Dólar cai a R$ 4,08 e Ibovespa sobe 0,6% com impulso no fim do pregão

Mercado fecha na máxima em dia de baixa liquidez por conta do feriado de Natal

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (23) na esteira do otimismo com a retomada da economia brasileira e também com a notícia de que a China cortou suas tarifas de importação sobre US$ 389 bilhões em uma vasta gama de produtos. A medida foi feita para reduzir barreiras comerciais e estimular demanda interna.

O dólar comercial caiu 0,31%, cotado a R$ 4,0804 na compra e R$ 4,0822 na venda. O dólar futuro com vencimento em janeiro recua 0,55%, para R$ 4,081.

Já o Ibovespa subiu após passar a maior parte do dia praticamente estável, oscilando entre ganhos de 0,1% e perdas de 0,1%. Impulsionado pelo leilão de fechamento, o principal índice acionário da B3 avançou hoje 0,64%, a 115.863 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 15,841 bilhões.

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O baixo volume explica por que a volatilidade foi tão alta no fim da sessão. Esvaziado pela proximidade com o feriado de Natal, o mercado fica mais exposto a ordens muito grandes de compra ou de venda.

Os juros futuros recuaram. O DI para janeiro de 2021 ficou estável a 4,62%, o DI para janeiro de 2023 recua seis pontos, a 5,90%. Já o juro futuro para janeiro de 2025 caiu seis pontos, para 6,56%.

Nesta segunda, o ministro de Finanças da China informou que o país cortará tarifas de importações a partir de primeiro de janeiro.

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O plano, aprovado pelo gabinete chinês, reduzirá tarifas para todos os parceiros comerciais sobre mais de 859 tipos de produtos para abaixo das taxas garantidas às nações menos favorecidas, afirmou o Ministério das Finanças nesta segunda-feira. As tarifas para nações menos favorecidas são as menores possíveis que um país oferece a seus parceiros comerciais.

Já nos EUA, os investidores ganharam com o chamado “Rali do Papai Noel”, movimento que geralmente ocorre nas cinco últimas sessões de dezembro e nas duas primeiras de janeiro.

Relatório Focus

Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central aumentaram a estimativa de inflação para este ano pela sétima vez seguida, segundo o Relatório Focus. Também subiu a previsão para o crescimento da economia, no terceiro ajuste consecutivo.

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A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país), desta vez, subiu de 3,86% para 3,98%. Para 2020, a estimativa de inflação se mantém há oito semanas em 3,60%. A previsão para os anos seguintes também não teve alterações: 3,75% em 2021, e 3,50% em 2022.

As projeções para 2019 e 2020 estão abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 4,25% em 2019, 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Já para a Selic, de acordo com as instituições financeiras, no fim de 2020, a expectativa é que a taxa esteja em 4,5% ao ano. Para 2021, as instituições estimam que a Selic encerre o período em 6,25% ao ano. A estimativa anterior era 6,13% ao ano. Para o final de 2022, a previsão segue em 6,5% o ano.

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A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – subiu de 1,12% para 1,16%, neste ano. A estimativa das instituições financeiras para 2020 variou de 2,25% para 2,28%, na sétima elevação consecutiva. Para os anos seguintes, não houve alteração em relação à pesquisa anterior: 2,50% em 2021 e 2022.

A projeção para a cotação do dólar caiu de R$ 4,15 para R$ 4,10, no fim de 2019, e permanece em R$ 4,10 no encerramento de 2020.

Política

Nove Estados brasileiros incorporaram alterações ou elevaram alíquotas nos planos de previdência dos seus servidores públicos, enquanto outros sete estudam mudanças, informa hoje o jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a matéria do jornal, as propostas tramitaram em média 15 dias nas assembleias legislativas.

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A mobilização indica que os Estados, muitos em crise fiscal, não querem esperar pela aprovação da PEC paralela que circula no Congresso e ainda precisa passar na Câmara dos Deputados. As mudanças, contudo, geram protestos. Em São Paulo a questão foi parar no judiciário e só deverá ser retomada em fevereiro de 2020.

Noticiário corporativo

A Oi S.A., em recuperação judicial, informou na manhã de hoje (23) à CVM que sua subsidiária Oi Móvel realizará uma emissão de debêntures simples para levantar uma soma de R$ 2,5 bilhões. As debêntures vencerão em 24 meses a partir da data da emissão.

As debêntures pagarão remuneração pela variação do dólar americano, acrescida de juros de 12,66% ao ano, durante os doze primeiros meses a partir da integralização; e de 13,61% no segundo ano.

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Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
CSNA3 4.77915 14.47
ELET3 3.11284 37.1
VVAR3 2.81442 11.69
USIM5 2.57235 9.57
UGPA3 2.5193 25.23

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
B3SA3 -4.54175 46.87
BPAC11 -2.54035 73.66
QUAL3 -2.11382 36.12
SUZB3 -1.61772 39.53
BRFS3 -1.29273 34.36

Em dia de liquidez reduzida e agenda esvaziada, as varejistas digitais B2W e Lojas Americanas lideram os ganhos do Ibovespa após tiverem êxito em ações protocoladas no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a inconstitucionalidade da inclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na base do PIS e da COFINS. Com isso, as duas empresas estimam que podem reaver um total de R$ 1,349 bilhão em impostos já recolhidos de forma indevida.

Já a JBS, também avança após informar que sua subsidiária Seara Alimentos comprou por R$ 700 milhões os ativos de margarina da Bunge Alimentos no Brasil. Segundo a JBS, o acordo prevê contrato de manufatura por encomenda e de licença e uso de marcas.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.