Dow Jones cai 2% e S&P 500 recua pelo 4º pregão seguido com temores sobre pandemia; bancos desabam com escândalo

Com novas quedas fortes nesta segunda, bolsa americana caminha para seu pior setembro em 18 anos

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O sell-off de setembro seguiu forte nesta segunda-feira (21) nas bolsas dos Estados Unidos em uma nova sessão de forte baixa das ações. Desta vez, porém, o movimento não foi puxado pelas empresas de tecnologia, mas sim pelo noticiário negativo, em especial temores com o coronavírus e estímulos.

O índice Dow Jones fechou com perdas de 1,84%, aos 27.147 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 1,16%, para 3.281 pontos, chegando à sua primeira série de quatro quedas seguidas desde fevereiro.

Já o índice de tecnologia Nasdaq teve queda de 0,13%, a 10.778 pontos. Com esta nova queda, Wall Street caminha para seu pior setembro desde 2002.

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A semana começou com novas preocupações sobre uma nova onda de casos de Covid-19. O movimento começou no Reino Unido, que está considerando um novo lockdown para conter o avanço da doença.

Segundo cientistas, se os britânicos não tomarem nenhuma medida, a taxa de infecção pode saltar para 50 mil casos por dia. Com as notícias, o índice FTSE 100, do Reino Unido, caiu mais de 3%.

Nos EUA, papéis mais afetados pela pandemia, como as companhias aéreas, lideraram as perdas do pregão, como a Southwest Airlines e Delta Air Lines, que caíram 5,85% e 9,20%, respectivamente.

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“Este é um problema de saúde e ainda não fizemos nenhum progresso”, disse Brad Kinkelaar, gerente de portfólio global da Barrow Hanley, para a CNBC. “Ainda não temos vacina; obviamente, ainda não há cura e ainda estamos descobrindo como lidar com a crise”.

“Portanto, não é surpresa que passamos de um mercado que estava essencialmente estabelecendo preços em uma retomada da atividade normal, dentro de um prazo razoável, para um que precifica a noção de que ainda não descobrimos isso”, disse Kinkelaar.

Enquanto isso, em Washington, as negociações para um novo projeto de lei de estímulo contra o coronavírus podem se tornar mais complicadas após a morte da juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg, o que pode levar a um amargo processo de indicação antes da eleição.

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O presidente Donald Trump disse que indicaria alguém nesta semana para ocupar o lugar de Ginsburg. Republicanos e democratas estão em um impasse desde julho, depois que as cláusulas do projeto de estímulo anterior expiraram.

Chris Krueger, estrategista de Washington na Cowen, disse em relatório que um novo projeto de estímulo ao coronavírus é agora “improvável antes de 3 de novembro já que a luta pelo assento vazio do juiz Ginsburg consumirá a capital”.

Por fim, as ações de bancos na Europa e nos EUA caíram forte em meio a um escândalo global. Segundo reportagem publicada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), documentos do governo americano mostram que bancos desafiaram leis contra a lavagem de dinheiro, transferindo grandes quantias de origem ilícita para contas obscuras e redes criminosas.

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A investigação revelou US$ 2 trilhões em operações suspeitas envolvendo bancos entre 1999 e 2017. Os papéis do JPMorgan fecharam com perdas de 3,09%, enquanto o Morgan Stanley caiu 3,43% e o Deutsche Bank desabou 8,20%.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.