Embraer cai 4% e Kroton mergulha 5% após balanço; Vale dribla pessimismo e sobe

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (15)

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após um leve respiro na véspera, o Ibovespa voltou a cair nesta quarta-feira (15), se descolando do cenário externo, com as bolsas dos EUA subindo após fala de Donald Trump sobre adiar o aumento das tarifas para o setor automotivo.

Na agenda doméstica, as dificuldades enfrentadas pelo governo Jair Bolsonaro no parlamento também acendem sinal de alerta aos investidores. O governo sofreu nova derrota com a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para prestar esclarecimentos ao plenário hoje, além de ver o risco de medida provisória sobre a reforma ministerial caducar.

Do lado das empresas, destaque para a reta final da temporada de resultados do primeiro trimestre de 2019. Nesta sessão, as ações de Embraer e outras 14 empresas reagem aos balanços apresentados aos investidores. Notícias relativas ao aumento de produção da Vale e venda de ativos da Petrobras também movimentam o mercado nesta sessão.

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Confira os destaques do pregão:

Embraer (EMBR3)

A fabricante brasileira de aeronaves Embraer registrou um prejuízo líquido de R$ 160,8 milhões no primeiro trimestre de 2019, pior que a mediana das expectativas dos analistas consultados pela Bloomberg, que era de prejuízo de R$ 93,21 milhões. A última linha do resultado também foi bem mais fraca que a do primeiro trimestre de 2018, quando a Embraer teve prejuízo de R$ 130,4 milhões. 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) ajustado da companhia ficou em R$ 120,3 milhões, bem menor que os R$ 177,1 milhões registrados no mesmo período do ano passado e também mais baixo que os R$ 317,7 milhões projetados no consenso Bloomberg.

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A receita líquida da empresa seguiu o mesmo caminho e decepcionou, terminando o os três primeiros meses deste ano em R$ 3,121 bilhões, menor que os R$ 4,012 bilhões estimados no consenso Bloomberg, mas maior que os R$ 3,111 bilhões registrados no primeiro trimestre do ano passado. 

Vale (VALE3)

O Valor traz informação de que a Vale estuda aumentar a sua produção na Serra Sul de Carajás, no Pará, para 150 milhões de toneladas por ano depois de 2020, representando uma alta de quase 70% ante o patamar atual, de 90 milhões.

As declarações do presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, ocorreram em evento com investidores em Barcelona (Espanha). Das 150 milhões de toneladas, 100 milhões serão asseguradas pelo S11D, que passará por expansão de 10 milhões de toneladas até 2022. Outros 50 milhões serão desenvolvidos em outras áreas da Serra Sul de Carajás.

Petrobras (PETR4)

A Petrobras ajustou as regras do processo de desinvestimento da Liquigás e elevou as restrições à venda da distribuidora de gás GLP para as concorrentes e líderes do mercado Ultragas, SHV e Nacional Gás. Segundo o Valor, o movimento ocorre um ano após o Cade vetar a venda da Liquigás para o Grupo Ultra, por R$ 2,8 bilhões. A Petrobras retomou o processo de venda em março e para garantir que o processo saia do papel decidiu que as principais empresas não poderão fazer ofertas sozinhas pelo ativo.

Ontem, a Cosan (CSAN3) disse que está interessada nos ativos da Petrobras, como de suas refinarias – mesmo que a decisão de participação ainda não tenha sido tomada, afirmaram executivos ontem durante teleconferência. A Cosan atua na distribuição de combustíveis, lubrificantes, energia e infraestrutura.

Ainda sobre a petroleira, a Petrobras inseriu uma cláusula, em seu programa de demissão voluntária (PDV), determinando que os funcionários da controladora com idade de aposentadoria – cerca de 10% do total – que optarem por continuar na estatal serão excluídos até 2024 de novos programas que venham a ser lançados.

Ao todo, 4,3 mil empregados estão sendo afetados. O prazo de exclusão dos PDVs é de cinco anos, contados desde dia 5, quando foram abertas as inscrições. Segundo informou a empresa, por meio de sua assessoria, o PDV “tem por objetivo promover a renovação nos quadros da companhia quando for identificada essa necessidade”. A estatal não informou por que incluiu essa condição no novo PDV.

Kroton (KROT3)

A Kroton apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 318,692 milhões no primeiro trimestre deste ano, representando uma queda de 34,2% na comparação com o mesmo período de 2018. A queda, diz a empresa, ocorreu pelo impacto das despesas financeiras e pela amortização do intangível decorrentes da aquisição de Somos.

O Ebitda somou R$ 750,818 milhões, uma alta de 12,5%. A receita líquida atingiu R$ 1,837 bilhão, cifra 34,8% superior à reportada no mesmo intervalo do ano passado – influenciada pelos números da aquisição de Somos.

A empresa revisou ainda seus guidances para este ano. Em fato relevante, a empresa informou que considerando o resultado de 80 dias da Somos, a receita Líquida deve crescer 21,4%, o Ebitda ajustado crescer 12,9% e a geração de caixa operacional após capex avançando 63,9%.

Já considerando a Somos integralmente em 2018, o Guidance de receita é de queda de 0,9%, entretanto o Ebitda deverá atingir R$ 3,040 bilhões, com margem de 41,3% – evoluções de 21,1% e 7,5 p.p., respectivamente.

Para o lucro líquido ajustado, o guidance é R$ 1,348 bilhão, representando um avanço de 14% na comparação com 2018, no critério pro-forma, com IFRS 16, mas de queda de 8,7% frente ao resultado líquido societário com IFRS 16 do ano passado.

Gafisa (GFSA3)

A Gafisa registrou prejuízo R$ 46,354 milhões no primeiro trimestre, cifra 13% menor em relação às perdas do mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado recorrente ficou negativo em R$ 23,006 milhões, revertendo desempenho positivo de R$ 5,653 milhões de um ano antes.

Em entrevista ao Estadão, o presidente da companhia, Roberto Portella, afirmou que a empresa conta com mais dívidas do que caixa. Ele disse que irá começar nos próximos dias uma série de visitas às principais instituições para tentar alongar os prazos das dívidas e flexibilizar as amortizações.

As dívidas brutas da Gafisa com vencimento em um ano, ou seja, até o primeiro trimestre de 2020, somam R$ 283,831 milhões. Entretanto, as disponibilidades em caixa atingiram apenas R$ 63 milhões, ao final de março deste ano.

Copel (CPLE6)

A Copel apresentou um lucro líquido de R$ 505,962 milhões no primeiro trimestre, representando uma expansão de 42,2% frente o mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda atingiu R$ 1,092 bilhão, cifra 39,3% superior na comparação anual. A receita operacional líquida cresceu 16,3% no primeiro trimestre, atingindo R$ 3,896 bilhões.

Equatorial (EQTL3)

A Equatorial Energia teve lucro líquido ajustado de R$ 172 milhões no primeiro trimestre, cifra 85,1% superior a registrada no mesmo período do ano passado. O Ebitda consolidado ajustado ficou em R$ 604 milhões, representando uma alta de 86,6% frente igual intervalo de 2018.

A receita líquida da companhia cresceu 39,7%, atingindo R$ 3,360 bilhões, enquanto o volume total de energia distribuída somou 4.294 GWh, retração de 1,2%, ambos na comparação entre os primeiros trimestres de 2019 e 2018.

Braskem (BRKM5)

A Braskem terá suas American Depositary Shares (ADSs) negociadas em Nova York apenas no mercado de balcão, a partir de hoje, com o código BRKMY. Os negócios com as ADSs da Braskem foram suspensos depois que a companhia não entregou no prazo o Formulário 20-F aos reguladores norte-americanos. Os detentores das ADSs podem cancelar os papéis e convertê-los em ações preferenciais, na proporção de uma ADS para duas ações PNA.

Taesa (TAEE11)

A Taesa apresentou lucro líquido consolidado de R$ 159,582 milhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 31% abaixo do lucro de R$ 231,226 milhões do mesmo intervalo de 2018. o Ebitda regulatório somou R$ 310,9 milhões, queda de 16,7%, “devido principalmente ao corte de 50% na RAP (receita anual permitida) de algumas concessões”. A receita líquida regulatória somou R$ 362,7 milhões, queda de 13,4%.

