Dólar sobe 0,1% por preocupações com Europa e Estados Unidos

Volatilidade do mercado de câmbio continua reduzida devido à constante ameaça de intervenção do governo

Reuters

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SÃO PAULO – O dólar fechou em leve alta ante o real nesta quarta-feira por temores sobre a economia da zona do euro e o “abismo fiscal” dos Estados Unidos, que dominaram a atenção dos investidores logo após a reeleição do presidente Barack Obama.

A alta foi discreta, no entanto, pois a volatilidade do mercado de câmbio continua reduzida devido à constante ameaça de intervenção do governo.

O dólar encerrou a sessão com alta de 0,10 por cento, cotado a 2,0338 reais na venda. Durante o dia, a moeda oscilou entre 2,0310 reais e 2,0360 reais. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de 1,452 bilhão de dólares.

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“O mercado de certa forma ficou aliviado por as eleições nos EUA terem terminado rapidamente, mas no meio da manhã tivemos as declarações de Draghi, trazendo cautela para o mercado. Também tivemos dados ruins da produção industrial da Alemanha”, disse o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, estimou que a economia da zona do euro permanecerá fraca “no médio prazo”, o que preocupou investidores.

Mais cedo, dados mostraram que a produção industrial alemã caiu mais do que o previsto em setembro, sob o impacto da crise da zona do euro.

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Ainda seguia no foco dos investidores a situação da Grécia, que precisa aprovar medidas de austeridade polêmicas para garantir mais ajuda internacional.

Abismo fiscal
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários despencaram cerca de 2 por cento e o dólar subiu ante outras moedas após a reeleição de Obama.

Em seu segundo mandato, o presidente norte-americano continuará a enfrentar um Congresso dividido –a Câmara dos Deputados mantém a maioria republicana, enquanto a maior parte dos assentos do Senado permanece com os democratas.

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A divisão política torna mais difícil um acordo para evitar o chamado abismo fiscal: um conjunto de cortes automáticos de gastos e aumentos de impostos que podem retirar 600 bilhões de dólares da economia em 2013, provavelmente levando o país a uma nova recessão.

“O fato de o presidente já ter sido definido rapidamente talvez dê mais tempo para resolver a questão do abismo fiscal e evitar uma recessão que poderia ser causada pelos cortes de gastos”, disse Rostagno.

Apesar da questão delicada, o estrategista-chefe não vê mudanças por enquanto no cenário para o mercado de câmbio brasileiro, que deve continuar engessado em função das recentes atuações do Banco Central e declarações de autoridades brasileiras.

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“A tendência é continuar a oscilar entre a banda estreita de 2,0 a 2,05 reais nos próximos meses”, afirmou Rostagno.