Em dia de otimismo no exterior, Ibovespa opera entre ganhos e perdas

Índice brasileiro acompanha exterior, que sobe com dados e com otimismo com a Ômicron

Vitor Azevedo

(Shutterstock)

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O Ibovespa chegou a abrir em alta nesta terça-feira (4), às 10h22 (horário de Brasília), mas logo passou a cair e recua, às 11h30, 0,68%, aos 103.175 pontos. Em dia de pouca movimentação no cenário interno, o índice volta a operar descolado do exterior, com investidores monitorando riscos fiscais.

Os futuros do Dow Jones e do S&P 500 sobem, respectivamente, 0,31% e 0,28% – ontem, os dois índices americanos fecharam em suas máximas históricas. O futuro da Nasdaq, por sua vez, tem alta de 0,19%.

Parte do otimismo, lá fora, é causado pelo fato de a Ômicron estar sendo vista, cada vez mais, como uma versão menos agressiva. Hoje, o gerente de incidentes da OMS, Abdi Mahamud, afirmou a jornalistas em Genebra que cada vez mais se confirma a tese de que a nova variante infecta mais a parte superior do trato respiratório, causando menos casos de pneumonia grave.

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“Segundo a Universidade John Hopkins, os casos da nova variante atingem novo recorde em solo americano, mas permanecem abaixo do pico de contaminações registrado anteriormente”, explicou a XP em seu morning call. “As notícias sobre a alta transmissibilidade do vírus alinhada a sintomas mais amenos parecem acalmar os mercados”.

Além de Ômicron, exterior é impulsionado por publicação de dados macroeconômicos

Entre o fim da noite desta segunda o início da manhã de hoje, uma série de publicações de dados macroeconômicos também ajudou a propagar o clima de otimismo nos mercados internacionais.

Para começar, China e Japão tiveram seus PMIs industriais melhores do que o consenso. O primeiro país veio com uma leitura de 54,3, ante 54,2 esperados. O segundo, com 50,9, frente a 50 do consenso. “O número da China mostra melhora na atividade fabril do país em dezembro, apesar da contínua incerteza em torno da pandemia”, diz a XP.

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O dado ajudou a puxar o preço da tonelada do minério de ferro, que fechou em alta de 0,70%, a US$ 123,12, no porto de Qingdao e de 2,23% no de Dalian, a US$ 108,42. Essa oscilação positiva explica parte da alta de 1,10% da Vale (VALE3) e de 0,78% da CSN (CSNA3).

Além da China, países da Europa publicaram uma bateria de dados, vistos, majoritariamente, como positivos. No Reino Unido o PMI industrial de dezembro teve leitura de 57,9, ante 57,6 esperados. O crédito ao consumidor no país da rainha também surpreendeu, ficando em 1,233 bilhão de libras em novembro, ante consenso de 0,8 bilhão.

Na Alemanha, as vendas do varejo avançaram 0,60% em novembro, sendo que especialistas projetavam queda de 0,5%. A taxa de desemprego na maior economia da Europa ficou em 5,2% em dezembro, menor do que o consenso de 5,3%.

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Por fim, na França, a inflação ao consumidor teve alta de 0,2% em dezembro, ante 0,4% no mês imediatamente anterior.

“Dados fortes de vendas no varejo na Alemanha aumentam a esperança de recuperação econômica estável apesar do aumento de casos de Covid-19. Na França, a inflação se estabilizou em dezembro, dando suporte à argumentação do Banco Central europeu de que as pressões sobre preços podem estar perto do pico”, comentou a XP.

No Brasil, Ibovespa tem dia sem grandes eventos

No Brasil, o dia não conta com a divulgação de dados econômicos importantes ou eventos políticos. O mercado monitora parcialmente a saída do presidente da República Jair Bolsonaro do hospital, após problemas intestinais, e deve continuar de olho em falas que envolvem a situação fiscal do país – após o líder do governo na Câmara defender ontem uma revisão do teto de gastos.

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Além disso, há também a pressão de funcionários públicos federais por reajustes, que também deixa investidores atentos.

A curva de juros opera mista. Os contratos DI com vencimento em fevereiro de 2023 caem um ponto-base, para 11,87%. Os para fevereiro de 2025 sobem dois pontos-base, para 10,91% O DI com vencimento em fevereiro de 2027 sobe 1 pontos-base, para 10,90%, e o vincendo em fevereiro de 2029 cai 1 pontos, para 10,99%.

O dólar comercial tem mais um dia de alta, subindo 0,56%, a R$ 5,694 na compra e a R$ 5,695 na venda. A performance do câmbio acompanha parcialmente o comportamento internacional – o índice DXY, que compara a moeda americana com outras divisas mundiais, tem alta de 0,20%.

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Algumas notícias vindas do exterior podem ainda fazer peso por aqui. “Na agenda, são aguardadas a divulgação do ISM de manufaturados de dezembro e o JOLTS de novembro nos EUA. Mercado também na expectativa em relação à decisão da OPEP +, que se reunirá virtualmente no final do dia e deve manter seu plano de aumentar a produção em 400 mil barris por dia em fevereiro”, comenta a XP.

O petróleo WTI tem alta de 0,50%, negociado a US$ 76,49. O barril Brent avança 0,57%, a US$ 79,43. A alta do petróleo, porém, não é suficiente para puxar as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4), que operam sem direção exata, com os investidores monitorando a decisão dos países produtores.

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