Banco Indusval (IDVL4)

O Banco Indusval teve um prejuízo líquido de R$ 37,3 milhões no primeiro trimestre, representando uma perda 46,1% superior à registrada em igual período do ano passado. Os ativos totais recuaram 18,1% ao final de março na comparação com o mesmo mês do ano passado, para R$ 2,213 bilhões. O patrimônio líquido, por sua vez, recuou 46,7%, para R$ 108,2 milhões.

Ezetec (EZTC3)

A Eztec registrou lucro líquido de R$ 17,301 milhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 218% frente ao lucro de R$ 5,428 milhões de um ano antes. O Ebitda atingiu R$ 13,684 milhões, revertendo número negativo de R$ 10,922 milhões de igual intervalo do ano passado. A receita líquida subiu 62%, para R$ 146,370 milhões.

Rossi (RSID3)

A construtora apresentou um prejuízo líquido de R$ 85,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 40% inferior ao prejuízo de R$ 142,9 milhões de um ano antes. O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 50,2 milhões, melhora de 24,8% ante o número negativo de R$ 66,8 milhões de um ano antes.

A receita líquida somou R$ 15,8 milhões, retração de 73,6%. A empresa não registrou lançamentos no primeiro trimestre. Os distratos somaram, dentro da parte Rossi, R$ 42,4 milhões, queda de 30,1%.

Sonae Sierra (SSBR3)

A Sonae Sierra Brasil teve lucro líquido gerencial consolidado de R$ 29,2 milhões no primeiro trimestre, alta de 17,3% frente o primeiro trimestre de 2018. O lucro consolidado somou R$ 46,984 milhões, alta de 88,9%. O Ebitda atingiu R$ 53,8 milhões, alta de 7,8%, enquanto a receita líquida somou R$ 77 milhões, alta de 6,4%.

Fertilizantes Heringer (FHER3)

Em recuperação judicial, a Fertilizantes Heringer teve um prejuízo líquido de R$ 91,553 milhões no primeiro trimestre, alta de 95,8% sobre o prejuízo de R$ 46,749 milhões de um ano antes. O Ebitda ficou negativo em R$ 61,639 milhões, piora 119,7% na comparação anual. A receita líquida de vendas, por sua vez, recuou 87%, a R$ 135,386 milhões.

Santos Brasil (STBP3)

A Santos Brasil registrou um prejuízo líquido de R$ 9,1 milhões no primeiro trimestre, uma piora de 51,7% em relação às perdas do mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda consolidado recuou 10,4%, para R$ 32,8 milhões. A receita operacional líquida cresceu 6,3%, para R$ 227,2 milhões.

Minerva (BEEF3)

O frigorífico teve prejuízo líquido de R$ 31,4 milhões, bem menor que o prejuízo de R$ 114,7 milhões que a empresa teve no primeiro trimestre de 2018. Já o Ebitda ajustado da companhia ficou em R$ 328,8 milhões, o que corresponde a um crescimento de 15,4% contra o mesmo período do ano passado. A receita líquida também aumentou, atingindo R$ 3,728 bilhões – avanço de 5,6% ano a ano. A mediana das expectativas dos analistas consultados pela Bloomberg era de receita de R$ 3,633 bilhões. 

Light (LIGT3)

A companhia de distribuição de energia elétrica adiou a divulgação do seu resultado do primeiro trimestre de 2019 para 15 de maio após o fechamento da Bolsa. 

Guararapes (GUAR3)

A empresa de confecção têxtil Guararapes registrou um lucro líquido de R$ 29,3 milhões no primeiro trimestre de 2019, uma queda de 42,7% sobre o mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado cresceu 6,5% e atingiu R$ 188,8 milhões nos primeiros três meses do ano. Por fim, a receita líquida chegou a R$ 1,623 bilhões, subindo 8,4% na comparação anual.

Tupy (TUPY3)

A companhia metalúrgica especializada em fundição de blocos e cabeçotes Tupy registrou um lucro líquido de R$ 80,442 milhões no primeiro trimestre deste ano, mostrando expansão de 41,4% contra os três primeiros meses do ano passado. Já o Ebitda ajustado foi de R$ 136,9 milhões, caindo 7,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida, por sua vez, avançou 21% na base anual e chegou a R$ 1,282 bilhões. 

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.