Economista ganhador do Nobel está em “choque” com Grécia; ministro alemão rebate

Paul Krugman explica que a situação da Grécia seria melhor se o país tivesse deixado a zona do euro; ministro alemão rebate dizendo que Krugman não conhece a zona do euro

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O prêmio Nobel de Economia de 2008 Paul Krugman não está nada contente com o governo da Grécia após o acordo firmado pelo país com seus credores. Neste domingo, em entrevista à CNN, Krugman disse que “pode ter superestimado a competência do governo grego”. 

Na semana passada o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, aceitou um acordo que prevê aumento de impostos, reforma do sistema de aposentadorias, privatização de bens estatais e um resgate de 86 bilhões de euros pelos próximos três anos. Além de aceitar o plano, Tsipras ainda articulou no parlamento do país para, com a ajuda de parlamentares da oposição, conseguir aprovar a adoção das medidas. 

Isso tudo ocorreu depois que 61% dos eleitores gregos rejeitaram propostas bastante semelhantes em referendo. Para Krugman, o partido de Tsipras, o Syriza, encenou um confronto sem ter um plano B. “Eles pensaram que poderiam simplesmente pedir termos melhores sem ter qualquer plano alternativo”, disse. “Isso certamente é um choque”.

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Krugman ainda avaliou que os novos termos para o resgate grego são ainda piores do que os que estavam sendo oferecidos antes. Para ele, que não acredita que a austeridade possa ajudar o país a sair de sua crise, se os gregos tivessem deixado a zona do euro, as chances de recuperação seriam melhores. “Se a Grécia sair e começar a se recuperar, o que provavelmente ocorreria, isso seria encorajador para que outros movimentos políticos começassem a desafiar o euro”. 

Contra as declarações de Krugman, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, questionou o conhecimento do Nobel de economia a respeito da região de moeda única. “Krugman é um economista proeminente que ganhou um prêmio Nobel pela sua teoria do comércio, mas ele não tem a menor ideia sobre a arquitetura e a fundação da união monetária europeia”, disparou o ministro.