Dólar fecha abaixo dos R$ 4,20; Ibovespa renova máxima de fechamento, mas longe dos 111 mil pontos

Investidores monitoraram durante a sessão as novidades sobre o acordo entre EUA-China, mas bolsas diminuíram ímpeto durante a sessão

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Em uma sessão mais uma vez permeada pela expectativa de novidades (que não vieram) de um acordo entre Estados e China, o Ibovespa renovou máxima de fechamento na sessão desta quinta-feira (5), enquanto o dólar comercial fechou abaixo dos R$ 4,20 pela primeira vez em duas semanas.

Contudo, o benchmark da bolsa fechou abaixo da marca histórica dos 111 mil pontos atingida no intraday, encerrando o pregão com alta de 0,29%, a 110.622 pontos. O volume financeiro foi de R$ 17,57 bilhões.

No radar durante a sessão, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, destacou que as negociações com a China estavam “muito bem”, o que se refletiu positivamente nas bolsas. Porém, ele não forneceu mais detalhes sobre as tarifas aos produtos chineses, o que fez com que os índices acionários diminuíssem o ímpeto durante a sessão.

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O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse ainda que o governo americano mantém conversas produtivas com o gigante asiático. Porém, segundo informações da Dow Jones citando fontes próximas às negociações, os dois lados permanecem em desacordo sobre o valor dos produtos agrícolas que o país asiático comprará dos EUA.

Já o dólar comercial caiu 0,33% a R$ 4,1876 na compra e a R$ 4,1883 na venda. O dólar futuro com vencimento em janeiro de 2020, por sua vez, registrou leves perdas de 0,41%, a R$ 4,194. O movimento do dólar acontece à medida que o real se alinhou ao comportamento dos pares emergentes, como o peso chileno.

Sem grandes novidades capazes de influenciar os preços, o fluxo de entrada em um ambiente de baixa liquidez foi destacado como motivo para a baixa da moeda americana durante a sessão. “O patamar de R$ 4,20 [para o dólar] pode ser visto como ponto de compra”, apontou Italo Abucater, gerente de câmbio da Tullett Prebon, à Bloomberg.

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Enquanto isso, os principais contratos de juros futuros fecharam em leve alta, com os investidores na expectativa pelos números oficiais de inflação de novembro a serem divulgados na próxima sexta-feira às 9h. A expectativa é de que o IPCA apresente aceleração, principalmente pela pressão de alimentos em meio a alta dos preços das carnes.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 teve alta de dois pontos-base a 4,70% e o DI para janeiro de 2023 avançou três pontos, para 5,85%.

Entre as commodities, o brent fechou praticamente estável e o WTI teve leve alta, devolvendo os ganhos vistos mais cedo, mesmo com as indicações dadas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de que o grupo e seus aliados ampliarão os cortes de produção. Enquanto a Opep se reúne na capital austríaca, a petrolífera saudita Aramco, a maior do mundo, realiza hoje seu IPO, com uma captação de US$ 25,6 bilhões.

No noticiário político, os investidores monitoraram a 55ª reunião da Cúpula do Mercosul, em Bento Gonçalves (RS), em meio às preocupações com a taxação ao aço brasileiro e argentino por parte dos EUA. Jair Bolsonaro destacou que o nível de impostos aplicado à importação de produtos afeta a competitividade e deve ser revisado no âmbito do Mercosul.

Altas e baixas

O noticiário corporativo é movimentado. Em destaque, a Petrobras informou que planeja pagar US$ 3 bilhões em dividendos em 2020, destacou Andrea Almeida, CFO da estatal. A empresa pretende distribuir US$ 34 bilhões em dividendos entre 2020 e 2024, complementou a executiva. A previsão de dividendos considera Brent a US$ 65 o barril. A participação da BR Distribuidora pode levantar de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões.

A JBS informou que vai investir R$ 8 bilhões para expansão no Brasil nos próximos 5 anos e vê o país bem posicionado para atender à crescente demanda global de proteínas nas próximas décadas. “O Brasil é extremamente importante para nós. Temos grandes oportunidades de crescimento aqui”.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
CIEL3 4.81771 8.05
BRAP4 3.223 35.55
WEGE3 2.76556 32.7
BBSE3 2.16007 36.89
EQTL3 1.87617 21.72

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
UGPA3 -2.43792 21.61
GNDI3 -1.93527 58.78
MRVE3 -1.81818 18.36
RADL3 -1.62238 105.51
VVAR3 -1.0582 9.35

Na Eletrobras, 1.300 empregados aderiram a plano demissão consensual; desligamento proporcionará economia estimada de R$ 490 milhões ao ano, com payback de 18 meses.

A Marisa levantou R$ 515,6 milhões com oferta de 51,6 milhões de ações ON.

A Bradespar comunicou que a Justiça negou o pleito da Litel de R$ 1,4 bilhão. A Ultrapar aprovou investimento de R$ 1,77 bilhão para 2020. Por fim, na Dommo, a produção de petróleo para novembro caiu para 169.536 barris.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.