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SÃO PAULO – O alívio visto no dólar na última semana parece ter chegado ao fim com uma alta de mais de 2% nesta terça-feira (13). Com uma volta de feriado agitada na política doméstica e com notícias negativas vindas do exterior, a moeda norte-americana voltou a ganhar força após fechar a última semana cotada a R$ 3,75. O dólar comercial fechou com forte alta de 3,58%, em sua maior alta diária desde setembro de 2011, cotado a R$ 3,8905 na compra e R$ 3,8935 na venda.
Segundo o diretor de câmbio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, as pressões sobre a moeda aumentaram no início desta semana e caso a divisa supere novamente os R$ 3,85, a tendência é que o movimento ganhe força, com o dólar podendo voltar os R$ 4,00 rapidamente.
A principal tensão no mercado ocorre com os pedidos de impeachment analisados pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Nesta manhã, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, concedeu uma liminar (decisão provisória) que impede o andamento dos processos de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Além disso, a pedido da oposição, Cunha suspendeu o andamento das análises dos pedidos de impedimento da presidente.
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Apesar destes adiamentos, o tema segue na pauta, já que a continuidade dos processos deve ficar para os próximos dias. Além disso, fica no radar a tentativa de afastamento de Cunha do cargo após as recentes denúncias envolvendo o presidente da Câmara.
“O mercado tende a melhorar com o afastamento de Dilma, mas não é tão simples e rápido. Sem a votação das contas no Congresso é muito mais difícil apostar nisto”, afirma Júnior. Segundo ele, o dólar pode até voltar aos níveis de R$ 3,70 com a definição do futuro do Dilma, mas ainda é cedo para acreditar neste patamar.
Enquanto isso, no cenário externo, dados na China trouxeram novas preocupações, afetando o desempenho do dólar em todo o mundo. As exportações no país caíram menos do que o esperado em setembro, com os dados mensais mostrando recuperação, mas uma queda mais forte nas importações deixou economistas divididos sobre se o setor comercial do país está mostrando sinais de recuperação.