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SÃO PAULO – Um grande banco internacional em dificuldades é uma imagem capaz de trazer pesadelos à mente de todos os investidores brasileiros. Quando o banco em questão é um gigante como o Deutsche Bank, isso fica ainda mais claro e grave.
Às 13h21 (horário de Brasília) desta quinta-feira (29), a Bloomberg noticiou que 10 hedge funds internacionais estavam reduzindo suas exposições ao banco alemão, que enfrenta dificuldades e vê suas ações caírem constantemente desde que foi condenado pela Justiça dos Estados Unidos a pagar US$ 14 bilhões em multa. Os EUA acusam o Deutsche de ter criado produtos financeiros a partir de créditos hipotecários insolventes, os famosos “subprime” que estão na origem da crise econômica global de 2008.
A resposta do mercado à reportagem da agência de notícia não poderia ter sido outra: Ibovespa e dólar para baixo, DIs para cima, e ações mais sensíveis a crises sistêmicas como as de bancos e produtoras de commodities desabando.
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Segundo o economista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, a queda não é apenas pela dificuldade do Deutsche em si, mas parece ter relação com as preocupações do mundo todo com a saúde financeira dos bancos alemães. Depois do Deutsche Bank, o Commerzbank, segundo maior banco alemão, anunciou hoje corte de 9.600 empregos e suspensão do pagamento de dividendos. O anúncio elevou as preocupações com o sistema bancário na Europa.
Confira a reação do Ibovespa à notícia no gráfico abaixo:
Já o dólar disparou no momento da notícia:
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Sensível a mudanças no cenário macro, a Petrobras desabou e contribuiu para a queda da Bolsa:
Como não poderia deixar de ser, o maior banco privado brasileiro, o Itaú Unibanco, não escapou ileso do temor com relação à saúde financeira dos bancos europeus: