Dólar sobe 0,56%, apesar de BC anunciar série de leilões conjugados

O BC anunciou que fará, na terça-feira, três leilões de venda de dólares conjugada com compra, depois de ter realizado duas operações dessa natureza pela manhã

Reuters

Dólar (Shutterstock)

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SÃO PAULO – O dólar fechou em alta nesta segunda-feira, pela terceira vez seguida e voltando ao patamar de 2,09 reais, mesmo após o Banco Central ter anunciado que fará mais três leilões de dólares, mas ainda insuficientes para prover toda a necessidade de liquidez do mercado neste momento, segundo operadores.

A moeda norte-americana subiu 0,56 por cento, para 2,0965 reais na venda, maior nível desde o dia 5 dezembro deste ano, quando fechou a 2,0970 reais na venda.

Durante o dia, a moeda oscilou entre 2,0840 reais, logo no início do pregão, e 2,0965 reais. Segundo dados da BM&F, o volume negociado ficou em torno de 2,103 bilhões de dólares.

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“Acredito que há falta de dólares no mercado, há uma pressão interna sobre a moeda”, disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, referindo-se à maior necessidade de moeda no final de ano, entre outros, de multinacionais que precisam enviar recursos a suas matrizes no exterior.

Durante a tarde, o BC anunciou que fará, na terça-feira, três leilões de venda de dólares conjugada com compra, depois de ter realizado duas operações dessa natureza pela manhã. O anúncio não mexeu na cotação da moeda norte-americana, que continuou com alta de cerca de 0,50 por cento.

Os leilões programados para a terça-feira têm recompra para os dias 22 de janeiro de 2013 (leilão “A”); dia 19 fevereiro de 2013 (leilão “B”); e 20 de março de 2013 (leilão “C”). Trata-se da quarta vez que fará leilões desse tipo este ano.

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Apesar de toda a atuação, operadores não descartam que a moeda atinja o patamar de 2,10 reais, o que deve fazer o BC voltar a intervir no mercado. Dados do BC mostram que o fluxo cambial –entrada e saída de moeda estrangeira no país– iniciou o mês de dezembro negativo, com déficit de 1,350 bilhão de dólares até o dia 7.

Segundo operadores, esses leilões –também chamados de leilões de linha– têm efeito limitado sobre a cotação pois há a recompra conjugada, mas ajudam a conter uma alta maior da divisa. Sem eles, os bancos teriam de comprar dólares diretamente no mercado.

“O objetivo não é mexer com a taxa, é apenas para cobrir o capital de giro que os bancos precisam agora, mas evita que eles comprem mais dólares no mercado”, afirmou Galhardo.

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Por isso, operadores acreditam que, se a moeda norte-americana continuar pressionada e BC quiser defender um patamar específico, deverá fazer leilões de swap cambial tradicional –equivalentes a venda de dólares no mercado futuro. Também não descartam totalmente que o BC possa fazer leilões de venda de dólares no mercado à vista.

A avaliação tem sido que o BC voltou a defender o teto informal de 2,10 reais, já que intensificou a sua atuação desde o início do mês e vê que uma alta excessiva da moeda pode ser prejudicial para a inflação.

No exterior, o dólar também seguia levemente pressionado ante algumas divisas devido a preocupações de que os Estados Unidos podem não chegar a um acordo até o final do ano para evitar cortes de gastos e aumentos de impostos que podem enxugar cerca de 600 bilhões de dólares da maior economia do mundo, o chamado “abismo fiscal”.

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Às 18h05, o euro recuava 0,23 por cento em relação ao dólar.