referencial de juros oferecida para grandes empréstimos entre os bancos internacionais, como para empresas e instituições federais.

Contudo, nos últimos tempos, um fato curioso vem ocorrendo neste mercado. A Libor de três meses, recorrente na maioria dos contratos de empréstimos, vem sendo substituída pela taxa de um mês, de prazo de maturação bem menor.

Continua depois da publicidade

Para se ter uma ideia, o spread entre as duas taxas está, em média, na casa de 0,69 ponto percentual neste ano, enquanto a média histórica gira em torno de 0,07, o que demonstra o arrojo dos empresários, tendo em vista o apetite pelo risco em troca de maior rentabilidade.

Os efeitos da crise

Desde o processo de concordata do Lehman Brothers em setembro do ano passado, o comportamento incomum das taxas é verificado. Em dezembro, o spread chegou ultrapassar a barreira de 1%, atingindo o nível recorde.

Até segunda-feira (8), a Libor de um mês estava sendo negociada no mercado londrino a 0,32%, enquanto a de três meses próxima de 0,65%, ou seja, uma diferença de 0,33 ponto percentual.