Conteúdo editorial apoiado por

Empresa de ex-chefão da NYSE surfa alta do Bitcoin e dispara 84% no IPO; entenda

Corretora fundada por Tom Farley levantou US$ 1,1 bilhão e dobrou de valor no 1º dia, em meio a recordes do Bitcoin e avanço regulatório nos EUA

Paulo Barros

Tom Farley, CEO da Bullish, toca o sino para marcar o início da negociação das ações da Bullish, uma operadora de bolsa de criptomoedas, durante o IPO da empresa na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), na cidade de Nova York, EUA, em 13 de agosto de 2025. REUTERS/Brendan McDermid
Tom Farley, CEO da Bullish, toca o sino para marcar o início da negociação das ações da Bullish, uma operadora de bolsa de criptomoedas, durante o IPO da empresa na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), na cidade de Nova York, EUA, em 13 de agosto de 2025. REUTERS/Brendan McDermid

Publicidade

O forte otimismo em torno das criptomoedas ajudou a transformar o IPO da Bullish, corretora digital comandada pelo ex-presidente da Bolsa de Nova York (NYSE) Tom Farley, em uma das estreias mais expressivas do ano em Wall Street. As ações dispararam 84% na quarta-feira (13), primeiro dia de negociação, encerrando a US$ 68 e avaliando a empresa em cerca de US$ 10 bilhões.

O desempenho coincidiu com uma nova alta do Bitcoin (BTC) nos últimos dias, que acabou culminando com um uma máxima, superando US$ 124 mil. O movimento é impulsionado por expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve, recordes nas bolsas americanas e um pacote de medidas pró-cripto do governo Donald Trump.

A Bullish precificou suas ações a US$ 37, acima da faixa revisada de US$ 32 a US$ 33, levantando US$ 1,1 bilhão com a venda de 30 milhões de papéis, o equivalente a 19,9% do capital. O papel abriu a US$ 90, chegou a US$ 118 e depois recuou. Segundo Farley, a volatilidade era esperada: “O mercado está precificando o potencial da tecnologia blockchain para impulsionar todas as finanças globais”, disse em entrevista para a emissora americana CNBC.

Aproveite a alta da Bolsa!

A Bullish já havia tentado abrir capital em 2021, no auge do mercado cripto, por meio de uma fusão com uma SPAC, mas desistiu após a quebra da FTX e outras crises que abalaram o setor.

Fundada em 2021 e sediada nas Ilhas Cayman, a corretora combina protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) com a segurança de uma estrutura centralizada, voltada principalmente para investidores institucionais. Desde o lançamento, seu volume total de negociação superou US$ 1,25 trilhão até março deste ano. A empresa também é proprietária do site CoinDesk, que fornece índices e dados do setor.

A estreia bem-sucedida ocorre em um mercado aquecido para IPOs nos EUA. Empresas que abriram capital em Nova York em 2025 acumulam alta média de 25% desde a oferta inicial, segundo dados da Dealogic. Outros nomes do setor de criptoativos, como Circle, eToro, BitGo e Gemini, já entraram ou se preparam para entrar na bolsa, em um movimento alimentado tanto pela recuperação dos preços dos ativos digitais quanto pela guinada regulatória em Washington.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)